quinta-feira, 28 de maio de 2009

De Irmão para Irmãos


Na Praia nos idos dos anos 80, quando alguém queria que uma notícia espalhasse, fosse boato ou verídica, não tinha muitas dificuldades. Era só chamar o Carlos Alberto (se a memória não me falha este é o seu verdadeiro nome) – mais conhecido por Funaná e dar-lhe uma pequena dica da notícia, que ele tomava conta do resto. Em pouco tempo, todo o mundo ficava sabendo de tudo e mais alguma coisa. Esta situação tornára-se tão comum que àquelas pessoas que tinham algum problema de controlo da língua eram cognominadas de Funaná e sempre que punham a boca no trombone, ouviam naquele crioulo fundo de Santiago: “Bu s’ta sima Funaná”.

Numa sociedade em que as notícias, principalmente as más, circulam à velocidade do som, parece que nada de especial concernente à proclamação das Boas Novas tem sido feita.
Já se passaram milhares de anos desde aquela manhã (ou tarde) em que Jesus comissionou os seus discípulos, quero crer, com a maior das incumbências de todos os tempos: “... ide, ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado ...” (S. Mateus 28: 19-20)
Uma tradução feliz podia muito bem ser esta: vai, e fala às pessoas, não importa a quem, de tudo quanto de bom eu (Jesus) fiz na tua vida.
O sinal dos últimos dias são visíveis e contráriamente à divulgação das notícias más, a vinda de Cristo está sendo pouco enfatizada, como se estivesse muito longe de acontecer.
O tempo urge e portanto aproveitemos as oportunidades mesmo na adversidade, para falar de Cristo.
Alguém (não me lembro quem) disse outrora : “espero a vinda de Cristo a qualquer hora, mas não deixo de fazer as minhas obrigações.” Possivelmente muitos de nós se tivessemos de fazer um comentário a esta frase, haveríamos de dizer: “Tenho muitas obrigações a fazer pois a vinda de Jesus ainda está longe”.
Irmãos, como pessoas resgatadas pelo sangue precioso de Jesus, a nossa obrigação é pregar o evangelho, coisa que nos nossos dias, tem de ser feito com veemência, pois os dias são maus. Da mesma forma como fomos abrangidos, procuremos também influenciar a outros.
É possível que fazendo uma introspecção você diga que este é trabalho de pastores, missionários ou pessoas específicas. Eu quero dizer a todos os meus irmãos que com determinação séria e pessoal, mesmo sem muitos dons e talentos, todos nós conseguiremos pois a nossa capacidade vem de Deus.
Nunca me esqueço do testemunho daquele jovem quando cheio da presença do Espírito Santo, e sem palavras para expressar o prazer que sentia depois da mudança operada por Cristo na sua vida, resumiu tudo em poucas palavras: “Dês ki n’sêta Jisus, n’sta xinti frescu.”
Continuo crendo que não há melhor forma do evangelho ser compartilhado do que através do testemunho pessoal. Quando recordo o que disse aquele cego de nascença quando foi curado pelo Mestre, reforço esta convicção de que contra factos não há argumentos. “Antes eu era cego, agora vejo.” Todos quantos andaram no pecado e hoje estão andando com Jesus podem também dizer: “antes era pecador, hoje sou salvo.”
Vou fazer minhas, como convicção pessoal, as palavras de um certo crente em Cristo Jesus quando disse: “Senhor, assim como falas comigo através da tua criação, fala de Jesus aos outros através de mim.”
Podes fazer tuas essas mesmas palavras?
Se sim, és um testemunho vivo de Jesus Cristo.
Delfino Andrade Silves Ferreira