Tinha meus seis anitos quando um passeio de bicicleta terminou em acidente, que naquele tempo poderia ter contornos imprevisíveis.
Era final de tarde de uma quarta-feira, lembro como hoje, mais de quarenta anos depois, quando um homem tentou socorrer-me daquela situação, sacudindo com força a roda dianteira da bicicleta, vinda de Dakar, na tentativa de resgatar meu pé esquerdo preso pelos raios, mas, não resultou.
A situação se mostrou séria. Eu estava lá consciente, com dores, de short e sem camisa (ou seria bibe!), mais preocupado com aquilo que NINA me pudesse dizer em casa!
Conseguiram um alicate de corte num electricista da central eléctrica que morava por perto. Falo do bairro da Fazenda, cidade da Praia, em Cabo Verde , precisamente onde temos hoje os bombeiros municipais.
Chegamos noitinha ao hospital, com arquitectura diferente do actual H.A. Neto. No início do difícil curativo, ainda ví mámá entrar em desespero sala dentro da urgência. Adormecí para só acordar no dia seguinte, com a perna esquerda imobilizada, o que viria a prolongar-se por longos meses.
Bambudo, mámá pacientemente me transportava de três em três dias, a Riba Praia, para curativo.
Chegou Outubro de 67 do século passado, mámá e Dany, meu irmão, levaram-me ao primeiro dia de aulas na primeira classe, com a professora Tanchinha.
Escrevo estas linhas a doze mil pés de altitude a bordo de um dos boeings 747-400, da SAA, algures entre Joanesburgo e Luanda.
Quero pois ser grato a Deus pela senhora D. Laurinda Mendes Andrade Ferreira, MÁMÁ e VÓVÓ NINA, por aquilo que foi e é para nós.
Feliz Dia das Mães e, já agora, Feliz Aniversário Mámá!
Possa Deus conceder à D. Nina, muitos mais anos de vida, com saúde e muito fiel na comunidade de Fé.
Bem Haja!
- Adérito Silves Ferreira –