nosso antigo "stadium" e alguns diversos...
"...Estou a fazer uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?" Neemias 6:3
quinta-feira, 28 de maio de 2009
De Irmão para Irmãos
Na Praia nos idos dos anos 80, quando alguém queria que uma notícia espalhasse, fosse boato ou verídica, não tinha muitas dificuldades. Era só chamar o Carlos Alberto (se a memória não me falha este é o seu verdadeiro nome) – mais conhecido por Funaná e dar-lhe uma pequena dica da notícia, que ele tomava conta do resto. Em pouco tempo, todo o mundo ficava sabendo de tudo e mais alguma coisa. Esta situação tornára-se tão comum que àquelas pessoas que tinham algum problema de controlo da língua eram cognominadas de Funaná e sempre que punham a boca no trombone, ouviam naquele crioulo fundo de Santiago: “Bu s’ta sima Funaná”.
Numa sociedade em que as notícias, principalmente as más, circulam à velocidade do som, parece que nada de especial concernente à proclamação das Boas Novas tem sido feita.
Já se passaram milhares de anos desde aquela manhã (ou tarde) em que Jesus comissionou os seus discípulos, quero crer, com a maior das incumbências de todos os tempos: “... ide, ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado ...” (S. Mateus 28: 19-20)
Uma tradução feliz podia muito bem ser esta: vai, e fala às pessoas, não importa a quem, de tudo quanto de bom eu (Jesus) fiz na tua vida.
O sinal dos últimos dias são visíveis e contráriamente à divulgação das notícias más, a vinda de Cristo está sendo pouco enfatizada, como se estivesse muito longe de acontecer.
O tempo urge e portanto aproveitemos as oportunidades mesmo na adversidade, para falar de Cristo.
Alguém (não me lembro quem) disse outrora : “espero a vinda de Cristo a qualquer hora, mas não deixo de fazer as minhas obrigações.” Possivelmente muitos de nós se tivessemos de fazer um comentário a esta frase, haveríamos de dizer: “Tenho muitas obrigações a fazer pois a vinda de Jesus ainda está longe”.
Irmãos, como pessoas resgatadas pelo sangue precioso de Jesus, a nossa obrigação é pregar o evangelho, coisa que nos nossos dias, tem de ser feito com veemência, pois os dias são maus. Da mesma forma como fomos abrangidos, procuremos também influenciar a outros.
É possível que fazendo uma introspecção você diga que este é trabalho de pastores, missionários ou pessoas específicas. Eu quero dizer a todos os meus irmãos que com determinação séria e pessoal, mesmo sem muitos dons e talentos, todos nós conseguiremos pois a nossa capacidade vem de Deus.
Nunca me esqueço do testemunho daquele jovem quando cheio da presença do Espírito Santo, e sem palavras para expressar o prazer que sentia depois da mudança operada por Cristo na sua vida, resumiu tudo em poucas palavras: “Dês ki n’sêta Jisus, n’sta xinti frescu.”
Continuo crendo que não há melhor forma do evangelho ser compartilhado do que através do testemunho pessoal. Quando recordo o que disse aquele cego de nascença quando foi curado pelo Mestre, reforço esta convicção de que contra factos não há argumentos. “Antes eu era cego, agora vejo.” Todos quantos andaram no pecado e hoje estão andando com Jesus podem também dizer: “antes era pecador, hoje sou salvo.”
Vou fazer minhas, como convicção pessoal, as palavras de um certo crente em Cristo Jesus quando disse: “Senhor, assim como falas comigo através da tua criação, fala de Jesus aos outros através de mim.”
Podes fazer tuas essas mesmas palavras?
Se sim, és um testemunho vivo de Jesus Cristo.
Delfino Andrade Silves Ferreira
Numa sociedade em que as notícias, principalmente as más, circulam à velocidade do som, parece que nada de especial concernente à proclamação das Boas Novas tem sido feita.
Já se passaram milhares de anos desde aquela manhã (ou tarde) em que Jesus comissionou os seus discípulos, quero crer, com a maior das incumbências de todos os tempos: “... ide, ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado ...” (S. Mateus 28: 19-20)
Uma tradução feliz podia muito bem ser esta: vai, e fala às pessoas, não importa a quem, de tudo quanto de bom eu (Jesus) fiz na tua vida.
O sinal dos últimos dias são visíveis e contráriamente à divulgação das notícias más, a vinda de Cristo está sendo pouco enfatizada, como se estivesse muito longe de acontecer.
O tempo urge e portanto aproveitemos as oportunidades mesmo na adversidade, para falar de Cristo.
Alguém (não me lembro quem) disse outrora : “espero a vinda de Cristo a qualquer hora, mas não deixo de fazer as minhas obrigações.” Possivelmente muitos de nós se tivessemos de fazer um comentário a esta frase, haveríamos de dizer: “Tenho muitas obrigações a fazer pois a vinda de Jesus ainda está longe”.
Irmãos, como pessoas resgatadas pelo sangue precioso de Jesus, a nossa obrigação é pregar o evangelho, coisa que nos nossos dias, tem de ser feito com veemência, pois os dias são maus. Da mesma forma como fomos abrangidos, procuremos também influenciar a outros.
É possível que fazendo uma introspecção você diga que este é trabalho de pastores, missionários ou pessoas específicas. Eu quero dizer a todos os meus irmãos que com determinação séria e pessoal, mesmo sem muitos dons e talentos, todos nós conseguiremos pois a nossa capacidade vem de Deus.
Nunca me esqueço do testemunho daquele jovem quando cheio da presença do Espírito Santo, e sem palavras para expressar o prazer que sentia depois da mudança operada por Cristo na sua vida, resumiu tudo em poucas palavras: “Dês ki n’sêta Jisus, n’sta xinti frescu.”
Continuo crendo que não há melhor forma do evangelho ser compartilhado do que através do testemunho pessoal. Quando recordo o que disse aquele cego de nascença quando foi curado pelo Mestre, reforço esta convicção de que contra factos não há argumentos. “Antes eu era cego, agora vejo.” Todos quantos andaram no pecado e hoje estão andando com Jesus podem também dizer: “antes era pecador, hoje sou salvo.”
Vou fazer minhas, como convicção pessoal, as palavras de um certo crente em Cristo Jesus quando disse: “Senhor, assim como falas comigo através da tua criação, fala de Jesus aos outros através de mim.”
Podes fazer tuas essas mesmas palavras?
Se sim, és um testemunho vivo de Jesus Cristo.
Delfino Andrade Silves Ferreira
Escroquerie, Vigaristas and Swindler
Sou daqueles que ainda faz os seus trabalhos a lápis e meia folha de papel e só depois “passar a limpo”! Assim do tipo de borrão, muito usado antigamente!
Não é que eu seja avesso ás novas tecnologias de informação, mas, gosto de escrever, ler, estudar e só depois utilizar!
Não posso imaginar que mundo seria o nosso sem as possibilidades de comunicações que temos hoje, o encurtar de grandes distâncias e definitivamente nessa matéria transformar a terra numa “aldeia global”.
Desde anteontem fiquei preocupado com alguns maus utilizadores das facilidades da Internet, pois sem escrúpulos usam nomes e pessoas de bem para atitudes negativas.
Circulou uma mensagem supostamente remetida pelo meu irmão, Dr. Dany, esse mesmo que assina no nosso blog de família os artigos “Tempo de Loucura”, e comunga conosco na sua igreja do nazareno na Praia. Dizia, alguém pôs-lhe na cidade de Londres a visitar um centro especializado, sem documentos pois esses perdera ele num táxi e mais ainda sem nenhum dólar, euro ou libra! Perante tal situação, continuou escrevendo, não restara ao Sr. Dr., outra alternativa, senão mandar um SOS, solicitando $1900 dólares com urgência máxima para resolver problemas inadiáveis, a todos seus irmãos, amigos ou aqueles que constam do seu endereço electrónico!
A verdade é que meu irmão não viajou nesses dias para o estrangeiro, está no seu posto de trabalho todo tempo, participou dos cultos da sua igreja, cuidou da sua família e visitou os seus. Não foi a Europa e nem a Londres! Não perdeu os seus documentos e nem ficou desprovido de recursos. Está na Praia surpreso, mas, de bom humor, tentando entender o comportamento desses maus utilizadores das vantagens da net.
De várias latitudes telefonaram familiares e amigos preocupados com nosso irmão! Apreciamos o gesto e solidariedade manifestada. Bem hajam!
Desta vez felizmente, Daniel Ferreira não viajou e nem ficou sem suas pertenças. Fará deslocações no futuro, mas, oramos e desejamos nunca fique sem recursos. Contudo, esta brincadeira de mau gosto, mostrou-nos que ele e nós, podemos contar com os nossos em ocasiões reais e sobretudo difíceis.
Muito gratos pela atenção e generosidade!
A esses escroques, vigaristas and swindler, pedimos misericórdia do Senhor!
Como Paulo escreveu aos filipenses: …”tudo que é verdadeiro, tudo que é honesto, tudo que é justo, tudo que é puro, tudo o que é amável, tudo que é de boa fama, se há algum louvor, nisso pensai.”
- Pr. Adérito Andrade Silves Ferreira -
Não é que eu seja avesso ás novas tecnologias de informação, mas, gosto de escrever, ler, estudar e só depois utilizar!
Não posso imaginar que mundo seria o nosso sem as possibilidades de comunicações que temos hoje, o encurtar de grandes distâncias e definitivamente nessa matéria transformar a terra numa “aldeia global”.
Desde anteontem fiquei preocupado com alguns maus utilizadores das facilidades da Internet, pois sem escrúpulos usam nomes e pessoas de bem para atitudes negativas.
Circulou uma mensagem supostamente remetida pelo meu irmão, Dr. Dany, esse mesmo que assina no nosso blog de família os artigos “Tempo de Loucura”, e comunga conosco na sua igreja do nazareno na Praia. Dizia, alguém pôs-lhe na cidade de Londres a visitar um centro especializado, sem documentos pois esses perdera ele num táxi e mais ainda sem nenhum dólar, euro ou libra! Perante tal situação, continuou escrevendo, não restara ao Sr. Dr., outra alternativa, senão mandar um SOS, solicitando $1900 dólares com urgência máxima para resolver problemas inadiáveis, a todos seus irmãos, amigos ou aqueles que constam do seu endereço electrónico!
A verdade é que meu irmão não viajou nesses dias para o estrangeiro, está no seu posto de trabalho todo tempo, participou dos cultos da sua igreja, cuidou da sua família e visitou os seus. Não foi a Europa e nem a Londres! Não perdeu os seus documentos e nem ficou desprovido de recursos. Está na Praia surpreso, mas, de bom humor, tentando entender o comportamento desses maus utilizadores das vantagens da net.
De várias latitudes telefonaram familiares e amigos preocupados com nosso irmão! Apreciamos o gesto e solidariedade manifestada. Bem hajam!
Desta vez felizmente, Daniel Ferreira não viajou e nem ficou sem suas pertenças. Fará deslocações no futuro, mas, oramos e desejamos nunca fique sem recursos. Contudo, esta brincadeira de mau gosto, mostrou-nos que ele e nós, podemos contar com os nossos em ocasiões reais e sobretudo difíceis.
Muito gratos pela atenção e generosidade!
A esses escroques, vigaristas and swindler, pedimos misericórdia do Senhor!
Como Paulo escreveu aos filipenses: …”tudo que é verdadeiro, tudo que é honesto, tudo que é justo, tudo que é puro, tudo o que é amável, tudo que é de boa fama, se há algum louvor, nisso pensai.”
- Pr. Adérito Andrade Silves Ferreira -
quinta-feira, 21 de maio de 2009
RECORDANDO
25 anos depois, a classe que entrou em 1984 no SNCV
teve um momento de recolhimento, gratidão e recordações
num dos restaurantes da Praia. Teresa, Ulisses, Ester, Adérito, Maria Antónia e Danilo
Para dias de crise…
Um dos meus colegas, um jovem e por sinal bom pregador do meu ponto de vista, contou há dias a interessante ilustração, mais para fábula, acerca do burrinho que Jesus usou para entrar em Jerusalém no Domingo de Ramos. O burrinho ficou impressionado com a recepção calorosa da população naquele Dia, que não resistiu a comentar: “dentro de dias virei de novo à cidade! Afinal gostara do gesto. Arquitectado, construído!
Entrou cidade dentro e nada aconteceu a não ser povo estranhando animal de carga naquele lugar... percebera que os gritos, palmeiras, animação da cidade, eram para outra Pessoa!
O Dúdú, nosso Emanuel Sá Nogueira me acompanhou há dias numa agradável viagem a Tarrafal de Santiago, apesar da missão que nos levava a Vila no extremo Norte da Ilha gigante.
Pela estrada conversamos sobre muita coisa, enquanto Ildo Lobo nos deliciava com o CD Incondicional, de nível superior.
De repente uma daquelas imagens típicas do interior captou nossa atenção e parámos! Um rapazinho dos seus 8 anos, um burrinho e umas quantas vasilhas cheias de água. Animado o rapazinho respondeu-nos a duas questões simples, permitiu uma foto, dei-lhe a bênção e jubiloso seguiu sua estrada no sopé da Serra Malagueta.
Meu co-piloto no seu jeito característico, discursou alguns bons minutos enaltecendo as qualidades do rapazinho, pelo menos espelhadas na acção observada.
Tomei palavra já perto do Hospital Regional de Santiago Norte para lembrar uma outra viagem e um outro comentário, a propósito da mesma fotografia.
Não pode ser, exclamara o amigo dessa viagem:”direitos da criança beliscados”, “trabalho infantil”! Continuou dizendo que era tempo de estudar, brincar, enfim fazer coisas da idade….
Esperou uma resposta minha que acto contínuo saiu: Não! Apoio à economia doméstica e disciplina infantil!!! Um ataque de riso se apoderou dele ao longo do resto da viagem, enquanto eu mais sério ia explicando que tivera na infância, entre outros cargos o de aprendiz de ajudante de sapateiro!
Na verdade o que me moveu nesta escrita não é defesa dos direitos das crianças, humanos ou dos animais. É simplesmente enfatizar o trabalho prestado por esses burrinhos nas nossas ilhas no apoio às famílias cabo-verdianas. Em dias de crise sobretudo, o saldo é bem positivo!
Se um dia alguém entender “homenagear” alguns animais da nossa terra, quais sejam o cão amigo, o gato caçador, o boi dos trapiches, creio que o BURRO por direito deverá estar na dianteira dessa lista. Em relação ao prémio não é o que mais interessa!
Já agora, porque será que o MESTRE deu indicações precisas acerca do animal que ELE próprio utilizaria para Sua entrada Triunfal em Jerusalém? (Mar.11:1-11)
- Pr. Adérito Andrade Silves Ferreira -
Entrou cidade dentro e nada aconteceu a não ser povo estranhando animal de carga naquele lugar... percebera que os gritos, palmeiras, animação da cidade, eram para outra Pessoa!
O Dúdú, nosso Emanuel Sá Nogueira me acompanhou há dias numa agradável viagem a Tarrafal de Santiago, apesar da missão que nos levava a Vila no extremo Norte da Ilha gigante.
Pela estrada conversamos sobre muita coisa, enquanto Ildo Lobo nos deliciava com o CD Incondicional, de nível superior.
De repente uma daquelas imagens típicas do interior captou nossa atenção e parámos! Um rapazinho dos seus 8 anos, um burrinho e umas quantas vasilhas cheias de água. Animado o rapazinho respondeu-nos a duas questões simples, permitiu uma foto, dei-lhe a bênção e jubiloso seguiu sua estrada no sopé da Serra Malagueta.
Meu co-piloto no seu jeito característico, discursou alguns bons minutos enaltecendo as qualidades do rapazinho, pelo menos espelhadas na acção observada.
Tomei palavra já perto do Hospital Regional de Santiago Norte para lembrar uma outra viagem e um outro comentário, a propósito da mesma fotografia.
Não pode ser, exclamara o amigo dessa viagem:”direitos da criança beliscados”, “trabalho infantil”! Continuou dizendo que era tempo de estudar, brincar, enfim fazer coisas da idade….
Esperou uma resposta minha que acto contínuo saiu: Não! Apoio à economia doméstica e disciplina infantil!!! Um ataque de riso se apoderou dele ao longo do resto da viagem, enquanto eu mais sério ia explicando que tivera na infância, entre outros cargos o de aprendiz de ajudante de sapateiro!
Na verdade o que me moveu nesta escrita não é defesa dos direitos das crianças, humanos ou dos animais. É simplesmente enfatizar o trabalho prestado por esses burrinhos nas nossas ilhas no apoio às famílias cabo-verdianas. Em dias de crise sobretudo, o saldo é bem positivo!
Se um dia alguém entender “homenagear” alguns animais da nossa terra, quais sejam o cão amigo, o gato caçador, o boi dos trapiches, creio que o BURRO por direito deverá estar na dianteira dessa lista. Em relação ao prémio não é o que mais interessa!
Já agora, porque será que o MESTRE deu indicações precisas acerca do animal que ELE próprio utilizaria para Sua entrada Triunfal em Jerusalém? (Mar.11:1-11)
- Pr. Adérito Andrade Silves Ferreira -
De Irmão para Irmãos
Quase todas as semanas eu envio a minha crónica “De irmão para irmãos” a um amigo que não frequenta a nenhuma igreja. Algumas semanas atrás, não me ocorreu mandar e ele“reclamou” dizendo-me com a amizade que nos une desde a nossa meninice: “ Já dei conta que desde que escreveste acerca de mim, não me tens mandado o artigo.” Quis desculpar-me fazendo-lhe entender que apenas aconteceu e que tenho estado um pouco ocupado, razão pela qual tem-me passado da mente. Como bom amigo, ele entendeu muito bem.
Percebi pela tonalidade da voz, apesar da conversa ter sido ao telefone, que alguma coisa o estava incomodando. Coloquei-me à disposição para algum préstimo caso fosse necessário e possível. Sem entrar em detalhes, se bem que entre nós existe uma abertura total, ele resumiu tudo em poucas palavras dizendo: “ Delfs, sinto-me abatido”.
Pedi permissão para contar-lhe a seguinte história:
O menino com menos de dez anos de idade, tinha ido à escola e regressou à casa na hora de costume. O pai, um alto funcionário, estava trabalhando na empresa. Em casa estavam, como sempre, a mãe e mais dois irmãos, uma menina e um menino, todos ainda na idade pré-escolar. A casa deles ficava situada numa zona suburbana, uma residência cômoda de gente de classe media-alta. Ao entrar, a mãe e os irmãos não estavam na sala; não os viu também na cozinha e percorreu todos os quartos de dormir e não os achou. Estavam na garagem, cada um pendurado a uma corda. Ao lado, a mãe havia deixado uma nota com apenas uma palavra: “Abatimento.”
Para o menino, o choque foi tremendo. Como deveria ter sentido quando viu a mãe e os irmãos naquela situação? Certamente este estado de alma vai perdurar por toda a vida. Qual teria sido a reacção do marido e pai ao tomar conhecimento da notícia?
Obviamente que as tragédias não nascem do nada. O que foi então que provocou tudo isto? A família vista a olhos nus, era feliz. O marido tinha um bom emprego. A jovem esposa era bonita. Os três meninos eram um encanto. A casa em que viviam tinha todas as comodidades. Aparentemente não tinham problemas.
Os vizinhos, familiares e parentes não conseguiam encontrar nenhuma explicação plausível. Não foi crime cometido por outrém, não foi loucura, e a única razão ficou toda expressa na única palavra que a mulher deixou escrita; “abatimento.”
Ela nunca havia dado sinal de angústia. Guardava tudo internamente e sofria dentro dela. Contudo chegou o dia em que ela não conseguiu mais suportar. Num instante, como uma casa que se desaba, ela toma uma decisão fatal.
É de se lamentar, mas ela não é a única, nem a primeira pessoa que sofre de abatimento.
O grande Salmista Davi, apenas nos Salmos 42 e 43, escreve três vezes estas palavras: “ Porque estás abatida oh minha alma?” mostrando que o abatimento ataca a qualquer pessoa não importa o “grau” de espiritualidade.
Das três vezes que Davi menciona aquelas palavras, o rei também não deixa de referir, por três vezes, estas outras: “Espera em Deus, pois ainda o louvarei...”
Apesar de ninguém estar livre de momentos de abatimento, a fé no amor de Deus, e a esperança da Sua ajuda, nos livram de um estado de ânimo assim. A única coisa a fazer é dar permissão a Deus de entrar na nossa vida, pois quando Cristo mora em nós, há recursos contra o abatimento.
Meu amigo escutou atenta e pacientemente toda a narrativa e fiquei com a sensação de que de uma forma ou outra ele tirou algum proveito para o seu estado de alma.
É esta mesma história que quero compartilhar com todos os meus irmãos, no sentido de todos terem condições de combater este mal que vem assolando a maioria de nós.
Entregar tudo nas mãos d’Aquele que tem todo o poder.
Percebi pela tonalidade da voz, apesar da conversa ter sido ao telefone, que alguma coisa o estava incomodando. Coloquei-me à disposição para algum préstimo caso fosse necessário e possível. Sem entrar em detalhes, se bem que entre nós existe uma abertura total, ele resumiu tudo em poucas palavras dizendo: “ Delfs, sinto-me abatido”.
Pedi permissão para contar-lhe a seguinte história:
O menino com menos de dez anos de idade, tinha ido à escola e regressou à casa na hora de costume. O pai, um alto funcionário, estava trabalhando na empresa. Em casa estavam, como sempre, a mãe e mais dois irmãos, uma menina e um menino, todos ainda na idade pré-escolar. A casa deles ficava situada numa zona suburbana, uma residência cômoda de gente de classe media-alta. Ao entrar, a mãe e os irmãos não estavam na sala; não os viu também na cozinha e percorreu todos os quartos de dormir e não os achou. Estavam na garagem, cada um pendurado a uma corda. Ao lado, a mãe havia deixado uma nota com apenas uma palavra: “Abatimento.”
Para o menino, o choque foi tremendo. Como deveria ter sentido quando viu a mãe e os irmãos naquela situação? Certamente este estado de alma vai perdurar por toda a vida. Qual teria sido a reacção do marido e pai ao tomar conhecimento da notícia?
Obviamente que as tragédias não nascem do nada. O que foi então que provocou tudo isto? A família vista a olhos nus, era feliz. O marido tinha um bom emprego. A jovem esposa era bonita. Os três meninos eram um encanto. A casa em que viviam tinha todas as comodidades. Aparentemente não tinham problemas.
Os vizinhos, familiares e parentes não conseguiam encontrar nenhuma explicação plausível. Não foi crime cometido por outrém, não foi loucura, e a única razão ficou toda expressa na única palavra que a mulher deixou escrita; “abatimento.”
Ela nunca havia dado sinal de angústia. Guardava tudo internamente e sofria dentro dela. Contudo chegou o dia em que ela não conseguiu mais suportar. Num instante, como uma casa que se desaba, ela toma uma decisão fatal.
É de se lamentar, mas ela não é a única, nem a primeira pessoa que sofre de abatimento.
O grande Salmista Davi, apenas nos Salmos 42 e 43, escreve três vezes estas palavras: “ Porque estás abatida oh minha alma?” mostrando que o abatimento ataca a qualquer pessoa não importa o “grau” de espiritualidade.
Das três vezes que Davi menciona aquelas palavras, o rei também não deixa de referir, por três vezes, estas outras: “Espera em Deus, pois ainda o louvarei...”
Apesar de ninguém estar livre de momentos de abatimento, a fé no amor de Deus, e a esperança da Sua ajuda, nos livram de um estado de ânimo assim. A única coisa a fazer é dar permissão a Deus de entrar na nossa vida, pois quando Cristo mora em nós, há recursos contra o abatimento.
Meu amigo escutou atenta e pacientemente toda a narrativa e fiquei com a sensação de que de uma forma ou outra ele tirou algum proveito para o seu estado de alma.
É esta mesma história que quero compartilhar com todos os meus irmãos, no sentido de todos terem condições de combater este mal que vem assolando a maioria de nós.
Entregar tudo nas mãos d’Aquele que tem todo o poder.
Delfino Andrade Silves Ferreira
Tempo de Loucura
Esforcei-me para identificar aquela senhora já sexagenária que numa das minhas passagens pela ilha, a par de outras pessoas, tinha sido apresentada para controle.
Parca em palavras, tardava em falar de si e eu não dispunha de nenhum registo que pudesse ajudar-me.
A aparência, embora não me parecesse estranha não foi suficiente e a tonalidade da voz não me ajudou muito.
O enigma não estava ainda decifrado, mas fiquei mais tranquilo ao supor, racionalmente, que era o jeito próprio dela de lidar com as pessoas às quais aceitou confiar parte dolorosa da sua vida.
Tive que puxar a conversa, à procura de algo que pudesse ser alguma referência, já que ela, desde o início, tinha mostrado que me conhecia, chegando mesmo a citar o meu nome.
Sem ter dado pela minha astúcia ela disse: - Por causa de uns ferimentos fiquei com problemas na cabeça!
Enquanto ela falava com a mesma ternura, lembrei-me, subitamente, daquela mulher que tinha visto alguns anos antes, narrando as acusações veladas, a perseguição e o desespero que quase a levaram à morte, o internamento na Praia, o ser médico de então, por sinal natural da mesma ilha e a brejeirice deste.
Sem nunca pronunciar a palavra, fez-me entender que era tida por feiticeira e que o desespero tinha chegado ao limite suportável quando acusada pela morte de uma criança da vizinhança.
- Não tive outra saída senão pular de uma rocha e daí os ferimentos e os problemas na cabeça.
Após o regresso da Praia, sozinha, sentindo-se hostilizada e perseguida, desfez-se de tudo o que possuía no povoado e rumou para a vila de onde praticamente nunca mais saiu.
Sabia do resto, mas confesso que queria ver se ela podia pronunciar a palavra proscrita. Disfarcei alguma ironia e, falsamente, quis saber o que o médico lhe teria dito para merecer tal fama.
Tentando esforçar um sorriso afirmou:
- Ele era muito brincalhão. Disse-me que estava autorizada a fazer o mesmo serviço com todas as crianças da ilha.
Notava nela um certo embaraço. Sem se recompor, com uma das mãos espalmada no rosto e a cabeça curvada, sempre com a mesma cadência, balbuciou:
- De então para cá fiquei doente, sempre com esta tristeza, esta mágoa…!
Calou-se e continuou a olhar para o regaço, cheia de tristeza e mágoa, que a acompanham há muito tempo. Tempo de loucura!
- Daniel Silves Ferreira –
Psiquiatra
Parca em palavras, tardava em falar de si e eu não dispunha de nenhum registo que pudesse ajudar-me.
A aparência, embora não me parecesse estranha não foi suficiente e a tonalidade da voz não me ajudou muito.
O enigma não estava ainda decifrado, mas fiquei mais tranquilo ao supor, racionalmente, que era o jeito próprio dela de lidar com as pessoas às quais aceitou confiar parte dolorosa da sua vida.
Tive que puxar a conversa, à procura de algo que pudesse ser alguma referência, já que ela, desde o início, tinha mostrado que me conhecia, chegando mesmo a citar o meu nome.
Sem ter dado pela minha astúcia ela disse: - Por causa de uns ferimentos fiquei com problemas na cabeça!
Enquanto ela falava com a mesma ternura, lembrei-me, subitamente, daquela mulher que tinha visto alguns anos antes, narrando as acusações veladas, a perseguição e o desespero que quase a levaram à morte, o internamento na Praia, o ser médico de então, por sinal natural da mesma ilha e a brejeirice deste.
Sem nunca pronunciar a palavra, fez-me entender que era tida por feiticeira e que o desespero tinha chegado ao limite suportável quando acusada pela morte de uma criança da vizinhança.
- Não tive outra saída senão pular de uma rocha e daí os ferimentos e os problemas na cabeça.
Após o regresso da Praia, sozinha, sentindo-se hostilizada e perseguida, desfez-se de tudo o que possuía no povoado e rumou para a vila de onde praticamente nunca mais saiu.
Sabia do resto, mas confesso que queria ver se ela podia pronunciar a palavra proscrita. Disfarcei alguma ironia e, falsamente, quis saber o que o médico lhe teria dito para merecer tal fama.
Tentando esforçar um sorriso afirmou:
- Ele era muito brincalhão. Disse-me que estava autorizada a fazer o mesmo serviço com todas as crianças da ilha.
Notava nela um certo embaraço. Sem se recompor, com uma das mãos espalmada no rosto e a cabeça curvada, sempre com a mesma cadência, balbuciou:
- De então para cá fiquei doente, sempre com esta tristeza, esta mágoa…!
Calou-se e continuou a olhar para o regaço, cheia de tristeza e mágoa, que a acompanham há muito tempo. Tempo de loucura!
- Daniel Silves Ferreira –
Psiquiatra
Impressões…de uma viagem não programada
Voltei a Boavista 9 anos depois para algumas horas, na companhia do Rev. David Araújo, e colega Dr. Danilo em serviço do nosso distrito de Cabo Verde.
Dias antes meu irmão Dany tinha estado na ilha para algumas palestras, e pelo telemóvel me confidenciara que “a nossa ilha” estava mudada! Fiquei ansioso quando o ATR da minha companhia de bandeira fazia aproximação para aterragem em Rabil!
Vislumbrei Povoação Velha a Sul. Estância de Baixo à minha mão direita, e Ribera d´Àgua um pouco mais acima na direcção Norte da Vila.
Estávamos em terra! Gostei do aeroporto internacional que me pareceu de uma arquitectura “não nossa”, mas, que como estão hoje dizendo nossos jovens: “ Ê panha”!!
Chega o Pr. Francisco e o compadre Carmino prontos a nos transportarem a Sal Rei onde o colega Mário e família nos aguardavam.
Saudações e abraços, perguntas e respostas, estávamos na Tcham de Salina dos anos 80.Ví o Stádium Arsénio Ramos e lembrei-me do saudoso Xeninho que veio a emprestar seu nome ao antigo campo Salazar, hoje urbanização de luxo a caminho da Praia de Cabral e Rotchinha!
Sal Rei está diferente, bonita, buliçosa e grande. Zona das barracas considero-a uma circunstância que urge corrigir, como creio que vai ser!
A igreja vai bem, melhor que nos nossos dias. O templo vai ficando pequeno. A família pastoral é querida e o povo reconhece o trabalho de seus servos.
O casal Rodrigues continua com a mesma postura, maturidade, amizade e engajados na Obra! Os filhos são cativantes.
Visitamos a ilha inteira com excepção de Bofareira! Em João Galego e Fundo das Figueiras, vi sinais de desenvolvimento. Cabeça dos Tarrafes vai um pouco atrás…
Estivemos com D. Cecília em “Stanxa”. Que grande bênção vê-la com os seus 94 anos de idade, fiel ao Senhor e com lembranças muito sólidas. Reconheceu o Pr. Araújo, perguntou pela D. Ester e gritou: é o pastor Aderto! Meus olhos ficaram molhados e gratas recordações povoaram minha mente. O coração aqueceu!
Visitamos hotéis de luxo, circulamos por estradas asfaltadas, vimos aviões de grande porte aterrando e descolando. Constatamos que ainda temos povo, almas que precisam de Jesus Cristo como seu Salvador pessoal!
Momento alto foi o culto onde o Superintendente seria o pregador e deveria fazer a comunicação oficial que a Junta da Igreja tinha votado no seu casal pastoral por mais quatro anos. O louvor, testemunhos e actuação de jovens numa coreografia bem ensaiada marcaram. Pediu meu colega que tomasse o púlpito e saudasse a igreja. Fiquei emocionado e consequentemente parco em palavras! Felizmente, Pr. Danilo pôde falar um pouco mais e deixar um bom desafio!
Voltei à Câmara Municipal, falei com meus amigos da Micá, encontrei jogadores da selecção vice-campeã da Taça Solidariedade, fui a Pá Barela, Bom Sossego, mas, Mangueira já não existe! Apresentei algumas condolências…
Já de regresso a Rabil para viagem de regresso à capital, ocorreu-me as deslocações por estradas repletas de areia ou terra batida na companhia da Ester e muitas vezes da Edlyze pequenina. Orei e agradeci a Deus a chamada, termos começado pela Ilha das Dunas e reconfirmar que nosso trabalho nunca é vão no Senhor! Contei tudo à Eliane que não conhece Boa Vista!
I will be back, Boa Vista, nosso primeiro amor ministerial! Obrigado a todos!
Dias antes meu irmão Dany tinha estado na ilha para algumas palestras, e pelo telemóvel me confidenciara que “a nossa ilha” estava mudada! Fiquei ansioso quando o ATR da minha companhia de bandeira fazia aproximação para aterragem em Rabil!
Vislumbrei Povoação Velha a Sul. Estância de Baixo à minha mão direita, e Ribera d´Àgua um pouco mais acima na direcção Norte da Vila.
Estávamos em terra! Gostei do aeroporto internacional que me pareceu de uma arquitectura “não nossa”, mas, que como estão hoje dizendo nossos jovens: “ Ê panha”!!
Chega o Pr. Francisco e o compadre Carmino prontos a nos transportarem a Sal Rei onde o colega Mário e família nos aguardavam.
Saudações e abraços, perguntas e respostas, estávamos na Tcham de Salina dos anos 80.Ví o Stádium Arsénio Ramos e lembrei-me do saudoso Xeninho que veio a emprestar seu nome ao antigo campo Salazar, hoje urbanização de luxo a caminho da Praia de Cabral e Rotchinha!
Sal Rei está diferente, bonita, buliçosa e grande. Zona das barracas considero-a uma circunstância que urge corrigir, como creio que vai ser!
A igreja vai bem, melhor que nos nossos dias. O templo vai ficando pequeno. A família pastoral é querida e o povo reconhece o trabalho de seus servos.
O casal Rodrigues continua com a mesma postura, maturidade, amizade e engajados na Obra! Os filhos são cativantes.
Visitamos a ilha inteira com excepção de Bofareira! Em João Galego e Fundo das Figueiras, vi sinais de desenvolvimento. Cabeça dos Tarrafes vai um pouco atrás…
Estivemos com D. Cecília em “Stanxa”. Que grande bênção vê-la com os seus 94 anos de idade, fiel ao Senhor e com lembranças muito sólidas. Reconheceu o Pr. Araújo, perguntou pela D. Ester e gritou: é o pastor Aderto! Meus olhos ficaram molhados e gratas recordações povoaram minha mente. O coração aqueceu!
Visitamos hotéis de luxo, circulamos por estradas asfaltadas, vimos aviões de grande porte aterrando e descolando. Constatamos que ainda temos povo, almas que precisam de Jesus Cristo como seu Salvador pessoal!
Momento alto foi o culto onde o Superintendente seria o pregador e deveria fazer a comunicação oficial que a Junta da Igreja tinha votado no seu casal pastoral por mais quatro anos. O louvor, testemunhos e actuação de jovens numa coreografia bem ensaiada marcaram. Pediu meu colega que tomasse o púlpito e saudasse a igreja. Fiquei emocionado e consequentemente parco em palavras! Felizmente, Pr. Danilo pôde falar um pouco mais e deixar um bom desafio!
Voltei à Câmara Municipal, falei com meus amigos da Micá, encontrei jogadores da selecção vice-campeã da Taça Solidariedade, fui a Pá Barela, Bom Sossego, mas, Mangueira já não existe! Apresentei algumas condolências…
Já de regresso a Rabil para viagem de regresso à capital, ocorreu-me as deslocações por estradas repletas de areia ou terra batida na companhia da Ester e muitas vezes da Edlyze pequenina. Orei e agradeci a Deus a chamada, termos começado pela Ilha das Dunas e reconfirmar que nosso trabalho nunca é vão no Senhor! Contei tudo à Eliane que não conhece Boa Vista!
I will be back, Boa Vista, nosso primeiro amor ministerial! Obrigado a todos!
Vosso,
Adérito Andrade Silves Ferreira
Adérito Andrade Silves Ferreira
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