sábado, 11 de abril de 2009

Feliz Aniversário


Da Certeza… Uma Esperança.


A tarde daquela primeira Sexta-Feira Santa, na última década dos 30 DC, fez descer sobre a colina do Gólgota um manto de fuligem expelida pelo coração da humanidade, que se tinha corrompido na poluição moral. E do choque entre a justiça da lei, que exige satisfação, e a violência do pecado, que folga com a transgressão, dir-se-ia que todas as secreções do inferno se derramaram com ímpeto deliberado sobre o Bendito Filho de Deus.
As três cruzes de lenho tosco no alto do cabeço fora de Jerusalém – a Cidade Santa – esboçavam em traços patéticos, símbolos da ignomínia, a ruptura do homem de Deus e a vida: façanha do Diabo, na sua manobra, que começou muito antes do Éden para, a seguir, transformar o mundo íntimo de cada pessoa num autêntico campo de batalha.
Em pleno dia, essa colina amaldiçoada envolveu-se na noite densa, quando Deus voltou as costas ao Seu Filho ali suspenso, para não presenciar a cena horrorosa, em que se via expirar o Cordeiro Imaculado. Jesus, então, experimentou o momento mais atroz da Sua Missão redentora: submergiu-se na sombra do desamparo, ao deixar de ver a face do Pai! Era o preço que se Lhe impunha, no Seu papel representativo, já que tinha de redimir a Humanidade, conforme a descrição do profeta Isaías, no capítulo 53 do seu livro.
Entretanto, a noite da Sexta-Feira de pesadelo viria a rasgar-se naquele Dia glorioso da Páscoa, a provar que “ o choro pode durar uma noite, mas, a alegria vem pela manhã” (Sal.30:5). E o sábado do silêncio que envolvia a transcendência da lei foi ultrapassado pelo Domingo de Aleluias, em que a Jerusalém da Judeia, e a Terra inteira, haviam de escutar em êxtase a sinfonia da Ressurreição!
Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé, das primeiras mulheres emancipadas pelo Nazareno, ante a visão do túmulo vazio e o esplendor angelical, tendo ouvido a espantosa e indubitável afirmação: “Não está aqui, porque já ressuscitou”, correram apressadas, levando a notícia aos discípulos. Quando Pedro e João visitaram o sepulcro, onde não jaziam “restos mortais” que, por certo, haviam de converter-se em relíquias idolatradas, - perante os “religiosos” sem Religião – de regresso encontraram Cleofas e o seu companheiro de Emaús, aos quais o “Estranho” tinha aparecido no caminho e, como Hóspede em casa deles, revelou-se-lhes “o mesmo Jesus”; agora “ vivo de entre os mortos”, a trilhar com eles o caminho de Emaús, o percurso da vida.

E foi assim que a mensagem do Ressurrecto se transformou numa certeza tão profunda que levou o Apóstolo Paulo a declarar: “ Se Cristo não ressuscitou, em vão é a nossa pregação e somos os mais miseráveis de todos os homens” (I Cor. 15).
Esta certeza bendita de Paulo faz da nossa pálida fé um facho luminoso de esperança, qual foco distante a indicar a saída do túnel. O mesmo capítulo exalta um Cristo feito “ as primícias dos que se levantam do seio da morte”. Se O abraçarmos, não um Cristo simplesmente histórico, mas como o Senhor da nossa vida, atravessando o túnel deste “ vale de lágrimas”, com a certeza de que Ele vive, irá alentando-nos uma doce esperança: a de em breve nos levantarmos também, envolvidos pelo esplendor de um novo Dia, quando, em regozijo de vitória formos acolhidos pelo Rei, ao transpormos os umbrais da Jerusalém de Deus!

- Rev. António Marcelino Barbosa Vasconcelos -

Uma Igreja: Muitas Congregações



Esta é uma abordagem alternativa para enfrentar o crescimento e as necessidades locais. Em vez de apenas um local centralizado, tamanho ilimitado e um crescente complexo de edifícios, se propaga por ramificações fora da igreja através de pequenas e médias congregações em vários locais que compartilham recursos e filosofias de ministério. Uma forte congregação central continuará a trazer liderança e recursos para toda a Igreja. Em vez de lançar apenas novas igrejas independentes, este modelo mantém uma relação estreita, de associação e de parcerias com novas congregações, multiplicando pastores titulares e multiplicando um estilo de liderança (CEO). Este modelo tem liderança compartilhada entre uma comunidade de pastores que são mentoreados e liderados por um pastor sénior.
Uma igreja multi-congregacional significa que nossas congregações locais terão: um conjunto de valores, filosofia e missão; uma liderança estruturada constituída por uma junta local e uma equipe de pastores liderados por um pastor sénior; um único rol de membros; muitos recursos comuns; pessoal, equipamento, financiamento, orçamento, escritórios; um mesmo estatuto jurídico. A nossa esperança, é manter uma ligação significativa para garantir que as relações sejam fortes e que a unidade da Igreja como um todo traga um nível de ajuda e de liderança que dê uma forte contribuição para a igreja e congregações locais.
Definições
“ Uma Igreja com Múltiplas Congregações” é uma igreja composta de várias congregações. O termo refere-se à igreja no todo, o corpo de todas as congregações e a junta local no âmbito da igreja. Terá um pastor e uma liderança local, bem como uma equipe que irá compartilhar com toda estrutura da igreja. Pode-se usar vídeo na hora da pregação onde o pastor sénior ministrará às congregações e o pastor local é quem vai organizar e liderar toda liturgia e desenvolvimento da congregação local bem como acolher e liderar o povo.
Várias Congregações
A Igreja Multi Congregacional já não é identificada como um local centralizado na rua tal, número tal, mas com todas as suas múltiplas congregações na região. Estas congregações irão desenvolver os seus próprios sentidos de identidade, de comunidade e de expressão; cada congregação teria um sub-orçamento fixado em conformidade com o planejamento da igreja.
- Pr. Geraldo Nunes Filho –
- Este material é resultado de pesquisa feita de alguns modelos de igreja dentro do conceito Multicongregacional -


Tempo de Loucura


Coisa há, sábias ou puras loucuras que nunca esquecemos por se nos apresentarem como verdades que se evidenciam por si mesmas ou porque as ouvimos repetidas vezes.
Bem cedo ouvi dizer que “ cada louco tem a sua mania”. Trata-se possivelmente de uma expressão vernacular de “ cada cabeça sua sentença”, bem conhecida noutras latitudes e, não de todo estranha entre nós. Desta, só tive conhecimento quando fui iniciado à escolarização. Não sei ao certo quando aprendi a outra que rima à moda antiga: “de sábio e de louco todos nós temos um pouco”. Se me recordo delas é seguramente pelas razões que atrás apontei.
Todas elas constituíram para mim verdades inquestionáveis como uma série de outras que povoaram durante muito tempo a minha mente ingénua e inocente.
Um pouco sem saber como, comecei a aprofundar as minhas aquisições mentais. Cheguei à conclusão grotesca. Aceitar ou recusar sempre com um pé atrás. Por vezes mais atrás do que outras.
Já nos tempos mais próximos, as classificações psiquiátricas vieram mostrar-me que é possível ter vários “loucos” numa mesma categoria, numa mesma “mania”. Várias cabeças poderiam, então, ter a mesma sentença. Porém, a intenção seria mais a sistematização, sistematização para melhor compreensão.
Ia aquiescer, sempre com o meu pé atrás, mas, perdi-me ao tentar perceber, apreender. Para minha própria desgraça, tudo ficou nebuloso, instalou-se em mim a ambivalência, a dúvida, a mais completa confusão. Teria de aceitar ou recusar todas as verdades, para minha própria loucura. Assim têm sido os meus dias. Tempo de loucura!

- Daniel Silves Ferreira –
Psiquiatra


sexta-feira, 10 de abril de 2009

Semana da Juventude


ERGUEI A CRUZ!

Família Pastoral na Praia, Junta e Igreja desejam a todos
Páscoa Feliz e bençãos do Ressurrecto!
Um voto especial aos irmãos ausentes,
doentes e nossos estudantes pelo Mundo.

De Irmão para Irmãos


Quase todas as semanas eu envio a minha crónica “De irmão para irmãos” a um amigo que não frequenta a nenhuma igreja. Algumas semanas atrás, não me ocorreu mandar e ele“reclamou” dizendo-me com a amizade que nos une desde a nossa meninice: “ Já dei conta que desde que escreveste acerca de mim, não me tens mandado o artigo.” Quis desculpar-me fazendo-lhe entender que apenas aconteceu e que tenho estado um pouco ocupado, razão pela qual tem-me passado da mente. Como bom amigo, ele entendeu muito bem.
Percebi pela tonalidade da voz, apesar da conversa ter sido ao telefone, que alguma coisa o estava incomodando. Coloquei-me à disposição para algum préstimo caso fosse necessário e possível. Sem entrar em detalhes, se bem que entre nós existe uma abertura total, ele resumiu tudo em poucas palavras dizendo: “ Delfs, sinto-me abatido”.
Pedi permissão para contar-lhe a seguinte história:
O menino com menos de dez anos de idade, tinha ido à escola e regressou à casa na hora de costume. O pai, um alto funcionário, estava trabalhando na empresa. Em casa estavam, como sempre, a mãe e mais dois irmãos, uma menina e um menino, todos ainda na idade pré-escolar. A casa deles ficava situada numa zona suburbana, uma residência cômoda de gente de classe media-alta. Ao entrar, a mãe e os irmãos não estavam na sala; não os viu também na cozinha e percorreu todos os quartos de dormir e não os achou. Estavam na garagem, cada um pendurado a uma corda. Ao lado, a mãe havia deixado uma nota com apenas uma palavra: “Abatimento.”
Para o menino, o choque foi tremendo. Como deveria ter sentido quando viu a mãe e os irmãos naquela situação? Certamente este estado de alma vai perdurar por toda a vida. Qual teria sido a reacção do marido e pai ao tomar conhecimento da notícia?
Obviamente que as tragédias não nascem do nada. O que foi então que provocou tudo isto? A família vista a olhos nus, era feliz. O marido tinha um bom emprego. A jovem esposa era bonita. Os três meninos eram um encanto. A casa em que viviam tinha todas as comodidades. Aparentemente não tinham problemas.
Os vizinhos, familiares e parentes não conseguiam encontrar nenhuma explicação plausível. Não foi crime cometido por outrém, não foi loucura, e a única razão ficou toda expressa na única palavra que a mulher deixou escrita; “abatimento.”
Ela nunca havia dado sinal de angústia. Guardava tudo internamente e sofria dentro dela. Contudo chegou o dia em que ela não conseguiu mais suportar. Num instante, como uma casa que se desaba, ela toma uma decisão fatal.
É de se lamentar, mas ela não é a única, nem a primeira pessoa que sofre de abatimento.
O grande Salmista Davi, apenas nos Salmos 42 e 43, escreve três vezes estas palavras: “ Porque estás abatida oh minha alma?” mostrando que o abatimento ataca a qualquer pessoa não importa o “grau” de espiritualidade.
Das três vezes que Davi menciona aquelas palavras, o rei também não deixa de referir, por três vezes, estas outras: “Espera em Deus, pois ainda o louvarei...”
Apesar de ninguém estar livre de momentos de abatimento, a fé no amor de Deus, e a esperança da Sua ajuda, nos livram de um estado de ânimo assim. A única coisa a fazer é dar permissão a Deus de entrar na nossa vida, pois quando Cristo mora em nós, há recursos contra o abatimento.
Meu amigo escutou atenta e pacientemente toda a narrativa e fiquei com a sensação de que de uma forma ou outra ele tirou algum proveito para o seu estado de alma.
É esta mesma história que quero compartilhar com todos os meus irmãos, no sentido de todos terem condições de combater este mal que vem assolando a maioria de nós.
Entregar tudo nas mãos d’Aquele que tem todo o poder.
Delfino Andrade Silves Ferreira