Por anos vivi junto a um porto movimentado.
Pela noite a dentro ouvia-se o apito de barcos. A qualquer hora do dia o cais pulsava de vida. Guindastes suspendiam caixas de formato e procedências mais diversos. Continham desde peças para carros a artigos de mercearia. Uns traziam caracteres orientais, outras letras e números num código qualquer.
Hoje encaixotamos tudo. Os próprios barcos e aviões têm grandes contentores onde a carga é empilhada para transporte rápido e mais seguro. Até quem desejasse, “encaixotar a Deus” e levá-Lo de lado para lado, onde mais urgente se fizesse Sua presença!
A experiência gorou com a chamada Arca da Aliança (ou do Testamento). Tratava-se de objeto central do Tabernáculo, uma espécie de templo portátil dos judeus. Construída de madeira de acácia, revestida de ouro por dentro e por fora, a Arca tinha um metro e 22 centímetros de comprido, por 76,23 centímetros de largura. Servia, especialmente, pára guardar as duas tábuas da Lei. Havia também nela uma vara simbólica pertencente ao sacerdote Arão, e um vaso com maná – tipo de alimento que salvou o povo na sua peregrinação pelo deserto.
As dimensões modestas e o conteúdo da Arca não traduzem, de forma alguma, a vastidão da importância que os antigos deram a esta caixa misteriosa. Era mais que a bandeira duma nação. Simbolizava a presença real de Deus no meio dum povo. A Arca recebia honras negadas a qualquer mortal. Só poderia ser transportada por um grupo seleto de pessoas sujeitas a rigorosos rituais de purificação.
Lemos dum episódio nacional no qual foi dada à Arca relevo extraordinário (I Samuel4). O país estava em guerra. O povo que se afiliava a Deus, professando possui-lo em exclusivo, marchou ao campo de batalha onde sofreu pesada derrota. Foi então que se lembraram da Arca. E se a levassem para o centro da refrega? Não representava a Arca a presença imediata de Deus? Por certo, pensavam eles, nada poderia derrotá-los tendo Deus a seu lado.
Levaram a Arca para a batalha. Mas, para surpresa de muitos, sofreram a mais pesada derrota. Fugiram em pânico. Afinal, a Arca não os livrara!...
Como então, ainda hoje temos a fantasia de conter Deus em símbolos, relíquias, lugares e templos aonde vamos à busca de milagres. Mas é impossível “encaixotar” Deus, limitá-lO, manejá-lO a nosso gosto, pô-lO a nosso lado em aventuras e conquistas de qualquer ordem.
Deus não pode ser contido em objetos de culto, preservado em superstições ou em saudosismo histórico. O único lugar que Ele pretende ocupar é o coração. Deus não deseja ser usado como arma de defesa em horas tensas, mas ser o Amigo que permanece em nós a todo o instante. Jesus Cristo disse a uma mulher de Samaria que O interrogava acerca de lugares preferidos de Deus para receber culto ou adoração: “Deus é Espírito, e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade” (I João 4:24).
Mais e melhor do que numa caixa dourada, podemos ter Deus no coração. O próprio Senhor disse, numa analogia preciosa: “Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa” (Apocalipse 3:20)
Pela noite a dentro ouvia-se o apito de barcos. A qualquer hora do dia o cais pulsava de vida. Guindastes suspendiam caixas de formato e procedências mais diversos. Continham desde peças para carros a artigos de mercearia. Uns traziam caracteres orientais, outras letras e números num código qualquer.
Hoje encaixotamos tudo. Os próprios barcos e aviões têm grandes contentores onde a carga é empilhada para transporte rápido e mais seguro. Até quem desejasse, “encaixotar a Deus” e levá-Lo de lado para lado, onde mais urgente se fizesse Sua presença!
A experiência gorou com a chamada Arca da Aliança (ou do Testamento). Tratava-se de objeto central do Tabernáculo, uma espécie de templo portátil dos judeus. Construída de madeira de acácia, revestida de ouro por dentro e por fora, a Arca tinha um metro e 22 centímetros de comprido, por 76,23 centímetros de largura. Servia, especialmente, pára guardar as duas tábuas da Lei. Havia também nela uma vara simbólica pertencente ao sacerdote Arão, e um vaso com maná – tipo de alimento que salvou o povo na sua peregrinação pelo deserto.
As dimensões modestas e o conteúdo da Arca não traduzem, de forma alguma, a vastidão da importância que os antigos deram a esta caixa misteriosa. Era mais que a bandeira duma nação. Simbolizava a presença real de Deus no meio dum povo. A Arca recebia honras negadas a qualquer mortal. Só poderia ser transportada por um grupo seleto de pessoas sujeitas a rigorosos rituais de purificação.
Lemos dum episódio nacional no qual foi dada à Arca relevo extraordinário (I Samuel4). O país estava em guerra. O povo que se afiliava a Deus, professando possui-lo em exclusivo, marchou ao campo de batalha onde sofreu pesada derrota. Foi então que se lembraram da Arca. E se a levassem para o centro da refrega? Não representava a Arca a presença imediata de Deus? Por certo, pensavam eles, nada poderia derrotá-los tendo Deus a seu lado.
Levaram a Arca para a batalha. Mas, para surpresa de muitos, sofreram a mais pesada derrota. Fugiram em pânico. Afinal, a Arca não os livrara!...
Como então, ainda hoje temos a fantasia de conter Deus em símbolos, relíquias, lugares e templos aonde vamos à busca de milagres. Mas é impossível “encaixotar” Deus, limitá-lO, manejá-lO a nosso gosto, pô-lO a nosso lado em aventuras e conquistas de qualquer ordem.
Deus não pode ser contido em objetos de culto, preservado em superstições ou em saudosismo histórico. O único lugar que Ele pretende ocupar é o coração. Deus não deseja ser usado como arma de defesa em horas tensas, mas ser o Amigo que permanece em nós a todo o instante. Jesus Cristo disse a uma mulher de Samaria que O interrogava acerca de lugares preferidos de Deus para receber culto ou adoração: “Deus é Espírito, e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade” (I João 4:24).
Mais e melhor do que numa caixa dourada, podemos ter Deus no coração. O próprio Senhor disse, numa analogia preciosa: “Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa” (Apocalipse 3:20)
Dr. Jorge de Barros