sexta-feira, 27 de março de 2009

Retiro de Casais e Famílias

30 de Abril a 3 de Maio – Sambala - São Francisco

Pontinha di São Francisco

… Com Cristo na “ponte” tudo vai muito bem! Quem não se lembra deste coro?
Pode estar com os dias contados a nossa “pontinha” que dá acesso ao nosso, “di nós”, chão sagrado – São Francisco.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Se eu morrer…!



Venho conversando ultimamente com colegas de ministério e amigos sobre a cremação de cadáveres!
As opiniões são diversas, mas, quase todas elas salvaguardando: “é minha opinião”, meu ponto de vista ou meu desejo.
A cremação vem tomando alguma regularidade, até entre cristãos e bem dito, os evangélicos!
Não pretendo com estas notas muito pessoais abrir nenhuma discussão ou fazer qualquer tipo de apologia. De qualquer índole mesmo!
Quis simplesmente lavrar este documento para constar até que Cristo venha!
Percebo que a Bíblia não contém nenhum ensino específico sobre o assunto. Não há versículo a dizer que se podem cremar ou não os cadáveres.
Creio firmemente na ressurreição dos mortos e percebo que no Velho e Novo Testamentos o assunto central do cristianismo é por demais claro. Em Dn. 12:2 lemos: “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno”. Em Ap. 20:13 a Palavra regista: “E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras”.
Para Deus não se põe o problema de ressuscitar os mortos, estejam eles onde estiverem e como estiverem!
O Senhor Jesus não foi cremado. Os cristãos primitivos não procederam à cremação, mas, sepultaram os mortos como ainda hoje se faz no nosso país, na maioria dos casos.
Deixo aos egípcios a sua arte antiga de conservação dos corpos (múmias). Respeito os povos que ainda hoje destroem os seus cadáveres por um processo rápido.
Eu quero ser sepultado, “se eu morrer!”, como foi nosso papá e, sobretudo, como foi o Senhor Jesus Cristo, o meu SALVADOR! Tenho escrito!

- Pr. Adérito Silves Ferreira -

P.S.- inspirado numa entrevista lida há dias

Mocidade Honrada



Ontem, hoje e amanhã o papel desempenhado pelos jovens será sempre exaltado, apesar de vozes discordantes deste ou daquele lado, defendendo esta ou aquela via.
O apóstolo Paulo escrevendo ao jovem Timóteo, pediu-lhe encarecidamente entre outras coisas. “ Ninguém despreze a tua mocidade”, querendo certamente dizer, levanta os valores da responsabilidade, cooperação, amor ao próximo e sobretudo, temor ao Deus de Lóide e Eunice.
É verdade que muitos de nós ficamos sem referências cristãs na nossa genealogia. Porém, Cristo com Sua morte e ressurreição nos “trouxe de longe”, fazendo-nos “ovelhas do Seu pasto”, com direitos no Reino.
Hoje, mais do que ontem, há lutadores ferozes para destruírem valores que dignificam a vida na terra e garantem a eternidade com o Senhor Jesus Cristo, no lugar que nos foi preparar.
Tornou-se antiquado falar de pureza, oração, jejum, prática fiel do dízimo, identificar-se como jovem crente e responder à chamada divina.
O mundo dos automatismos prefere outras coisas como, “gozar, possuir, troçar, estragar, enfim aproveitar porque amanhã poderá ser tarde demais… daí, o”se eu soubesse”, ou “ se o tempo voltasse atrás.”
É para tempos de agora que o Senhor Jesus chama e comissiona jovens valorosos, conscientes dos reais valores, isto é, aqueles que não sofrem acções da “traça ou ferrugem”, para semearem a verdade, viverem a santidade e proclamarem o ano aceitável.
Nesta cidade, Deus separou muitos para Sua obra, ciente que valores escondidos, quiçá enterrados na areia, serão achados, e a Mocidade desprezada será finalmente Honrada!
Que bênção, meu irmão JOVEM, pertencer a esta Mocidade Honrada, capaz de descobrir na Palavra valores que garantem a salvação e confirmam que por Jesus ainda há Esperança. Amem.

- Pr. Adérito Silves Ferreira –

Tempo de Loucura




A jovem mulher, visivelmente ansiosa, disse conhecer o companheiro ia para dez anos. Compartilhava com ele o mesmo tecto em períodos alternados com outros que cedia, sem grandes conflitos, a uma rapariga da sua idade.
O homem sempre fora ajuizado, trabalhador e com muita noção de responsabilidade mas tinha perdido o tino e, não lhe era fácil, por mais que tentasse, entender tão manifesta loucura.
A recusa de alimentos e água, o sono difícil e depois perdido, a conversa espremida e que nem sempre dava para entender, o desleixo pela roupa, banho e consigo mesmo só podiam ser sinais inquietantes da loucura que se anunciava.
Um mestre tinha sido consultado uma noite e fora categórico; o mal já estava feito mas a cura poderia estar assegurada em sete dias. O trabalho poderia ser feito ainda antes do nascer do sol se a família consentisse desembolsar a metade das dezenas de contos necessários. Ficando os restantes para quando o homem recuperasse o juízo.
Hora e meia depois, o trato estava feito e o curandeiro procedeu a umas rezas que ela nunca pôde perceber, colocou um pequeno amuleto em tiracolo, de ombro direito à ilharga esquerda do homem, entretanto despido da cintura para cima, e prescreveu três goles diários e em jejum de um líquido turvo de natureza desconhecida.
Apesar de a cura não se ter confirmado no tempo aprazado, uma melhoria ter-se-ia esboçado. Foram mais sete dias de absoluto silêncio e quase total imobilidade!
Mas, depois vieram as vozes estranhas que ninguém ouvia e que ele disse escutar a toda a hora. Tanto quanto isso lhe era permitido ficava isolado e dava impressão que segredava palavras a algum ser imaginário.
Sempre mergulhado naquele estado, dissera sentir-se culpado e atormentado pelos estragos cometidos no seu trabalho. Era empregado numa instituição modesta mas respeitável pelos seus objectivos e feitos, e nunca se soube ao certo se algo de errado ali tivesse acontecido. Desde então, vivia repetindo que “pelos erros devia pagar, morrer, para poder alcançar o reino dos céus”.
Voltei-me para ele. Trazia no rosto, sobretudo nos olhos, toda dor, tristeza e sofrimento deste mundo e, vez ou outra, gemia na maior passividade.
No meio de um gemido que me pareceu não acabar no tempo, creio ter ouvido que havia a outra metade a ser saldada. Porém, continuo sem saber quem teria dito isso. Tempo de loucura!

- Dr. Daniel Silves Ferreira –
Psiquiatra

segunda-feira, 16 de março de 2009

De irmão para Irmãos


Quando estava nos últimos anos do liceu, juntamente com alguns condiscípulos e amigos, tinhamos um grupo cujo objectivo era ler o maior número de livros ou artigos possível e nas horas de lazer, compartilhar as “novidades” do livro ou do artigo lido. No princípio, aquilo era uma brincadeira de alunos que estavam se preparando para a universidade. Mas com o tempo, começou a crescer em todos nós uma paixão sem medida por saber mais coisas, que decidimos que seria melhor se cada um procurasse um assunto da sua preferência, e desta forma abrangiríamos vários temas. Entre nós, havia um colega que nos contava tudo àcerca do futebol, desde a táctica usada por vários treinadores, até a data de nascimento dos jogadores. Por causa dele, até hoje tenho memorizado a idade de alguns jogadores que jogaram no Benfica na década de oitenta. Um outro, “dominava” a política, de modo que vasculhava livros que falavam até da luta de classes na idade média para compartilhar conosco. Os “golpes de Estado”, coisa vulgar em Àfrica nos anos oitenta, chegavam aos nossos ouvidos quase antes de acontecer.
A minha “área” era a biografia de gente famosa. Podia naquela altura recitar, sem muito esforço, a vida da maioria das personalidades do panorama mundial. Tinha comigo jornais que circularam em Portugal ainda antes da monarquia.
Reconheço que aprendemos muito uns com os outros e vos confesso que guardo gratas recordações daquele tempo.

Há dias, encontrei-me, por acaso, com um daqueles colegas e, a brincar ele me disse: “ Delfs, já não te lembras nada do El Duque.” Voltei para ele e disse-lhe:
O nome dele é Duque Ellington. Nasceu nos arredores de Washington, descendente de uma família negra. Desde muito novo demonstrou uma certa elegância e fino trato. Vestia-se bem, falava com desenvoltura e comportava-se de modo educado. A tonalidade da sua voz, seu carácter, seu sorriso sempre suave, fazia dele um garoto distinguido pelos demais. Com catorze anos começou a trabalhar num lugar onde se vendia refrescos e caramelos. O uniforme da firma levava muitos botões e ele ficava tão orgulhoso e elegante com o traje, que começaram a chamá-lo “EL Duque”, nome que o acompanhou até a morte.

Continuei: Foi um célebre músico de jazz, de um estilo elegantíssimo, executado pela orquestra que ele mesmo dirigia sentado ao piano, o que fez dele uma das personalidades musicais mais influentes do século vinte. Ele compôs mais de novecentas obras de qualidade, foi condecorado com altas distinções governamentais e um dos seus maiores êxitos, obteve-o com a canção intitulada “Caravana” que é escutada por todo o mundo.
Aqui parei, e disse ao meu amigo: estás satisfeito? Antes dele me responder disse-lhe : Agora ouve só mais isto:
Antes de El Duque morrer, no dia vinte e quatro de Maio de 1974, com setenta e cinco anos, ele resumiu a sua brilhante carreira de êxitos, nesta frase que se tornou célebre: “Deus tem sido muito bom para comigo.”

Cada dia enfrentamos várias situações; umas trazem tristeza, outras trazem sucesso algumas trazem alegrias e isto se prolonga até o dia quando Deus nos chamar. É certo que nem todos podemos gozar de uma carreira brilhante como a de El Duque. Contudo, todos nós podemos ter o mesmo testemunho dele. Realmente Deus quer que tenhamos paz, fé, esperança e serenidade de espírito. Cristo, Deus feito homem, deseja entrar em sua vida e convertê-la daqui em diante em uma benção para os demais.
Esta foi a conversa que eu tive com o meu amigo. Mas não a terminei, sem perguntá-lo o que é que ele podia dizer de Deus naquele momento. Infelizmente, ele não me respondeu.

Com gratidão no coração, vos digo, meus queridos irmãos, que Deus tem sido muito bom para comigo. Meu desejo e oração, é que todos vós possais dizer a mesma coisa.

Delfino Andrade Silves Ferreira