sexta-feira, 14 de maio de 2010

Não te Apoquentes

Ouví esta frase dos lábios de um dos profetas mais respeitados deste país: Rev. António Elias, que já está com o Senhor. Era um retiro de pastores e contei-lhe das mágoas e feridas pastorais.  Não te apequenes diante dos anões com os quais temos que conviver em nossa caminhada, disse o velho profeta. Nestes dias, a frase se tornou necessária para a minha alma, tendo em vista, de novo, o enfrentamento de factos semelhantes àqueles que anteriormente me feriram.
            Paulo, o apóstolo, afirmou que na formação de igrejas sempre encontraríamos certos obreiros que segundo ele poderiam ser qualificados com certos títulos ou adjectivos:
  1. Obreiros fraudulentos – Eles estavam na igreja de Corinto. A fraude é o símbolo da falsidade ministerial. Obreiros que tem seus trejeitos montados na hipocrisia, e sabem, como poucos, falsificar verdades, como típicos fraudadores, torcendo-as, usando uma linguagem tópica.
  2. Mercadejadores da Palavra – Também presentes em Corinto. Paulo afirmou que não se identificava com os que mercadejam a Palavra. Esses obreiros têm se multiplicado. Estes afrontam a teologia bíblica, paulina, que afirma que o ministério não é fonte de lucro, e sim a piedade. Gente que não cuida de gente, mas que se vende em adulação àqueles que procuram ser adulados.
  3. Falsos obreiros – Esses estavam na igreja de Filipos. Pessoas que adaptam o que crêem ao gosto daqueles aos quais querem conquistar; “como o mico do material hidraúlico,” pulam de galho em galho, ou de igreja em igreja, sempre encontrando o sujeito oculto deste texto de acolhê-los.
Lembro-me que a lista do Rev. António Elias era longa, mas me detenho aquí, para concluir com o que ele deixou de positivo, isto é, a menção ao tipo de obreiro que nós deveríamos ser: Obreiro que nada tem de que se envergonhar – Este é o modelo neo-testamentário (2 Tm. 2:15).
      Obreiro aprovado, pelo tempo, pela perseverança, pelos frutos, pelo carácter. Não se envergonha nem de seu passado nem de seu presente.
      Por onde passou deixou as marcas da lealdade, da fidelidade, da santidade, não só na sua igreja local, mas também nas instituições que eventualmente tenha servido. Obreiro que naneja a Palavra com sinceridade. Não pregador de encomenda, que aplica anestésicos nos ouvidos daqueles que pagam caro para ouvir o que querem, mas pregadores comprometidos com a mensagem, mesmo a custo de perdas. Pregadores cujo propósito é satisfazer aquele que os arregimentou.
      Sim, caros irmãos. Ainda bem que criei-me aos pés de homens desta qualidade. Portanto, quanto aos primeiros acima citados, quando eles surgem, algo logo me vem à mente: eles passarão! A obra de cada um será julgada pelo fogo. Diante do fogo, a palha não subsistirá.

      - Dr. L. Aguiar Valvassoura –