quinta-feira, 27 de março de 2008



Tempo de LoucuRa


Todos nós temos um tempo próprio que não tem nada a ver com o outro relógio, assim como há um outro, algo diferente: o de semear e de ceifar. Se não fosse assim não me aperceberia do muito que vivenciei durante o pouco mais de um ano no serviço de Psiquiatria, sobretudo se o comparar aos tantos passados em outros lugares.
Sim, foi um tempo em que tudo foi vivido profundamente tanto na dor e sofrimento quanto na satisfação.
Foi um tempo de situações dolorosas nem sempre fáceis de encarar, um tempo de buscas incessantes de soluções ora nebulosas, ora aparentemente inexistentes, um tempo de fervor apaixonado de se encontrar propostas ou alternativas sempre renovadas, um tempo de trilhar a senda da humanização.
Deveras um tempo de dificuldades e um tempo de esperança.
Hoje, o lançamento desta nossa A Ponte, há muito sonhada, idealizada, traz-me, sem propriamente ver o fruto desta concepção, uma alegria indescritível, pelo que dela anseio e pelo espaço aberto que a todos nos proporciona.
Desejando que continue nos alegrando por muito tempo, ouso acrescentar que é isso mesmo: um tempo nosso, um tempo de semear e um tempo de colher, Tempo sempre sentido com emoção, Assim tem sido o meu Tempo de Loucura.
- Dr. Daniel Silves Ferreira-
Psiquiatra