terça-feira, 9 de junho de 2009

CRIANÇAS, UMA ESPÉCIE AMEAÇADA


Viajava num ônibus quando entraram três meninos passando por baixo da catraca. Faziam tanto reboliço que um senhor olhando para mim, disse: “Onde estará o pai desses meninos”?
Não respondi, mas, fiquei pensando no pai ou pais, pensei no meu e em tantos que conheci, agradeci a Deus pelo pai que tive e tardiamente valorizara; e quase chorei de saudades dum tempo que não voltaria mais. Lá estavam uns meninos desconhecidos fazendo-me lembrar dum pai bem conhecido, mas, agora tão longe!
Milhões dos que nascem mal conseguem atravessar com vida o limiar deste mundo, ficam ao desamparo, abandonados, desnutridos e votados ao pecado. Bem poucos são levados a Deus. Pensando em tais crianças fico a cismar se a cura do câncer ou quem sabe, de tantas doenças terríveis não ficou atrasada porque seu descobridor foi vetado à entrada. O aborto terá frustrado a descoberta que viria a curar milhares de sofredores. Li há anos numa revista acerca de um médico que assistia ao parto de certa mãe. Quando teve nas mãos o menino, que descobriu ser aleijado, sentiu tanta pena da mãe que pensou na ocasião em impedir que ele vivesse; mas algo o fez desistir. Mais tarde, uns vinte e tantos anos depois, o seu próprio filho viria a ser salvo pelo único médico disponível! O médico era o menino aleijado e que fora poupado.
Jesus tinha um grande apreço pelas crianças. Apresentando uma ilustrou como eram os verdadeiros cidadãos do céu.
Teve algumas nas mãos e abençoou-as, apesar da incompreensão dos discípulos. (Mateus 18:1-4; 19:13-15).
A Bíblia dá muita atenção às crianças e recomenda zelar por elas (Prov. 20:11) Diz que devem ser “instruídas e corrigidas” (Prov. 22:6; 19:18; 23:13).
É consenso geral que o exemplo dos pais é uma espada de dois gumes, pode guiar ou desnortear a vida da criança. Elas são observadoras e sensíveis.
Muitos pais querem ver nos filhos uma espécie de complementação; e outros, colher algo que não semearam. É comum dizer-se que a conduta vale mais que a palavra, mas realmente elas se completam. Os recavitas foram chamados por Jeremias para servirem de testemunhas à nação desobediente a Deus. Ele tinha guardado o exemplo e a recomendação do pai (Jer. 35:5-6). (…)
A Bíblia atribui aos pais obrigações sérias: instruir (Prov.4:1-4; Deut. 6:6-7) repreender (Prov. 3:12; 13:24); alimentar (Lucas 11,12); perdoar (Lucas 12:21); compadecer-se delas (Heb.3:9); não irritá-las (Efésios 6:4).
Depende dos pais se os filhos vão ou não honrá-los. Quando Davi foi a luta e venceu Golias, Saul perguntou: “ De quem é filho?” (I Sam. 17:56). Pais fiéis a Deus e envolvidos na Igreja têm menos trabalho na educação dos filhos. Tratar bem a esposa e os filhos, falar sempre a verdade e nunca prometer nada que não possa satisfazer, acompanha-los à Igreja, ensiná-los a serem honestos para com Deus são passos importantes. Quando João Baptista nasceu a pergunta que brotou dos lábios de todos foi: “ Quem será pois este menino?” ( Lucas 1:66). O nascimento de qualquer criança deveria ser precedida de muito oração e sincera disposição de fazer “ custe o que custar” que ele venha ser um filho de Deus. Certamente a igreja dará todo o apoio (…)
Há muitas crianças abandonadas por aí e o mundo está mais pobre por causa disso. Valorizemo-las!

- Eudo T. de Almeida -