"...Estou a fazer uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?" Neemias 6:3
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Ele é o nosso Emanuel
Logo depois do 5 de Outubro em que celebramos o centenário, o Natal 2008 tomou dianteira nas nossas prioridades enquanto Igreja.
Nos cultos, nas pregações, desafios com os jovens, escola dominical e juniores, e assim nas novas igrejas de Lém-Ferreira, Achada Grande Trás, Achada Mato, S. Martinho Pequeno e Achada de S. Filipe, o espírito de Natal é sentido e compartilhado.
Tivemos dias de excesso de trabalhos e momentos difíceis de ministrar, que só a graça de Deus e SEU grande amor tornaram possível ultrapassar.
Dou graças a Deus porque no momento em que escrevo estas linhas reconheço ser Ele o nosso Emanuel, que nos assistiu na celebração do Natal dos pequeninos, na véspera (24) com “ Ele é a Luz do Mundo”, na distribuição de dezenas de cabazes, na confraternização com os reclusos da cadeia central ou na comunidade terapêutica de granja em S. Filipe. Mas, ainda há mais! Ver dezenas de cartões e mensagens alusivas à Quadra de muitas paragens, avançarmos rapidamente para uma oferta histórica a favor do evangelismo nacional ou a árvore de Natal apinhada de prendas…
Devo uma palavra a todos os familiares, colegas de ministério, amigos, irmãos no estrangeiro, governantes e o simples cidadão que faz questão do “bom dia senhor pastor”, cada manhã que chego ao escritório.
Natal nas visitas pastorais e encontros com estudantes em férias, no novo visual da igreja e na cidade com sua azáfama interessante.
Espero ansiosamente o culto de vigília, com a ceia, queima de votos, o abraço com votos de Feliz Ano Novo e a festa social em preparação.
Quero a todos desejar uma Quadra repleta de alegrias e um ano 2009 cheio de realizações para Sua Honra e Glória.
- Pastor Adérito Silves Ferreira –
Nos cultos, nas pregações, desafios com os jovens, escola dominical e juniores, e assim nas novas igrejas de Lém-Ferreira, Achada Grande Trás, Achada Mato, S. Martinho Pequeno e Achada de S. Filipe, o espírito de Natal é sentido e compartilhado.
Tivemos dias de excesso de trabalhos e momentos difíceis de ministrar, que só a graça de Deus e SEU grande amor tornaram possível ultrapassar.
Dou graças a Deus porque no momento em que escrevo estas linhas reconheço ser Ele o nosso Emanuel, que nos assistiu na celebração do Natal dos pequeninos, na véspera (24) com “ Ele é a Luz do Mundo”, na distribuição de dezenas de cabazes, na confraternização com os reclusos da cadeia central ou na comunidade terapêutica de granja em S. Filipe. Mas, ainda há mais! Ver dezenas de cartões e mensagens alusivas à Quadra de muitas paragens, avançarmos rapidamente para uma oferta histórica a favor do evangelismo nacional ou a árvore de Natal apinhada de prendas…
Devo uma palavra a todos os familiares, colegas de ministério, amigos, irmãos no estrangeiro, governantes e o simples cidadão que faz questão do “bom dia senhor pastor”, cada manhã que chego ao escritório.
Natal nas visitas pastorais e encontros com estudantes em férias, no novo visual da igreja e na cidade com sua azáfama interessante.
Espero ansiosamente o culto de vigília, com a ceia, queima de votos, o abraço com votos de Feliz Ano Novo e a festa social em preparação.
Quero a todos desejar uma Quadra repleta de alegrias e um ano 2009 cheio de realizações para Sua Honra e Glória.
- Pastor Adérito Silves Ferreira –
A HORA DE DEUS
Certa vez perguntou Napoleão a um oficial às ordens: “Que horas são?”
O homem respondeu-lhe: “Às que Vossa Majestade ordenar”.
Mais tarde, Napoleão e todos os que o bajulavam aprenderam que as conquistas e vitórias do homem de mais êxito são relativas. Há terrenos sagrados onde pára a nossa influência. Não podemos alterar as horas do relógio da eternidade. Elas pertencem a Deus – e só a Ele.
O regresso de Cristo à terra é uma realidade inevitável do relógio de Deus.
Para muitos será um acontecimento festivo, esperado com impaciência. Eles anseiam ver a Cristo.
Para alguns, a passagem pela Terra tem sido mais fácil e agradável. Gozaram o benefício do nascimento em certas famílias e latitudes; desfrutam de boa saúde; têm amigos; possuem conforto. Como dizemos, “a vida lhes corre bem”.
Mas há um outro grupo para quem o sol não brilha tanto. Fechados em prisões, confinados a leitos ou asilos, esquecidos e sub-alimentados, criticados, perseguidos – sonham com um dia e um mundo melhores. Se estas pessoas são crentes, terão murmurado tantas vezes a oração do Apocalipse: “Ora vem, Senhor Jesus”. Para os que negam a Sua vinda, ela será também realidade. A Escritura diz que o regresso de Jesus produzirá a maior confusão de toda história, uma hora de surpresa e remorso. Aterrorizados, homens quererão fugir da realidade pelas portas da morte; mas esta que tem sido tão voraz, fugirá de todos.
Para os que crêem nessa vinda, ela será gloriosa, o fim da tribulação da criatura humana.
Falamos por vezes do fato como se estivesse tão recuados no tempo que em nada nos interessasse, pois só dirá respeito a gerações futuras. Pois, aqui está a surpresa. A hora de Deus é secreta e pode estar mais perto do que pensamos.
As Escrituras falam de sinais dos tempos: guerras, pestes, fomes, apostasia, conflitos nos ares, terremotos.
O falso alarme de alguns tem trazido um certo descrédito ao aviso. Mas excentricidades dos marcadores de datas não devem impedir a nossa vigilância aturada. Cristo vem.
- Dr. Jorge de Barros –
O homem respondeu-lhe: “Às que Vossa Majestade ordenar”.
Mais tarde, Napoleão e todos os que o bajulavam aprenderam que as conquistas e vitórias do homem de mais êxito são relativas. Há terrenos sagrados onde pára a nossa influência. Não podemos alterar as horas do relógio da eternidade. Elas pertencem a Deus – e só a Ele.
O regresso de Cristo à terra é uma realidade inevitável do relógio de Deus.
Para muitos será um acontecimento festivo, esperado com impaciência. Eles anseiam ver a Cristo.
Para alguns, a passagem pela Terra tem sido mais fácil e agradável. Gozaram o benefício do nascimento em certas famílias e latitudes; desfrutam de boa saúde; têm amigos; possuem conforto. Como dizemos, “a vida lhes corre bem”.
Mas há um outro grupo para quem o sol não brilha tanto. Fechados em prisões, confinados a leitos ou asilos, esquecidos e sub-alimentados, criticados, perseguidos – sonham com um dia e um mundo melhores. Se estas pessoas são crentes, terão murmurado tantas vezes a oração do Apocalipse: “Ora vem, Senhor Jesus”. Para os que negam a Sua vinda, ela será também realidade. A Escritura diz que o regresso de Jesus produzirá a maior confusão de toda história, uma hora de surpresa e remorso. Aterrorizados, homens quererão fugir da realidade pelas portas da morte; mas esta que tem sido tão voraz, fugirá de todos.
Para os que crêem nessa vinda, ela será gloriosa, o fim da tribulação da criatura humana.
Falamos por vezes do fato como se estivesse tão recuados no tempo que em nada nos interessasse, pois só dirá respeito a gerações futuras. Pois, aqui está a surpresa. A hora de Deus é secreta e pode estar mais perto do que pensamos.
As Escrituras falam de sinais dos tempos: guerras, pestes, fomes, apostasia, conflitos nos ares, terremotos.
O falso alarme de alguns tem trazido um certo descrédito ao aviso. Mas excentricidades dos marcadores de datas não devem impedir a nossa vigilância aturada. Cristo vem.
- Dr. Jorge de Barros –
Natal
Chegou mais um Natal. Movimento pelas ruas, compras, prendas para amigos e queridos, projetos de uma ceia melhorada... Cartões de boas-festas cruzando os ares e os oceanos, mensageiros da nossa lembrança a amigos distantes...
Para muitos, isto é tudo, é o Natal. Em se apagando as velas ou as luzes multicores das ruas enfeitadas – tudo cai na penumbra do costume. E o tédio vai, de novo, dominar os corações, apagando a última réstia do esplendor fugaz das festas que já fazem parte de um passado...
Mas “levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz”, pois “o povo que andava em trevas viu uma grande luz!”.
Para o crente, cada Natal é um atiçar a chama da Luz que, um dia, brilhou em seu coração. Essa Luz é Jesus, que resplandeceu há vinte séculos sob a forma de uma brilhante estrela e guiou sábios à verdadeira Fonte de Sabedoria.
Para o crente, cada Natal é, ainda, uma oportunidade esplêndida de empunhar o facho da “grande luz” para levar as “Novas de grande alegria para todo o povo”.
A mensagem que, séculos atrás, os anjos proclamaram sobre as Campinas de Belém, será a sua mensagem ao povo que “anda em trevas”- seja ele um amigo, um superior, um colega, o vizinho ou o familiar mais chegado: “... vos nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor!”.
E que farei para pagar...?
Oh! Jamais poderia pagar tal Dádiva de Amor divino!
Então, que farei para demonstrar toda a minha profunda e eterna gratidão pelo amor de Deus por mim? Darei sobejos, restos de que já não preciso? Jesus terá o último lugar na minha lista de prendas?
Deus deu o Seu Filho Unigênito – por amor, a mim e a ti.
Jesus deixou a Sua Glória e deu-Se na Pessoa de um Bebê – para a minha e a tua salvação.
Dá, pois, uma oferta sacrifical a Jesus, no Seu Natal.
Dá mais do que julgas poder ou projetavas dar.
Não dês apenas com a mente e as mãos – mas com todo o coração.
Não contes o número de notas ou moedas que podes dispensar – mas o montante do amor que queres ofertar ao teu Salvador e Senhor!
E haverá alegria no céu porque voltou a achar-se Amor neste Natal. Virá do teu coração, quando deres a tua contribuição para a Salvação de almas, através da tua oferta de Natal.
Para muitos, isto é tudo, é o Natal. Em se apagando as velas ou as luzes multicores das ruas enfeitadas – tudo cai na penumbra do costume. E o tédio vai, de novo, dominar os corações, apagando a última réstia do esplendor fugaz das festas que já fazem parte de um passado...
Mas “levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz”, pois “o povo que andava em trevas viu uma grande luz!”.
Para o crente, cada Natal é um atiçar a chama da Luz que, um dia, brilhou em seu coração. Essa Luz é Jesus, que resplandeceu há vinte séculos sob a forma de uma brilhante estrela e guiou sábios à verdadeira Fonte de Sabedoria.
Para o crente, cada Natal é, ainda, uma oportunidade esplêndida de empunhar o facho da “grande luz” para levar as “Novas de grande alegria para todo o povo”.
A mensagem que, séculos atrás, os anjos proclamaram sobre as Campinas de Belém, será a sua mensagem ao povo que “anda em trevas”- seja ele um amigo, um superior, um colega, o vizinho ou o familiar mais chegado: “... vos nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor!”.
E que farei para pagar...?
Oh! Jamais poderia pagar tal Dádiva de Amor divino!
Então, que farei para demonstrar toda a minha profunda e eterna gratidão pelo amor de Deus por mim? Darei sobejos, restos de que já não preciso? Jesus terá o último lugar na minha lista de prendas?
Deus deu o Seu Filho Unigênito – por amor, a mim e a ti.
Jesus deixou a Sua Glória e deu-Se na Pessoa de um Bebê – para a minha e a tua salvação.
Dá, pois, uma oferta sacrifical a Jesus, no Seu Natal.
Dá mais do que julgas poder ou projetavas dar.
Não dês apenas com a mente e as mãos – mas com todo o coração.
Não contes o número de notas ou moedas que podes dispensar – mas o montante do amor que queres ofertar ao teu Salvador e Senhor!
E haverá alegria no céu porque voltou a achar-se Amor neste Natal. Virá do teu coração, quando deres a tua contribuição para a Salvação de almas, através da tua oferta de Natal.
- Maria Manuela Barros -
O que Significa o Natal
O Natal tem uma variedade de significados conforme as adaptações que tem sofrido. Para o mundo de negócios, é um incremento financeiro. Para muitos vendedores e empregados comerciais, é uma experiência exaustiva e sem graça. Para os da alta roda, é uma espetacular reunião social. Para muitos outros, um tempo de férias e festas. Aeroportos movimentados, auto-estradas congestionadas, lojas apinhadas e pessoas exaustas tornaram-se os símbolos do Natal.
Para o cristão, contudo, o Natal é a comemoração do nascimento do nosso Salvador – rico em herança e tradição, em louvor e adoração. São os cânticos natalícios, as representações, a música, os serviços tradicionais da igreja. São saudações coloridas mandadas e recebidas de longe. É a reunião dos queridos, a troca de prendas e a exuberância das crianças à volta da árvore de Natal. Mas, além de tudo, o Natal é adoração e louvor a Deus pela Sua maior dádiva ao nosso mundo – Cristo.
O Natal nos recorda que somos amados. João 3:16 declara que: “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito”. A quadra do Natal, com o seu entusiasmo e amizade e as estreitas relações familiares, traz-nos a bela mensagem de que não estamos sós e esquecidos. Saudações calorosas relembram-nos velhas e duradouras amizades ou são simples símbolos que nos lembram um amor maior e o cuidado do nosso Pai Celestial.
O Natal é também um modo de recordar que Cristo é a última esperança para o nosso mundo desnorteado. A mensagem dos anjos quando o Salvador nasceu: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lucas 2:14), pode guiar a nossa época para o seu sonho remoto de um mundo de paz. Devemos admitir que temos assistido a poucos resultados no esforço humano para alcançar a fraternidade mundial e uma paz duradoura. O fato será uma evidência da inaptidão da mensagem cristã, ou será antes um mudo testemunho de que a espécie humana tem falhado em compreender o verdadeiro significado dessa mensagem e aceitar as condições impostas por Cristo para construção de um mundo melhor? Estamos a observar presentemente o colapso das filosofias humanistas e materialistas e dos processos sociológicos que não tem fundamentos morais e espirituais. Simão Pedro deu a resposta na sua réplica histórica a Jesus, em João 6:68, tão atual para o seu tempo como para o nosso: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna”.
- Dr. Charles H. Strickland –
Para o cristão, contudo, o Natal é a comemoração do nascimento do nosso Salvador – rico em herança e tradição, em louvor e adoração. São os cânticos natalícios, as representações, a música, os serviços tradicionais da igreja. São saudações coloridas mandadas e recebidas de longe. É a reunião dos queridos, a troca de prendas e a exuberância das crianças à volta da árvore de Natal. Mas, além de tudo, o Natal é adoração e louvor a Deus pela Sua maior dádiva ao nosso mundo – Cristo.
O Natal nos recorda que somos amados. João 3:16 declara que: “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito”. A quadra do Natal, com o seu entusiasmo e amizade e as estreitas relações familiares, traz-nos a bela mensagem de que não estamos sós e esquecidos. Saudações calorosas relembram-nos velhas e duradouras amizades ou são simples símbolos que nos lembram um amor maior e o cuidado do nosso Pai Celestial.
O Natal é também um modo de recordar que Cristo é a última esperança para o nosso mundo desnorteado. A mensagem dos anjos quando o Salvador nasceu: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lucas 2:14), pode guiar a nossa época para o seu sonho remoto de um mundo de paz. Devemos admitir que temos assistido a poucos resultados no esforço humano para alcançar a fraternidade mundial e uma paz duradoura. O fato será uma evidência da inaptidão da mensagem cristã, ou será antes um mudo testemunho de que a espécie humana tem falhado em compreender o verdadeiro significado dessa mensagem e aceitar as condições impostas por Cristo para construção de um mundo melhor? Estamos a observar presentemente o colapso das filosofias humanistas e materialistas e dos processos sociológicos que não tem fundamentos morais e espirituais. Simão Pedro deu a resposta na sua réplica histórica a Jesus, em João 6:68, tão atual para o seu tempo como para o nosso: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna”.
- Dr. Charles H. Strickland –
sábado, 29 de novembro de 2008
Acção de Graças
Sou grato a Deus por tudo! Pelo milagre da salvação, santificação e chamada. Pela Edlyze e Eliane, bençãos de Deus. Pelo país e pela cidade. Por amigos e conhecidos. Grato pelas igrejas por onde temos passado e por esta desafiadora da Praia. Por colegas nas ilhas e na diáspora que facilitam. Realmente tenho motivos de Gratidão!
Ester, completou ontem mais um ano de vida. Continua jovem, mãe cuidadosa, esposa exemplar, pastora com nível, conselheira e amiga das coisas de Deus!
Nesses últimos dias tive outra vez a ocasião de estar com os meus em Bóston. Estão bem e graças a Deus com bem testemunho!
Sou grato a Deus pelo Delfim e Sandra que são exemplos no servir aos outros. A Sozinha e Juancho pela generosidade sem medida. A Nela e Brandão pelos gestos silenciosos que têm e que marcam sempre. Grato pelo Luís e Mazé que são nossos.
Os muitos sobrinhos são bênçãos de Deus e tudo querem fazer para alegrar o coração do tio que querem bem.
Viajar há dias com mámá de Bóston a Praia deu-me prazer imenso. Ser recebido pelo Dany e saber que Edith e meninos são fiéis a Jesus alegra-me. Ver Luísa e Daniel sempre amigos com as sobrinhas lindas faz-me outra vez grato.
Ter mana Lena e irmão Zeca com famílias encantadoras motiva-me.
Mas, quero compartilhar convosco duas mensagens que recebemos neste mês de Novembro em que somos chamados a GRATIDÃO!
“Adérito, eu não posso dizer o quanto significou para nossa família que tivesse vindo de Cabo Verde para falar no funeral de nossa mãe. Foi muito bom ver-te chegar! Dá um grande abraço a todos os nossos amigos em Cabo Verde”.
“ Adérito e Ester, não sei se podem ainda lembrar de mim! Quero vos dizer que o vosso amor, alegria e interesse por mim na Boa Vista, agora deu frutos! Sou vossa irmã em Cristo, membro da igreja em Lisboa e presidindo MNI. A minha decisão tem muito a ver com vosso testemunho. Vocês plantaram a semente no meu coração . Obrigada pelo exemplo que me deram e perdoem-me por tudo. Nunca deixei de pensar em vocês. Sois para mim uma bênção e referência”.
“Que darei eu ao Senhor por todos os Seus benefícios? Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor. Pagarei os meus votos ao Senhor, agora, na presença de todo o seu povo”.
- Feliz Dia de Acção de Graças! -
- Adérito Silves Ferreira -
Ester, completou ontem mais um ano de vida. Continua jovem, mãe cuidadosa, esposa exemplar, pastora com nível, conselheira e amiga das coisas de Deus!
Nesses últimos dias tive outra vez a ocasião de estar com os meus em Bóston. Estão bem e graças a Deus com bem testemunho!
Sou grato a Deus pelo Delfim e Sandra que são exemplos no servir aos outros. A Sozinha e Juancho pela generosidade sem medida. A Nela e Brandão pelos gestos silenciosos que têm e que marcam sempre. Grato pelo Luís e Mazé que são nossos.
Os muitos sobrinhos são bênçãos de Deus e tudo querem fazer para alegrar o coração do tio que querem bem.
Viajar há dias com mámá de Bóston a Praia deu-me prazer imenso. Ser recebido pelo Dany e saber que Edith e meninos são fiéis a Jesus alegra-me. Ver Luísa e Daniel sempre amigos com as sobrinhas lindas faz-me outra vez grato.
Ter mana Lena e irmão Zeca com famílias encantadoras motiva-me.
Mas, quero compartilhar convosco duas mensagens que recebemos neste mês de Novembro em que somos chamados a GRATIDÃO!
“Adérito, eu não posso dizer o quanto significou para nossa família que tivesse vindo de Cabo Verde para falar no funeral de nossa mãe. Foi muito bom ver-te chegar! Dá um grande abraço a todos os nossos amigos em Cabo Verde”.
“ Adérito e Ester, não sei se podem ainda lembrar de mim! Quero vos dizer que o vosso amor, alegria e interesse por mim na Boa Vista, agora deu frutos! Sou vossa irmã em Cristo, membro da igreja em Lisboa e presidindo MNI. A minha decisão tem muito a ver com vosso testemunho. Vocês plantaram a semente no meu coração . Obrigada pelo exemplo que me deram e perdoem-me por tudo. Nunca deixei de pensar em vocês. Sois para mim uma bênção e referência”.
“Que darei eu ao Senhor por todos os Seus benefícios? Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor. Pagarei os meus votos ao Senhor, agora, na presença de todo o seu povo”.
- Feliz Dia de Acção de Graças! -
- Adérito Silves Ferreira -
Tempo de Loucura
Numa das minhas viagens pelo interior da ilha, um homem de média idade, com traças visíveis de uma vida dorida e de luta entrou na sala onde eu estava atendendo um grupo de pacientes que o jovem médico tinha previamente triado.
Depois de o ter nominalmente identificado, constatei que o nome dele não figurava na lista que me tinha sido fornecida. Concluí que se tratava de um individuo de um outro grupo, geralmente seguido no Serviço onde eu trabalhava e que, sempre que por lá aparecia, aproveitava para, entre coisas, renovar a receita ou ar uma pequena fala.
A minha pergunta confirmou-lhe que já não me recordava dele, embora, muito estranhamente, tinha uma vaga ideia daquela fisionomia, ao fim e ao cabo tão parecida com centenas, senão milhares de outras, que as dificuldades da vida foram moldando através do tempo. Só que a minha inquirição apesar do disfarçado esforço de simpatia, tirou-lhe todas as dúvidas.
Algo constrangido, mas com a simplicidade de camponês sorriu sem grande preocupação e disse-me pousadamente: “ Eis o homem que quis matar-se por causa de um dia de trabalho!”
Numa fracção de segundo, vi aquele homem trazido pela esposa, silencioso, cabisbaixo e que continuava sempre com a cabeça curvada entre as duas mãos. A companheira tinha dito que era trabalhador, batalhador até, pai de - já não me lembro bem – de uns seis ou sete filhos.
Conversa puxando conversa, lá fiquei sabendo que, sem razão nenhuma o marido tinha deixado de comer e dormir, mas naquele dia – sem se saber porquê – tinha pulado uma rocha. Soube também que conhecera o homem desde a mocidade já tinham uma vida comum de quase vinte anos sem que nunca tivesse reparado nada de estranho nele. Insistindo um pouco, ela pediu a minha compreensão e reconheceu que “ não a procurava nos últimos três meses”, sem ver nisso qualquer problema. Já um pouco mais solta, revelou que por vezes o considerava “ um pouco brejeiro”. Os contactos regulares foram estabelecidos e pouco a pouco o homem foi soltando as suas dores até que, já razoavelmente restabelecido, contou-me que decidira por termo á vida porque naquela quinzena – considerava – ter sido defraudado de um dia de trabalho. Foi a primeira vez que o ví sorrir. Ainda voltou mais vezes e, salvo o erro até a alta.
Quando soube na missa dominical que eu estaria no concelho decidiu, então, “perder um dia de trabalho só para uma mantenha”. Enfim, queria que eu me lembrasse do homem que quis matar-se por causa de um dia de trabalho. Entregou-me uma sacola, contendo alguns produtos da terra. Vendo o seu ar “brejeiro”, dei uma gargalhada à qual ele correspondeu ruidosamente. Tempo de Loucura!
Depois de o ter nominalmente identificado, constatei que o nome dele não figurava na lista que me tinha sido fornecida. Concluí que se tratava de um individuo de um outro grupo, geralmente seguido no Serviço onde eu trabalhava e que, sempre que por lá aparecia, aproveitava para, entre coisas, renovar a receita ou ar uma pequena fala.
A minha pergunta confirmou-lhe que já não me recordava dele, embora, muito estranhamente, tinha uma vaga ideia daquela fisionomia, ao fim e ao cabo tão parecida com centenas, senão milhares de outras, que as dificuldades da vida foram moldando através do tempo. Só que a minha inquirição apesar do disfarçado esforço de simpatia, tirou-lhe todas as dúvidas.
Algo constrangido, mas com a simplicidade de camponês sorriu sem grande preocupação e disse-me pousadamente: “ Eis o homem que quis matar-se por causa de um dia de trabalho!”
Numa fracção de segundo, vi aquele homem trazido pela esposa, silencioso, cabisbaixo e que continuava sempre com a cabeça curvada entre as duas mãos. A companheira tinha dito que era trabalhador, batalhador até, pai de - já não me lembro bem – de uns seis ou sete filhos.
Conversa puxando conversa, lá fiquei sabendo que, sem razão nenhuma o marido tinha deixado de comer e dormir, mas naquele dia – sem se saber porquê – tinha pulado uma rocha. Soube também que conhecera o homem desde a mocidade já tinham uma vida comum de quase vinte anos sem que nunca tivesse reparado nada de estranho nele. Insistindo um pouco, ela pediu a minha compreensão e reconheceu que “ não a procurava nos últimos três meses”, sem ver nisso qualquer problema. Já um pouco mais solta, revelou que por vezes o considerava “ um pouco brejeiro”. Os contactos regulares foram estabelecidos e pouco a pouco o homem foi soltando as suas dores até que, já razoavelmente restabelecido, contou-me que decidira por termo á vida porque naquela quinzena – considerava – ter sido defraudado de um dia de trabalho. Foi a primeira vez que o ví sorrir. Ainda voltou mais vezes e, salvo o erro até a alta.
Quando soube na missa dominical que eu estaria no concelho decidiu, então, “perder um dia de trabalho só para uma mantenha”. Enfim, queria que eu me lembrasse do homem que quis matar-se por causa de um dia de trabalho. Entregou-me uma sacola, contendo alguns produtos da terra. Vendo o seu ar “brejeiro”, dei uma gargalhada à qual ele correspondeu ruidosamente. Tempo de Loucura!
-Dr. Daniel Silves Ferreira
- Psiquiatra -
Uma Viagem em Outubro
O Superintendente Araújo quis falar comigo com alguma urgência! Entendi ser assunto que reclamava minha presença no escritório distrital. Atravessei a rua e estava lá.
Adérito, D. Glória Henck partiu para estar com o Senhor! Parei por instantes considerando que noticia era aquela!
Algumas boas recordações me vieram à mente e reconheci naquele instante e mais uma vez o riquíssimo ministério do Casal Henck, entre nós, nas ilhas de Cabo Verde.
A decisão estava tomada! Cabo Verde, isto é o distrito devia fazer-se representar nas cerimónias fúnebres de D. Glória. Farás, esta viagem por nós, concluiu o Super!
TACV seguira na véspera no voo directo para Bóston e desde logo viajar via Europa nos pareceu ser a hipótese de lá chegarmos a tempo.
A cerimónia na Alliance Church of the Nazarene em Ohio, estava marcada para as 11:30 AM, de sábado, 11/10/08, onde o Rev. José Delgado seria o pregador e nós no Locust Hill Cemetary, às 14:30 PM.
Saímos da Praia cerca das 13 horas de sexta 10, depois da oração do colega Rev. Araújo no aeroporto para o Sal, depois Lisboa onde passamos a noite e continuar de manhã muito cedo para Amsterdam e chegar a Bóston quase 00:00 horas.
Pastor Delfim como sempre lá estava e desta vez acompanhado da nossa filha Edlyze, com informações precisas de quem é organizado na forma de fazer as coisas. Temos de voltar ao Logan Airport para seguires para Detroit ás 5 da manhã e depois mais um voo para Acron/Canton no Ohio. Percebi que o dia seria longo! Porém, estava animado!
Chego ao pequeno aeroporto em Acron e saio o mais rapidamente possível e encontro um irmão á minha espera. Localizei-o pela folha de papel com este nome bonito: Adérito Ferreira! Rev. Roy pediu-me que viesse buscá-lo e dizer-lhe que a cerimónia só terá seu inicio quando irmão chegar! Meu coração ficou apertado e contive as primeiras lágrimas!
Andamos cerca de 80-100 milhas e estávamos nos aproximando do cemitério, quando o hino “Mais perto quero estar meu Deus de Tí”… bateu-me em cheio e desta vez chorei!!
Mal estacionamos o carro Sr. Roy se dirigiu a mim, com irmão Delgado ao lado e seguido pelos quatro filhos, o Kim, Rex, Kevin e Steven. Abraçou-me e em lágrimas me disse essas palavras que quero guardar para sempre: Adérito, diz ao David e todos os colegas e leigos em Cabo Verde, que estão com este gesto dando-me um grande apoio e a mensagem clara que eu e “GLO”, cumprimos a nossa chamada! E chorou demoradamente ao meu ombro! Os filhos um a um, a começar pelo Kim, agradeceram Cabo Verde e os cabo-verdianos! Vieram os familiares, pastor da igreja e irmãos, cada um á sua maneira, disseram como D. Glória passava o tempo falando de Cabo Verde e pedindo orações constantes!
Era momento de fazer a representação oficial que me levara a OHIO, dando a mensagem do Superintendente e Distrito de Cabo Verde! Rev. Delgado, colega que passei depois desta experiência a respeitar e amar mais, serviu de intérprete e sem saber era “meu ânimo”, naquela hora difícil. Deus foi-nos mais uma vez Fiel e o Espírito Santo se revelou! O tempo quase parou e a brisa suave daquele lugar que jamais esquecerei nos deram a dimensão do viver santo, para alcançarmos as bem-aventuranças eternas.
Todos choramos e cantamos outra vez: …mais perto quero estar”!!!!
Era tempo “de deixarmos D. Glória”! Sr. Roy, Sr. Delgado e eu nos aproximamos do caixão e ouvimos irmão Henck pronunciar estas fortes palavras: “Glo, Deus é testemunha de como te amei ao longo desses anos e tudo fiz para que fossemos felizes! Até um dia! E voltamos a chorar muito!
Ficamos mais um dia com Sr. Roy e família, participando no culto devocional de domingo, mas, tendo conversas e trocas de experiências (a três) Sr. Delgado e eu, cujo valor só eternidade revelará.
Era chegado um outro momento particularmente comovente. No aeroporto em Acron, Sr. Roy fez questão de vos ver embarcar! Oramos na despedida e abraçados choramos. Os pés se tornaram pesados e o anúncio do nosso voo ecoava!
Teria sido, pelo menos para mim, os dedos levantados em sinal de vitória da parte do irmão Roy, a facilitar nosso embarque.
Dentro da sala, eu e irmão Delgado um pouco mais confortados trocamos as primeiras palavras, início de um diálogo muito elevado.
Estava outra vez em Detroit a caminho de Bóston, Amsterdam, Lisboa e Praia.
Já em casa dei o relatório ao Superintendente com Eunice e Ester presentes, enquanto víamos algumas fotos. Choramos e oramos juntos.
Sim, amados foi acertada a decisão de estarmos com Sr. Roy e família, como foi bênção encontrar o irmão Delgado com eles.
Para mim o Casal Henck fez um excelente ministério nestas ilhas deixando marcas que permanecerão. Contudo, Sr. Roy pede desculpas a qualquer um por alguma circunstância ou situação ocorridas nos anos entre nós! E agradece Cabo Verde pelas bênçãos!
- Adérito Silves Ferreira -
Adérito, D. Glória Henck partiu para estar com o Senhor! Parei por instantes considerando que noticia era aquela!
Algumas boas recordações me vieram à mente e reconheci naquele instante e mais uma vez o riquíssimo ministério do Casal Henck, entre nós, nas ilhas de Cabo Verde.
A decisão estava tomada! Cabo Verde, isto é o distrito devia fazer-se representar nas cerimónias fúnebres de D. Glória. Farás, esta viagem por nós, concluiu o Super!
TACV seguira na véspera no voo directo para Bóston e desde logo viajar via Europa nos pareceu ser a hipótese de lá chegarmos a tempo.
A cerimónia na Alliance Church of the Nazarene em Ohio, estava marcada para as 11:30 AM, de sábado, 11/10/08, onde o Rev. José Delgado seria o pregador e nós no Locust Hill Cemetary, às 14:30 PM.
Saímos da Praia cerca das 13 horas de sexta 10, depois da oração do colega Rev. Araújo no aeroporto para o Sal, depois Lisboa onde passamos a noite e continuar de manhã muito cedo para Amsterdam e chegar a Bóston quase 00:00 horas.
Pastor Delfim como sempre lá estava e desta vez acompanhado da nossa filha Edlyze, com informações precisas de quem é organizado na forma de fazer as coisas. Temos de voltar ao Logan Airport para seguires para Detroit ás 5 da manhã e depois mais um voo para Acron/Canton no Ohio. Percebi que o dia seria longo! Porém, estava animado!
Chego ao pequeno aeroporto em Acron e saio o mais rapidamente possível e encontro um irmão á minha espera. Localizei-o pela folha de papel com este nome bonito: Adérito Ferreira! Rev. Roy pediu-me que viesse buscá-lo e dizer-lhe que a cerimónia só terá seu inicio quando irmão chegar! Meu coração ficou apertado e contive as primeiras lágrimas!
Andamos cerca de 80-100 milhas e estávamos nos aproximando do cemitério, quando o hino “Mais perto quero estar meu Deus de Tí”… bateu-me em cheio e desta vez chorei!!
Mal estacionamos o carro Sr. Roy se dirigiu a mim, com irmão Delgado ao lado e seguido pelos quatro filhos, o Kim, Rex, Kevin e Steven. Abraçou-me e em lágrimas me disse essas palavras que quero guardar para sempre: Adérito, diz ao David e todos os colegas e leigos em Cabo Verde, que estão com este gesto dando-me um grande apoio e a mensagem clara que eu e “GLO”, cumprimos a nossa chamada! E chorou demoradamente ao meu ombro! Os filhos um a um, a começar pelo Kim, agradeceram Cabo Verde e os cabo-verdianos! Vieram os familiares, pastor da igreja e irmãos, cada um á sua maneira, disseram como D. Glória passava o tempo falando de Cabo Verde e pedindo orações constantes!
Era momento de fazer a representação oficial que me levara a OHIO, dando a mensagem do Superintendente e Distrito de Cabo Verde! Rev. Delgado, colega que passei depois desta experiência a respeitar e amar mais, serviu de intérprete e sem saber era “meu ânimo”, naquela hora difícil. Deus foi-nos mais uma vez Fiel e o Espírito Santo se revelou! O tempo quase parou e a brisa suave daquele lugar que jamais esquecerei nos deram a dimensão do viver santo, para alcançarmos as bem-aventuranças eternas.
Todos choramos e cantamos outra vez: …mais perto quero estar”!!!!
Era tempo “de deixarmos D. Glória”! Sr. Roy, Sr. Delgado e eu nos aproximamos do caixão e ouvimos irmão Henck pronunciar estas fortes palavras: “Glo, Deus é testemunha de como te amei ao longo desses anos e tudo fiz para que fossemos felizes! Até um dia! E voltamos a chorar muito!
Ficamos mais um dia com Sr. Roy e família, participando no culto devocional de domingo, mas, tendo conversas e trocas de experiências (a três) Sr. Delgado e eu, cujo valor só eternidade revelará.
Era chegado um outro momento particularmente comovente. No aeroporto em Acron, Sr. Roy fez questão de vos ver embarcar! Oramos na despedida e abraçados choramos. Os pés se tornaram pesados e o anúncio do nosso voo ecoava!
Teria sido, pelo menos para mim, os dedos levantados em sinal de vitória da parte do irmão Roy, a facilitar nosso embarque.
Dentro da sala, eu e irmão Delgado um pouco mais confortados trocamos as primeiras palavras, início de um diálogo muito elevado.
Estava outra vez em Detroit a caminho de Bóston, Amsterdam, Lisboa e Praia.
Já em casa dei o relatório ao Superintendente com Eunice e Ester presentes, enquanto víamos algumas fotos. Choramos e oramos juntos.
Sim, amados foi acertada a decisão de estarmos com Sr. Roy e família, como foi bênção encontrar o irmão Delgado com eles.
Para mim o Casal Henck fez um excelente ministério nestas ilhas deixando marcas que permanecerão. Contudo, Sr. Roy pede desculpas a qualquer um por alguma circunstância ou situação ocorridas nos anos entre nós! E agradece Cabo Verde pelas bênçãos!
- Adérito Silves Ferreira -
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Muito Obrigado!
Mesmo que quisesse ocultar tal facto, minha família a começar pela Ester e Eliane, mais próximas, cantaram "só para mim", Feliz Aniversário.
Minha primogénita de Boston, também me saudou com amizade, lembrando que 48 anos tinham chegado!
Meus irmãos de sangue e espiritual ao longo do dia enviaram saudações com votos de forças, saúde, muitos mais anos de vida e bênçãos do Altíssimo. Sou muito grato a todos!
Possa o Senhor conceder-me saúde, paz, sabedoria, bom senso, amor e oportunidade de servi-Lo, na companhia de todos que me são muito queridos.
Um bem-haja!
29/09/1960 - 29/09/2008
Sempre,
Adérito Silves Ferreira
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Mais Graça!
Desde os meus dias de aluno da Escola Dominical, tenho ouvido dezenas de lições e pregações acerca do Bom Samaritano!
Professores e pregadores excelentes têm interpretado com clareza a parábola, mas, nesses dias a dimensão Graça, na passagem me tem acompanhado.
O ano eclesiástico 08/09 é o ano da visitação, do discipulado, da abertura de novas igrejas e Celebração do Centenário da Igreja Internacional.
Como conseguir esses alvos sem a Graça de Deus?
S. Paulo escrevendo aos Romanos em 10:17 diz: “ de sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. Para que isso realmente ocorra a igreja do agora tem de sair do comodismo e começar a valorizar a pessoa, não somente o irmão convertido, mas, aquela pessoa que está sem rumo e sem Deus.
Como mudar essa situação? Temos que analisar a nossa capacidade de comprometimento. O Samaritano não agiu como o sacerdote e o levita, pois o que os impediu de fazer alguma coisa era a lei que proibia tocar em um morto, e o pobre coitado que jazia no chão aparentava estar morto. O Samaritano não tinha o obstáculo da lei, por isso foi, verificou se estava vivo ou morto, constatou que o pobre coitado estava vivo e … FEZ O QUE ESTAVA AO SEU ALCANCE!
Temos de correr este tipo de risco, se desejamos ser ministradores da Sua Graça.
Estudar e dominar os conceitos teóricos da Graça têm seu valor. Ensinar a Graça nos é imposta! Porém, viver a Graça é do convertido e santificado!
Juntos, este ano eclesiástico precisamos de “Mais Graça” e ganhar almas para Cristo, compartilhando Sua Maravilhosa Graça! O mais e o resto é palavreado barato que o nosso mundo está cheio!
"A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam vós todos". Amém!
- Pastor Adérito Silves Ferreira –
Professores e pregadores excelentes têm interpretado com clareza a parábola, mas, nesses dias a dimensão Graça, na passagem me tem acompanhado.
O ano eclesiástico 08/09 é o ano da visitação, do discipulado, da abertura de novas igrejas e Celebração do Centenário da Igreja Internacional.
Como conseguir esses alvos sem a Graça de Deus?
S. Paulo escrevendo aos Romanos em 10:17 diz: “ de sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. Para que isso realmente ocorra a igreja do agora tem de sair do comodismo e começar a valorizar a pessoa, não somente o irmão convertido, mas, aquela pessoa que está sem rumo e sem Deus.
Como mudar essa situação? Temos que analisar a nossa capacidade de comprometimento. O Samaritano não agiu como o sacerdote e o levita, pois o que os impediu de fazer alguma coisa era a lei que proibia tocar em um morto, e o pobre coitado que jazia no chão aparentava estar morto. O Samaritano não tinha o obstáculo da lei, por isso foi, verificou se estava vivo ou morto, constatou que o pobre coitado estava vivo e … FEZ O QUE ESTAVA AO SEU ALCANCE!
Temos de correr este tipo de risco, se desejamos ser ministradores da Sua Graça.
Estudar e dominar os conceitos teóricos da Graça têm seu valor. Ensinar a Graça nos é imposta! Porém, viver a Graça é do convertido e santificado!
Juntos, este ano eclesiástico precisamos de “Mais Graça” e ganhar almas para Cristo, compartilhando Sua Maravilhosa Graça! O mais e o resto é palavreado barato que o nosso mundo está cheio!
"A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam vós todos". Amém!
- Pastor Adérito Silves Ferreira –
O PREÇO
Achei-me entre os que comprimiam para ver uma exibição rara: arte chinesa que remontava a milhares de anos antes de Cristo.
Quando nos aproximamos dos preciosos objectos, ouviram-se comentários sussurrados acerca do preço de tais obras: Incalculável!
Soubemos que não se encontravam seguradas, pois nenhuma companhia se atrevia a fazê-lo: "Não há dinheiro que cubra estas preciosidades", declararam os peritos do mundo.
Constituiu, pois, uma nota engraçada o pedido de uma criança ante um cavalo de ouro maciço maravilhosamente esculpido: "Eu quero aquele cavalo! Compre-me aquele cavalinho!"
O episódio lembra um certo Simão mencionado em Actos 8. Astuto e de grande magnetismo pessoal, não primava pela humildade. Ele mesmo se alcunhava de "grande personagem". A sua arte mágica impressionava o povo. Seguiam-no como se fosse um deus.
Mas o evangelho chegou à sua cidade e Simão ficou deslumbrado com o Espírito Santo. Havia "sinais e grandes maravilhas". Pessoas vulgares recebiam o extraordinário poder. Era exactamente o que Simão desejava!
A Bíblia diz que ele aceitou o evangelho: creu. Nós diríamos que se "converteu". Foi batizado com água: associou-se publicamente à congregação. Ficou de contínuo com os pregadores, tornando-se adepto rico e conceituado.
Entretanto, ainda lhe faltava o Espírito Santo. O mágico pediu então aos apóstolos, oferecendo-lhes dinheiro: "Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo" (v.19).
De qualquer maneira, o erro de Simão tende a sobreviver.
Primeiro, pela aberração ligada à finalidade do Espírito Santo no crente: não é o poder de fazer prodígios em outros, de produzir malabarismos espirituais, mas de viver um milagre acontecido em nós mesmos: purificados pela fé.
Simão revelou, também, o erro de procurar obter o espírito à custa de bens, méritos ou sacrifícios pessoais. Muitos cristãos bem intencionados flagelaram os corpos e tuberculizaram-se em jejuns cruéis, na busca da santidade.
É Pedro quem toca na ferida mortal de Simão: "Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é recto" (v.21).
Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito recto. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo (Salmo 51:10-11).
- Dr. Jorge de Barros -
Quando nos aproximamos dos preciosos objectos, ouviram-se comentários sussurrados acerca do preço de tais obras: Incalculável!
Soubemos que não se encontravam seguradas, pois nenhuma companhia se atrevia a fazê-lo: "Não há dinheiro que cubra estas preciosidades", declararam os peritos do mundo.
Constituiu, pois, uma nota engraçada o pedido de uma criança ante um cavalo de ouro maciço maravilhosamente esculpido: "Eu quero aquele cavalo! Compre-me aquele cavalinho!"
O episódio lembra um certo Simão mencionado em Actos 8. Astuto e de grande magnetismo pessoal, não primava pela humildade. Ele mesmo se alcunhava de "grande personagem". A sua arte mágica impressionava o povo. Seguiam-no como se fosse um deus.
Mas o evangelho chegou à sua cidade e Simão ficou deslumbrado com o Espírito Santo. Havia "sinais e grandes maravilhas". Pessoas vulgares recebiam o extraordinário poder. Era exactamente o que Simão desejava!
A Bíblia diz que ele aceitou o evangelho: creu. Nós diríamos que se "converteu". Foi batizado com água: associou-se publicamente à congregação. Ficou de contínuo com os pregadores, tornando-se adepto rico e conceituado.
Entretanto, ainda lhe faltava o Espírito Santo. O mágico pediu então aos apóstolos, oferecendo-lhes dinheiro: "Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo" (v.19).
De qualquer maneira, o erro de Simão tende a sobreviver.
Primeiro, pela aberração ligada à finalidade do Espírito Santo no crente: não é o poder de fazer prodígios em outros, de produzir malabarismos espirituais, mas de viver um milagre acontecido em nós mesmos: purificados pela fé.
Simão revelou, também, o erro de procurar obter o espírito à custa de bens, méritos ou sacrifícios pessoais. Muitos cristãos bem intencionados flagelaram os corpos e tuberculizaram-se em jejuns cruéis, na busca da santidade.
É Pedro quem toca na ferida mortal de Simão: "Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é recto" (v.21).
Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito recto. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo (Salmo 51:10-11).
- Dr. Jorge de Barros -
Tempo de Loucura
Tudo começou quando tive de pensar na forma que me parecia mais acessível para uma exposição sobre “a violência e a saúde mental das crianças. Pretendia uma grande viagem ao passado de modo a poder dispor de algumas ideias e depois poder organizá-las para o que me fora proposto. Contudo, não fui além deste nosso ano que foi consagrado à cultura da paz e que vem sendo comemorado, por vezes, com uma indisfarçável falta de entusiasmo, quando deparei-me rapidamente com umas imagens gravadas na minha mente.
Pois, fiquei quase que amarrado àquelas imagens que acompanhei num dos canais de televisão que nos é dada a oportunidade de acompanhar.
Um moço dos seus doze anos, todo a rigor, sereno, grave, atrás do púlpito luxuoso, ajustado para a ocasião, pegou numas folhas e começou a ler para uma plateia de crianças todas bem comportadas. Disse que ao dar inicio aos trabalhos devia alertar para “os desafios do nosso tempo”.
Embalado, eu, que sempre tive uma certa paixão pela oratória, ia-me deliciando com as palavras sabiamente escolhidas, as frases que se combinavam e transmitiam as ideias de um discurso elaborado, pretensamente o retrato de uma “infeliz situação actual e as suas repercussões na infância”.
As mazelas de aqui, tinham naturalmente a sua origem no que outros, convenientemente citados, tinham determinado. A doença, a fome, as minas e amputações, o sofrimento, tudo tinha a mesma origem. O alerta teria de ser dado sob pena de deixarem tudo a perder. Ficou subjacente que falava das conquistas alcançadas a custo de sacrifícios. Retornou com a maior serenidade a sua chamada de atenção para os “desafios do nosso tempo”.
Distraidamente, ia acompanhando aquele discurso concebido com todos os condimentos da mais pura retórica, para aquelas centenas de crianças e adolescentes quietos, inocentes.
Só então, notei que o discurso era demasiado lindo; com um cheiro a falso que exalava daquela conversa toda; algo, portanto, deveria estar por trás.
Era um discurso verdadeiramente adulto, para adulto, posto por um adulto na boca de uma criança! Parei um pouco e, revoltado, perguntei-me se não seria violência pôr na boca de uma criança um discurso adulto, tanto na linguagem e expressão como também na hipocrisia; um discurso para consumo de adultos disfarçadamente destinado a crianças reunidas para o efeito!
O tema que estava a preparar, foi tomando forma à medida que meu pensamento podia recuar. Entretanto, ficou a imagem do nosso orador martelando sobre os desafios do nosso tempo. Tempo de loucura!
- Daniel Silves Ferreira –
Psiquiatra
Pois, fiquei quase que amarrado àquelas imagens que acompanhei num dos canais de televisão que nos é dada a oportunidade de acompanhar.
Um moço dos seus doze anos, todo a rigor, sereno, grave, atrás do púlpito luxuoso, ajustado para a ocasião, pegou numas folhas e começou a ler para uma plateia de crianças todas bem comportadas. Disse que ao dar inicio aos trabalhos devia alertar para “os desafios do nosso tempo”.
Embalado, eu, que sempre tive uma certa paixão pela oratória, ia-me deliciando com as palavras sabiamente escolhidas, as frases que se combinavam e transmitiam as ideias de um discurso elaborado, pretensamente o retrato de uma “infeliz situação actual e as suas repercussões na infância”.
As mazelas de aqui, tinham naturalmente a sua origem no que outros, convenientemente citados, tinham determinado. A doença, a fome, as minas e amputações, o sofrimento, tudo tinha a mesma origem. O alerta teria de ser dado sob pena de deixarem tudo a perder. Ficou subjacente que falava das conquistas alcançadas a custo de sacrifícios. Retornou com a maior serenidade a sua chamada de atenção para os “desafios do nosso tempo”.
Distraidamente, ia acompanhando aquele discurso concebido com todos os condimentos da mais pura retórica, para aquelas centenas de crianças e adolescentes quietos, inocentes.
Só então, notei que o discurso era demasiado lindo; com um cheiro a falso que exalava daquela conversa toda; algo, portanto, deveria estar por trás.
Era um discurso verdadeiramente adulto, para adulto, posto por um adulto na boca de uma criança! Parei um pouco e, revoltado, perguntei-me se não seria violência pôr na boca de uma criança um discurso adulto, tanto na linguagem e expressão como também na hipocrisia; um discurso para consumo de adultos disfarçadamente destinado a crianças reunidas para o efeito!
O tema que estava a preparar, foi tomando forma à medida que meu pensamento podia recuar. Entretanto, ficou a imagem do nosso orador martelando sobre os desafios do nosso tempo. Tempo de loucura!
- Daniel Silves Ferreira –
Psiquiatra
Águias não voam com aves de outra plumagem
“…os que confiam no Deus Eterno … voam nas alturas como águias…” Is. 40:31
A águia possui oito vezes mais células visuais por centímetro cúbico do que o ser humano.
Voando à altura de duzentos metros, a águia consegue detectar um objecto do tamanho de uma moedinha movendo-se na grama de quinze centímetros de altura. A águia pode enxergar um peixe de oito centímetros saltando num lago, há oito quilómetros de distância. As pessoas que tem visão de águia conseguem enxergar o que a maioria não vê.
Nunca vi uma águia voando com um urubu. Ambos são aves. Mas são de outra estirpe, de outra plumagem. Os urubus voam baixo, aceitam qualquer tipo de presa, preferivelmente as mortas. Não são tão selectivos, aceitam qualquer coisa. Gosto deles. Considero-os como faxineiros de Deus. Faz parte do equilíbrio ecológico.
As águias não voam com urubus. Por quê? Atitude. Os urubus não conseguem subir às alturas das águias. Elas não descem, eles não sobem. Portanto, não podem voar juntos.
Gostaria de encorajá-lo a não descer… às vezes somos chamados a descer, baixar padrão, mudar de rota, deixar os princípios. Voar raso… é uma atitude de urubu. Não aceite!
Erga seus olhos e olhe mais alto; para a dimensão das águias. É melhor perder a presa do que ser preso pelo laço fácil. Aves de plumagem diferente não voam juntas. Águia ou urubu?
- Pr. Dr. L. Aguiar Valvassoura –
A águia possui oito vezes mais células visuais por centímetro cúbico do que o ser humano.
Voando à altura de duzentos metros, a águia consegue detectar um objecto do tamanho de uma moedinha movendo-se na grama de quinze centímetros de altura. A águia pode enxergar um peixe de oito centímetros saltando num lago, há oito quilómetros de distância. As pessoas que tem visão de águia conseguem enxergar o que a maioria não vê.
Nunca vi uma águia voando com um urubu. Ambos são aves. Mas são de outra estirpe, de outra plumagem. Os urubus voam baixo, aceitam qualquer tipo de presa, preferivelmente as mortas. Não são tão selectivos, aceitam qualquer coisa. Gosto deles. Considero-os como faxineiros de Deus. Faz parte do equilíbrio ecológico.
As águias não voam com urubus. Por quê? Atitude. Os urubus não conseguem subir às alturas das águias. Elas não descem, eles não sobem. Portanto, não podem voar juntos.
Gostaria de encorajá-lo a não descer… às vezes somos chamados a descer, baixar padrão, mudar de rota, deixar os princípios. Voar raso… é uma atitude de urubu. Não aceite!
Erga seus olhos e olhe mais alto; para a dimensão das águias. É melhor perder a presa do que ser preso pelo laço fácil. Aves de plumagem diferente não voam juntas. Águia ou urubu?
- Pr. Dr. L. Aguiar Valvassoura –
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
55ª Assembleia Distrital
“Não fora o Senhor que esteve ao nosso lado, ora diga Israel!”
Uma semana em Mindelo reconfirmou que Deus está agindo nestas ilhas do Atlântico, através do Seu povo nazareno!
Calorosa e de grande nível foi como igreja do Mindelo sob a orientação do seu pastor colega Socorro Fontes e seus colaboradores receberam os amados das ilhas e diáspora.
Bênçãos diárias através da Santa Palavra, comunhão e actividades.
Voltamos animados e dispostos a continuar a servi-Lo.
Um grande abraço e um muito obrigado a Mindelo – São Vicente.
Deus recompensará a todos.
Até Praia, em 2009 se Deus quiser !
-Adérito Silves Ferreira-
Uma semana em Mindelo reconfirmou que Deus está agindo nestas ilhas do Atlântico, através do Seu povo nazareno!
Calorosa e de grande nível foi como igreja do Mindelo sob a orientação do seu pastor colega Socorro Fontes e seus colaboradores receberam os amados das ilhas e diáspora.
Bênçãos diárias através da Santa Palavra, comunhão e actividades.
Voltamos animados e dispostos a continuar a servi-Lo.
Um grande abraço e um muito obrigado a Mindelo – São Vicente.
Deus recompensará a todos.
Até Praia, em 2009 se Deus quiser !
-Adérito Silves Ferreira-
Tempo de Loucura
Volta e meia deparamo-nos com situações em tudo previsíveis mas cujo desfecho vem a mostrar-se das mais inimagináveis. É o que me tem acontecido amiúde, em momentos compartilhados com aqueles que deixam de ter, de uma forma efémera ou permanente um comportamento ou um raciocínio que nós outros consideramos normal.
É reconhecido que a complexidade dessas situações faz com que esses momentos também não sejam sempre entendidos por aqueles que como eu têm bebido em fontes semelhantes, certo, mas com água de dissabores diferentes. Estou em crer que não o terão sido pelos que nos precederam.
Aconteceu num desses períodos de campanha eleitoral em que todos, de forma diferente, sem dúvida, apresentam os seus chiliques que na maior parte das vezes escondemos a sete capas mas que o menor dos safanões faz vir à tona, demonstrando, se disso houvesse necessidade o quanto estamos próximos do outro, pelo menos no que diz respeito a essa condição mais ou menos real que é a loucura.
Não posso dizer que estava sintonizado, mas, muito rapidamente pude captar o pequeno deslize do rapaz.
O jovem saiu com aparente tranquilidade e deu um berro em nada inofensivo. Os transeuntes já se tinham ajuntado quando ele se debatia consigo e com todos, inclusive o imaginário. Comentários dos mais diversos foram ouvidos, cada um mais louco que o outro. Nada podia corroborar as várias afirmações que foram proferidas no meio daquela balbúrdia. Até então tido por saudável, pela atitude, pelos gestos e pelo comportamento. Sem dúvida nenhuma dos tais que primam por um estilo de vida saudável.
Um senhor da meia-idade conseguiu milagrosamente que se fizesse algum silêncio e sentenciou: “ Isto é loucura! O pai também teve um problema semelhante quando era jovem. Foi também uma coisa de lua. Era tempo de festa. Melhorou mas ficou sempre de cabeça leve. Ficou com falta de um parafuso.”
Fiquei pasmado e a confusão recomeçava. E, três palavras teimosamente associadas ficaram gravadas na minha mente. A loucura, a lua, o tempo! Tempo de loucura!
- Dr. Daniel Silves Ferreira –
- Psiquiatra -
É reconhecido que a complexidade dessas situações faz com que esses momentos também não sejam sempre entendidos por aqueles que como eu têm bebido em fontes semelhantes, certo, mas com água de dissabores diferentes. Estou em crer que não o terão sido pelos que nos precederam.
Aconteceu num desses períodos de campanha eleitoral em que todos, de forma diferente, sem dúvida, apresentam os seus chiliques que na maior parte das vezes escondemos a sete capas mas que o menor dos safanões faz vir à tona, demonstrando, se disso houvesse necessidade o quanto estamos próximos do outro, pelo menos no que diz respeito a essa condição mais ou menos real que é a loucura.
Não posso dizer que estava sintonizado, mas, muito rapidamente pude captar o pequeno deslize do rapaz.
O jovem saiu com aparente tranquilidade e deu um berro em nada inofensivo. Os transeuntes já se tinham ajuntado quando ele se debatia consigo e com todos, inclusive o imaginário. Comentários dos mais diversos foram ouvidos, cada um mais louco que o outro. Nada podia corroborar as várias afirmações que foram proferidas no meio daquela balbúrdia. Até então tido por saudável, pela atitude, pelos gestos e pelo comportamento. Sem dúvida nenhuma dos tais que primam por um estilo de vida saudável.
Um senhor da meia-idade conseguiu milagrosamente que se fizesse algum silêncio e sentenciou: “ Isto é loucura! O pai também teve um problema semelhante quando era jovem. Foi também uma coisa de lua. Era tempo de festa. Melhorou mas ficou sempre de cabeça leve. Ficou com falta de um parafuso.”
Fiquei pasmado e a confusão recomeçava. E, três palavras teimosamente associadas ficaram gravadas na minha mente. A loucura, a lua, o tempo! Tempo de loucura!
- Dr. Daniel Silves Ferreira –
- Psiquiatra -
OS VERBOS DA COMPAIXÃO
Verbos são a espinha dorsal da frase. Exprimem o que se passa, localizam no tempo um acontecimento.
Fala-se hoje muito de vocabulário técnico, uma linguagem específica e privada em que se expressam certos ramos de conhecimento. “Chutar” é próprio do futebol. “Programar”, da nova ciência de computadores. “Frisar” é já da esfera das cabeleireiras, como “refogar” pertence ao mundo dos cozinheiros e “operar” ao dos cirurgiões.
Sentimentos e emoções têm também os seus verbos. Namorar, beijar e casar, relacionam-se ao amor. Agredir, difamar e matar, associam-se ao ódio.
Que verbos exprimem hoje a compaixão? Torna-se importante alistá-los, pois revelam a natureza que atribuímos ao sentimento. Vejamos, então, os mais comuns: lamentar, chorar, suspirar, condenar, criticar, queixar, protestar, lastimar. Todos eles sugerem comportamentos que podem ocorrer no aconchego do lar, longe de fricções e atritos custosos. Podem ser expressos sem que tenhamos de levantar um dedo.
No Evangelho de Lucas, compaixão ganhou outra dinâmica e vem associada a uma lista inédita de verbos de movimento. Há uma avalanche deles na parábola do Bom Samaritano: aproximar da vítima; atar feridas; medicar com azeite e vinho; pôr sobre a cavalgadura; levar para uma estalagem; cuidar do necessitado; dar dinheiro; voltar para pagar o preço total do ministério de socorrer vítimas.
Mais adiante, no capítulo 15, encontramos o pai do filho pródigo conjugando outros verbos da compaixão: correr para abraçar; vestir para agasalhar; comer para alimentar; festejar para exprimir a autenticidade da recepção ao que estava perdido.
Compaixão não vem em frascos de lágrimas inconseqüentes. Tem braços e pernas, comandados por mentes cheias de imaginação e almas transbordantes da dinâmica do amor.
Fala-se hoje muito de vocabulário técnico, uma linguagem específica e privada em que se expressam certos ramos de conhecimento. “Chutar” é próprio do futebol. “Programar”, da nova ciência de computadores. “Frisar” é já da esfera das cabeleireiras, como “refogar” pertence ao mundo dos cozinheiros e “operar” ao dos cirurgiões.
Sentimentos e emoções têm também os seus verbos. Namorar, beijar e casar, relacionam-se ao amor. Agredir, difamar e matar, associam-se ao ódio.
Que verbos exprimem hoje a compaixão? Torna-se importante alistá-los, pois revelam a natureza que atribuímos ao sentimento. Vejamos, então, os mais comuns: lamentar, chorar, suspirar, condenar, criticar, queixar, protestar, lastimar. Todos eles sugerem comportamentos que podem ocorrer no aconchego do lar, longe de fricções e atritos custosos. Podem ser expressos sem que tenhamos de levantar um dedo.
No Evangelho de Lucas, compaixão ganhou outra dinâmica e vem associada a uma lista inédita de verbos de movimento. Há uma avalanche deles na parábola do Bom Samaritano: aproximar da vítima; atar feridas; medicar com azeite e vinho; pôr sobre a cavalgadura; levar para uma estalagem; cuidar do necessitado; dar dinheiro; voltar para pagar o preço total do ministério de socorrer vítimas.
Mais adiante, no capítulo 15, encontramos o pai do filho pródigo conjugando outros verbos da compaixão: correr para abraçar; vestir para agasalhar; comer para alimentar; festejar para exprimir a autenticidade da recepção ao que estava perdido.
Compaixão não vem em frascos de lágrimas inconseqüentes. Tem braços e pernas, comandados por mentes cheias de imaginação e almas transbordantes da dinâmica do amor.
Dr. Jorge de Barros
PERTO DA PASSARELA
A avenida Brasil, na Guanabara, segundo se diz, é a via de aceso de maior movimento na América do Sul. Por ela passam cerca de 150 mil carros por dia. As autoridades colocaram passarelas que vão de um outro lado da via. Assim, os pedestres podem, tranqüilamente, passar por cima delas e alcançar o outro lado sem o menor perigo. Regressávamos da Igreja. Bem no meio da pista um homem estava estendido no chão. Junto dele, um médico e autoridades do trânsito. Estava morto a cinqüenta metros da passarela. Um colega me disse: "Infelizmente isto acontece com frequência." Homens morrem atropelados junto ao caminho seguro.
Vieram à minha mente figuras do passado, tais como o escriba que mereceu palavras elogiosas de Jesus - "Não estás muito longe" O mancebo de qualidade, Judas, Pilatos e outros; embora tão juntos da "passarela", atravessaram a via tumultuosa do pecado, como muitos do presente. Pensei no imperativo de Cristo: "Ide" que seria o mesmo que dizer: "Colocai-vos noas vias do mundo, conclamai bem alto que Cristo estabeleceu a "passarela" segura para o outro lado da vida. O Diabo passa sem freios e terrivelmente continua nos seus atropelos, destruindo lares, decepando reputações, criando órfãos e enterrando nações no caos da miséria espiritual.
Nos campos, nos bairros, nas cidades do mundo há milhões que precisam ouvir que o homem não tem de se deixar mutilar pelo Diabo.
Há urgente necessidade de nos enfileirarmos, do jeito que Jesus deseja, pelas vias e vielas do mundo, num novo conceito de missões, para avisarmos, para apregoarmos, para gritarmos aos homens, aos homens de todas as raças, de todas as tribos, de todas as nações - esses milhões que desconhecem as leis seguras do trânsito da via do céu - que Jesus é : "O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA"
Fernando de Sá Nogueira
Vieram à minha mente figuras do passado, tais como o escriba que mereceu palavras elogiosas de Jesus - "Não estás muito longe" O mancebo de qualidade, Judas, Pilatos e outros; embora tão juntos da "passarela", atravessaram a via tumultuosa do pecado, como muitos do presente. Pensei no imperativo de Cristo: "Ide" que seria o mesmo que dizer: "Colocai-vos noas vias do mundo, conclamai bem alto que Cristo estabeleceu a "passarela" segura para o outro lado da vida. O Diabo passa sem freios e terrivelmente continua nos seus atropelos, destruindo lares, decepando reputações, criando órfãos e enterrando nações no caos da miséria espiritual.
Nos campos, nos bairros, nas cidades do mundo há milhões que precisam ouvir que o homem não tem de se deixar mutilar pelo Diabo.
Há urgente necessidade de nos enfileirarmos, do jeito que Jesus deseja, pelas vias e vielas do mundo, num novo conceito de missões, para avisarmos, para apregoarmos, para gritarmos aos homens, aos homens de todas as raças, de todas as tribos, de todas as nações - esses milhões que desconhecem as leis seguras do trânsito da via do céu - que Jesus é : "O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA"
Fernando de Sá Nogueira
sábado, 2 de agosto de 2008
Betinho Di Nha Nanay
Há dias, vi a fotografia da Ponte velha de Vila-Nova, num dia chuvoso, quando as águas passavam por baixo a caminho da Praia Negra. Senti saudades daquela ponte que foi inaugurada no ano em que nasci e onde centenas de vezes, assentei-me juntamente com amigos de infância para aquela “cavaqueira” que nunca terminava. Dizem os mais velhos que numa das fotografias da referida ponte, eu apareço na janela da casa da minha avó, que distava poucos metros. As saudades aumentaram. Saudades da terra. Saudades de Vila-Nova onde nasci e cresci. Saudades dos meus familiares. Saudades de amigos, de colegas, condiscípulos de escola e do próprio ambiente. Lembrei-me de algumas “historietas” da minha infância. e prometi a mim mesmo voltar ao meu “mundinho” logo que possível.
Envolto nestes pensamentos nostálgicos, repentinamente me veio à mente a imagem de um colega que por mais de trinta anos não me lembrava e não creio ter falado dele com ninguém. Não senti medo como naquela noite da sua partida.
Tinha ele onze (11) anos e eu menos três ou quatro. Colegas da escola primária (quando ele ia, pois não gostava muito) mas mais ainda do terreiro do futebol que nós os dois gostávamos em demasia.
Nunca reparara nele algum sinal de doença; não sei se pela tenra idade minha ou então porque simplesmente tudo aconteceu de repente.
O que me lembro e bem, é que passava muito mais tempo a jogar a bola do que a fazer qualquer outra coisa, incluindo a frequência às classes.
Eu, na minha hora de brincadeira, ajuntava-me a ele e a demais colegas e jogávamos. Ele muito mais robusto e eu com um pouco mais de técnica para a prática do futebol. Ele gostava que eu fizesse parte da sua equipa. De vez em quando éramos rivais no campo, mas nunca houve briga entre nós, coisa tão normal daquele tempo que já não volta mais.
Numa tarde quente, normal na minha terra Santiago, e mais propriamente no meu querido bairro Vila-Nova, tudo mudou quando chegou aos ouvidos de toda a meninada que Betinho di Nha Nanay ou melhor Lobo, tinha sido internado no hospital da Praia com febre alta e com sinais de hepatite.
Na manhã seguinte, a notícia foi mais trágica – Lobo dja morri – Lobo morreu. Não recordo como foi a minha reacção naquele dia/momento. Só sei que não houve classe naquele dia, pois ele morava a poucos metros da nossa escola. Neste aspecto (katém skola) talvez tenha ficado “contente” e possivelmente toda a camaradagem também.
A azáfama foi grande quando o corpo do Lobo chegou à casa para a última despedida. Os pais dele, não os vi, e nunca soube quem eram. Lobo vivia com Nha Nanay, presumível avó, que nós a garotada não gostávamos pois sempre que a bola chegava à sua porta, significava automaticamente fim do jogo. Naquele dia, ninguém deu importância à bola, e nem lembramos que Nha Nanay tinha fama de feiticeira.
A invasão à casinha onde apenas ela e o Lobo moravam, foi grande. Não havia lugar para todos. Houve até disputa de quem transportava o caixão. Naquele tempo, o esquife era normalmente levado à mão pelos colegas do defunto até a última morada – Cemitério da Várzea.
Depois daquele dia, como referi acima, por incrível que pareça, nunca mais lembrei-me do Betinho - Lobo e, nem tão pouco falei dele com quem quer que seja.
Trinta e tal anos depois, me veio à mente que o enterro do Lobo foi o primeiro cortejo fúnebre que acompanhei. Lobo realmente teve vida curta. Onze anos apenas. Perguntei a mim mesmo: Será destino? Não sei. Se sim, então a conclusão é que é impossível a quem quer que seja fugir do seu próprio destino.
Delfin Andrade Silves Ferreira
Envolto nestes pensamentos nostálgicos, repentinamente me veio à mente a imagem de um colega que por mais de trinta anos não me lembrava e não creio ter falado dele com ninguém. Não senti medo como naquela noite da sua partida.
Tinha ele onze (11) anos e eu menos três ou quatro. Colegas da escola primária (quando ele ia, pois não gostava muito) mas mais ainda do terreiro do futebol que nós os dois gostávamos em demasia.
Nunca reparara nele algum sinal de doença; não sei se pela tenra idade minha ou então porque simplesmente tudo aconteceu de repente.
O que me lembro e bem, é que passava muito mais tempo a jogar a bola do que a fazer qualquer outra coisa, incluindo a frequência às classes.
Eu, na minha hora de brincadeira, ajuntava-me a ele e a demais colegas e jogávamos. Ele muito mais robusto e eu com um pouco mais de técnica para a prática do futebol. Ele gostava que eu fizesse parte da sua equipa. De vez em quando éramos rivais no campo, mas nunca houve briga entre nós, coisa tão normal daquele tempo que já não volta mais.
Numa tarde quente, normal na minha terra Santiago, e mais propriamente no meu querido bairro Vila-Nova, tudo mudou quando chegou aos ouvidos de toda a meninada que Betinho di Nha Nanay ou melhor Lobo, tinha sido internado no hospital da Praia com febre alta e com sinais de hepatite.
Na manhã seguinte, a notícia foi mais trágica – Lobo dja morri – Lobo morreu. Não recordo como foi a minha reacção naquele dia/momento. Só sei que não houve classe naquele dia, pois ele morava a poucos metros da nossa escola. Neste aspecto (katém skola) talvez tenha ficado “contente” e possivelmente toda a camaradagem também.
A azáfama foi grande quando o corpo do Lobo chegou à casa para a última despedida. Os pais dele, não os vi, e nunca soube quem eram. Lobo vivia com Nha Nanay, presumível avó, que nós a garotada não gostávamos pois sempre que a bola chegava à sua porta, significava automaticamente fim do jogo. Naquele dia, ninguém deu importância à bola, e nem lembramos que Nha Nanay tinha fama de feiticeira.
A invasão à casinha onde apenas ela e o Lobo moravam, foi grande. Não havia lugar para todos. Houve até disputa de quem transportava o caixão. Naquele tempo, o esquife era normalmente levado à mão pelos colegas do defunto até a última morada – Cemitério da Várzea.
Depois daquele dia, como referi acima, por incrível que pareça, nunca mais lembrei-me do Betinho - Lobo e, nem tão pouco falei dele com quem quer que seja.
Trinta e tal anos depois, me veio à mente que o enterro do Lobo foi o primeiro cortejo fúnebre que acompanhei. Lobo realmente teve vida curta. Onze anos apenas. Perguntei a mim mesmo: Será destino? Não sei. Se sim, então a conclusão é que é impossível a quem quer que seja fugir do seu próprio destino.
Delfin Andrade Silves Ferreira
AS VIÚVAS GREGAS E O CRESCIMENTO DA IGREJA
Naquele ano a Igreja do Nazareno ganhou todos os prêmios do Distrito de Jerusalém. O relatório achado no livro de Atos diz que “todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”(2:4). As estatísticas explodiam. Em vez da palavra congregação que nos é peculiar, achamos outra mais ajustada aos números crescentes: multidão (6:2). Ela traz-nos a imagem duma torrente que surge inesperadamente e até ameaça romper os diques duma previsão ultraconservadora.
Estudantes da disciplina do Crescimento da Igreja penetram este cenário como se entrassem num laboratório à procura da descoberta que decifrará o código genético dum fenômeno tão cobiçado. Por vezes emergem dos seus estudos com um brilho nos olhos e um entusiasmo contagioso. Em outros instantes, porém, surgem de chicote em punho, prontos a fustigar a igreja de hoje por não ser igual à de ontem e, por isso, achar-se emperrada, lutando penosamente por crescimento anual de um dígito apenas.
Certo, temos uma obsessão por números. A coisa é tão antiga como o Livro Sagrado. Assim, é fácil sabermos quantas ovelhas e vacas possuía esta ou aquela personagem bíblica, quantos peixes tinha a rede dum pescador, quanto dinheiro valia o perfume duma penitente. Uma nova técnica já acessível ao consumidor é a chamada gravação digital. Em vez dos impulsos mecânicos e magnéticos com que se produziram ontem discos e fitas, o método revolucionário reduz a dígitos as notas de qualquer instrumento. A descodificação final deste processo numérico produz uma riqueza de sons em que se eliminam problemas de distorção e de ruído em escala jamais obtida. E assim continua o nosso fascínio com o mundo dos números!
Será por isso que entramos de calculadora na mão na arena do crescimento da igreja? Por anos pastoreei uma igreja cuja assistência encabeçava as estatísticas do distrito. Era fácil cair na tentação de nos considerarmos “a maior igreja evangélica do país”. Mas nunca me esquecerei do espetáculo acabrunhador que nos oferecia o cinema vizinho onde milhares se acotovelavam para entrar, à mesma hora em que as nossas centenas vinham em pingos para o culto de Domingo à noite. Como que a deitar um pouco de sal à ferida, alguém lembrou ao pastor: “E eles pagam bilhete...”
Em tais ocasiões, vamos de tropel ao cenário de Atos dos Apóstolos, investigamos igrejas crescentes, lemos de supercongregações na Coréia e em outros pontos do mundo e perguntamos: Por que não aqui? Obcecados pelos gráficos, saltitamos de Domingo a Domingo nessa aritmética engenhosa de “contar pés em vez de cabeças”, num esforço de promover o “crescimento” da igreja.
Mas precisamos de mais do que números para o alcance deste alvo. Duvido mesmo que o elemento numérico seja prioritário na avaliação da igreja saudável. Por seis anos fui capelão da cadeia civil da minha cidade. Sempre me entristeceu qualquer aumento de assistência ali... Os números serão um dos sintomas duma igreja saudável, mas não prova disso. Há restrições de ordem geográfica, social e econômica que impedirão a certas igrejas um crescimento espetacular em termos de membros ou de receita. Mas nem por isso elas deixarão de ser estrelas brilhantes nas trevas deste mundo.
Seria interessante convidarmos as viúvas gregas da igreja de Jerusalém, mencionadas em Atos 6, a apresentar o relatório anual da congregação, em lugar dos titulares oficiais do cargo. Enquanto pastores teriam a tentação de exaltar o crescimento numérico explosivo, as viúvas apresentariam um ângulo por vezes negligenciado na corrida dos números. A igreja crescente não sacrifica no altar das estatísticas a sua identidade e missão. Enquanto ela se expande par abraçar o mundo, cuida também dos seus membros mais humildes, em todas as áreas do viver quotidiano; enquanto reflete e protege a sua memória histórica e regional, ela se universaliza numa vigilância contínua, alerta à discriminação de qualquer espécie; enquanto enfileira números em gráficos impressionantes, ela vai distribuindo pão em atos compassivos nos quais há mais sigilo e menos câmaras fotográficas.
- Dr. Jorge de Barros -
Estudantes da disciplina do Crescimento da Igreja penetram este cenário como se entrassem num laboratório à procura da descoberta que decifrará o código genético dum fenômeno tão cobiçado. Por vezes emergem dos seus estudos com um brilho nos olhos e um entusiasmo contagioso. Em outros instantes, porém, surgem de chicote em punho, prontos a fustigar a igreja de hoje por não ser igual à de ontem e, por isso, achar-se emperrada, lutando penosamente por crescimento anual de um dígito apenas.
Certo, temos uma obsessão por números. A coisa é tão antiga como o Livro Sagrado. Assim, é fácil sabermos quantas ovelhas e vacas possuía esta ou aquela personagem bíblica, quantos peixes tinha a rede dum pescador, quanto dinheiro valia o perfume duma penitente. Uma nova técnica já acessível ao consumidor é a chamada gravação digital. Em vez dos impulsos mecânicos e magnéticos com que se produziram ontem discos e fitas, o método revolucionário reduz a dígitos as notas de qualquer instrumento. A descodificação final deste processo numérico produz uma riqueza de sons em que se eliminam problemas de distorção e de ruído em escala jamais obtida. E assim continua o nosso fascínio com o mundo dos números!
Será por isso que entramos de calculadora na mão na arena do crescimento da igreja? Por anos pastoreei uma igreja cuja assistência encabeçava as estatísticas do distrito. Era fácil cair na tentação de nos considerarmos “a maior igreja evangélica do país”. Mas nunca me esquecerei do espetáculo acabrunhador que nos oferecia o cinema vizinho onde milhares se acotovelavam para entrar, à mesma hora em que as nossas centenas vinham em pingos para o culto de Domingo à noite. Como que a deitar um pouco de sal à ferida, alguém lembrou ao pastor: “E eles pagam bilhete...”
Em tais ocasiões, vamos de tropel ao cenário de Atos dos Apóstolos, investigamos igrejas crescentes, lemos de supercongregações na Coréia e em outros pontos do mundo e perguntamos: Por que não aqui? Obcecados pelos gráficos, saltitamos de Domingo a Domingo nessa aritmética engenhosa de “contar pés em vez de cabeças”, num esforço de promover o “crescimento” da igreja.
Mas precisamos de mais do que números para o alcance deste alvo. Duvido mesmo que o elemento numérico seja prioritário na avaliação da igreja saudável. Por seis anos fui capelão da cadeia civil da minha cidade. Sempre me entristeceu qualquer aumento de assistência ali... Os números serão um dos sintomas duma igreja saudável, mas não prova disso. Há restrições de ordem geográfica, social e econômica que impedirão a certas igrejas um crescimento espetacular em termos de membros ou de receita. Mas nem por isso elas deixarão de ser estrelas brilhantes nas trevas deste mundo.
Seria interessante convidarmos as viúvas gregas da igreja de Jerusalém, mencionadas em Atos 6, a apresentar o relatório anual da congregação, em lugar dos titulares oficiais do cargo. Enquanto pastores teriam a tentação de exaltar o crescimento numérico explosivo, as viúvas apresentariam um ângulo por vezes negligenciado na corrida dos números. A igreja crescente não sacrifica no altar das estatísticas a sua identidade e missão. Enquanto ela se expande par abraçar o mundo, cuida também dos seus membros mais humildes, em todas as áreas do viver quotidiano; enquanto reflete e protege a sua memória histórica e regional, ela se universaliza numa vigilância contínua, alerta à discriminação de qualquer espécie; enquanto enfileira números em gráficos impressionantes, ela vai distribuindo pão em atos compassivos nos quais há mais sigilo e menos câmaras fotográficas.
- Dr. Jorge de Barros -
Tempo de Loucura
Crianças, andávamos em verdadeiro reboliço por causa do período de festas que se vivia. Em grupo, preparávamos tranquilamente os nossos “instrumentos” preciosos para a cata de alguns tostões logo depois do pôr do sol. As pessoas deveriam ser generosas.
Dos camiões vindos do interior desembarcavam homens, mulheres, famílias inteiras para as festas do fim do ano.
Chegavam notícias estranhas, macabras, de localidades não muito distantes e dos subúrbios da cidade. Homens esfaqueados em brigas fúteis, a nova arma daquela mulher que aproveitara o sono do companheiro para lhe derramar gordura de porco fervente no ouvido, de modo a derreter-lhe os miolos, homens embriagados gritando nas ruas, e já na vizinhança as crises incompreensíveis da jovem donzela que, se dizia, estar possuída de espíritos do outro mundo.
No portal da casa, o velho, apontando a muleta, que sempre lhe conhecemos, para o interior, anunciava o fim do mundo para aqueles dias.
No seu dizer, o fim dos tempos, só dependia dele, mas as constantes advertências não pareciam merecer a curiosidade dos transeuntes.
Dizia que os tempos estavam atribulados, estávamos todos perdidos e, pior, ninguém poderia saber o paradeiro dos seus quando tudo acontecesse.
Então, nada melhor do que ter um sinal facilmente identificável, garantia de um reencontro com os parentes no mundo prestes a chegar.
A advertência agora mais ameaçadora, fez-nos temer o nosso futuro.
Apesar da perna amputada e, (talvez) por causa das suas muletas, as palavras dele eram autoridade para nós.
Repetindo energicamente o nome da velha imobilizada na cama desde que partira os ossos da coxa acima, deu dois passos em frente e dois à esquerda. Estava na presença da anciã. Segurou o lóbulo de uma das orelhas, tirou uma faca afiada da algibeira e agora com alguma pausa martelava:
- Fu-la-na, Fulana de Beltrana. É preciso que te ponha um sinal na orelha para que saibam que és Fu-la-na, Fulana de Beltrana.
A voz roufenha da velha fez-se ouvir e valeu a presteza de um neto, então no serviço militar, que não nos apercebemos como lá apareceu.
O velho, outrora tão simpático, foi então levado para onde não sabíamos, aos berros acerca dos sinais, do fim dos tempos. Tempo de loucura!
- Daniel Silves Ferreira –
- Psiquiatra -
Dos camiões vindos do interior desembarcavam homens, mulheres, famílias inteiras para as festas do fim do ano.
Chegavam notícias estranhas, macabras, de localidades não muito distantes e dos subúrbios da cidade. Homens esfaqueados em brigas fúteis, a nova arma daquela mulher que aproveitara o sono do companheiro para lhe derramar gordura de porco fervente no ouvido, de modo a derreter-lhe os miolos, homens embriagados gritando nas ruas, e já na vizinhança as crises incompreensíveis da jovem donzela que, se dizia, estar possuída de espíritos do outro mundo.
No portal da casa, o velho, apontando a muleta, que sempre lhe conhecemos, para o interior, anunciava o fim do mundo para aqueles dias.
No seu dizer, o fim dos tempos, só dependia dele, mas as constantes advertências não pareciam merecer a curiosidade dos transeuntes.
Dizia que os tempos estavam atribulados, estávamos todos perdidos e, pior, ninguém poderia saber o paradeiro dos seus quando tudo acontecesse.
Então, nada melhor do que ter um sinal facilmente identificável, garantia de um reencontro com os parentes no mundo prestes a chegar.
A advertência agora mais ameaçadora, fez-nos temer o nosso futuro.
Apesar da perna amputada e, (talvez) por causa das suas muletas, as palavras dele eram autoridade para nós.
Repetindo energicamente o nome da velha imobilizada na cama desde que partira os ossos da coxa acima, deu dois passos em frente e dois à esquerda. Estava na presença da anciã. Segurou o lóbulo de uma das orelhas, tirou uma faca afiada da algibeira e agora com alguma pausa martelava:
- Fu-la-na, Fulana de Beltrana. É preciso que te ponha um sinal na orelha para que saibam que és Fu-la-na, Fulana de Beltrana.
A voz roufenha da velha fez-se ouvir e valeu a presteza de um neto, então no serviço militar, que não nos apercebemos como lá apareceu.
O velho, outrora tão simpático, foi então levado para onde não sabíamos, aos berros acerca dos sinais, do fim dos tempos. Tempo de loucura!
- Daniel Silves Ferreira –
- Psiquiatra -
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Chuvas de Bênção!
Acordei esta manhã com saudades do “nosso pai”, falecido há 21 anos atrás!
Ouvia a Rádio Nacional nas primeiras notícias do dia, quando o meteorologista de serviço anunciou para hoje (3/7) chuvas para ilhas do sul, o que se confirma, pelo menos na cidade da Praia, desde há duas horas.
Papá, sempre foi “por nós”, até o dia que veio a receber Jesus como seu Salvador pessoal e partir em paz para a eternidade.
Em dias como o de hoje, com chuvas brandas, dava a ordem que todos nós filhos, e em casa naquele tempo, conhecíamos. Tragam o “Graça e Devoção”, (hinário usado naqueles dias) e cantemos: “chuvas de bênçãos teremos é a promessa de Deus… com incidência no coro: …”gotas benditas já temos, chuvas rogamos a Deus”!
A situação do nosso mundo se mostra complicada, com as crises do petróleo, dos cereais e o ambiental, só para citar essas.
Os governos procuram suavizar as consequências sobre as classes desfavorecidas, introduzindo “baixas”em alguns impostos e corrigindo (ou será introduzir) novas políticas sociais que produzam resultados mais imediatos, quais sejam evitar instabilidade social e ingovernabilidade.
Nosso povo diz com razão ser a “chuva nossa riqueza! Eu concordo, acrescentando, chuvas!!!
Dentro de dias minha Ilha estará de novo verde e com suas “cachoeiras” concorridas e mulheres na “ladêra”, na sementeira ou monda. É a esperança trazida pela chuva amiga! Em Novembro, poderemos ter espigas fartas e cuscus de milho de terra ou aquela “toresminha” de berma de estrada, fazendo companhia na volta a Santiago de Cabo Verde!
Oro a Deus pela chuva que podemos suportar e um ano de fartura!
Com papá cantávamos a plenos pulmões: “Chuvas de bênção teremos, Chuvas mandadas dos Céus; Bênção a todos os crentes, Bênção do nosso bom Deus”…
Tenho notícias de chuvas de bênção descendo sobre as nossas igrejas nas ilhas o que nos anima e confirma a Sua fidelidade. Na Praia, ELE tem sido tão bom para connosco e Seu Espírito fez morada entre nós.
Fechamos o ano eclesiástico com notas de gratidão por tudo o que o Senhor fez através dos Seus filhos! Ebenezer!
“ A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos”. Amém
- Pastor Adérito Silves Ferreira –
Ouvia a Rádio Nacional nas primeiras notícias do dia, quando o meteorologista de serviço anunciou para hoje (3/7) chuvas para ilhas do sul, o que se confirma, pelo menos na cidade da Praia, desde há duas horas.
Papá, sempre foi “por nós”, até o dia que veio a receber Jesus como seu Salvador pessoal e partir em paz para a eternidade.
Em dias como o de hoje, com chuvas brandas, dava a ordem que todos nós filhos, e em casa naquele tempo, conhecíamos. Tragam o “Graça e Devoção”, (hinário usado naqueles dias) e cantemos: “chuvas de bênçãos teremos é a promessa de Deus… com incidência no coro: …”gotas benditas já temos, chuvas rogamos a Deus”!
A situação do nosso mundo se mostra complicada, com as crises do petróleo, dos cereais e o ambiental, só para citar essas.
Os governos procuram suavizar as consequências sobre as classes desfavorecidas, introduzindo “baixas”em alguns impostos e corrigindo (ou será introduzir) novas políticas sociais que produzam resultados mais imediatos, quais sejam evitar instabilidade social e ingovernabilidade.
Nosso povo diz com razão ser a “chuva nossa riqueza! Eu concordo, acrescentando, chuvas!!!
Dentro de dias minha Ilha estará de novo verde e com suas “cachoeiras” concorridas e mulheres na “ladêra”, na sementeira ou monda. É a esperança trazida pela chuva amiga! Em Novembro, poderemos ter espigas fartas e cuscus de milho de terra ou aquela “toresminha” de berma de estrada, fazendo companhia na volta a Santiago de Cabo Verde!
Oro a Deus pela chuva que podemos suportar e um ano de fartura!
Com papá cantávamos a plenos pulmões: “Chuvas de bênção teremos, Chuvas mandadas dos Céus; Bênção a todos os crentes, Bênção do nosso bom Deus”…
Tenho notícias de chuvas de bênção descendo sobre as nossas igrejas nas ilhas o que nos anima e confirma a Sua fidelidade. Na Praia, ELE tem sido tão bom para connosco e Seu Espírito fez morada entre nós.
Fechamos o ano eclesiástico com notas de gratidão por tudo o que o Senhor fez através dos Seus filhos! Ebenezer!
“ A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos”. Amém
- Pastor Adérito Silves Ferreira –
Tempo de Loucura
Depois de algumas semanas de internamento psiquiátrico, o homem habitualmente prolixo sobre as suas façanhas reais ou ingenuamente imaginadas de um passado feito de factos militares, nesse dia, sem qualquer razão aparente, estava cabisbaixo, taciturno. Pretendíamos que ele estivesse se acomodando à enfermaria, como aliás já tinha acontecido noutras ocasiões.
Sem dúvidas que ele estava muito diferente. O estímulo à recordação de um tempo revoluto para sempre ou mesmo a oferta de uma ponta de cigarro não serviam para nada. Só a promessa de um passeio sempre almejado fez com que balbuciasse:
- Não pode ser. Isso é coisa de um outro tempo.
Perante a insistência de uma colega remeteu-nos para as notícias da véspera.
Assim como o nosso homem, a notícia chegara-me pela televisão no dia em que o país assinalava os seus 25 anos de independência. O Serviço ia mesmo ser transferido para Trindade. Num relance fui revendo as cenas.
No acto da segunda inauguração do “Hospital da Trindade” o responsável informou que o mesmo deixara de o ser para tornar-se uma “extensão do Hospital Agostinho Neto” onde vão ficar “a Psiquiatria, a Cozinha, a Lavandaria, o tratamento do lixo e uma morgue com quatro câmaras frigoríficas”.
A televisão ia mostrando as câmaras que eram abertas e fechadas enquanto se propalava sobre a dignidade devida ao doente mental.
Á minha frente, monótono, martelava o infeliz: - Não pode ser, isso é coisa de um outro tempo -.
De uma assentada pretendeu-se dar tratamento devido ao lixo hospitalar, aos defuntos (não se sabendo se serão levados ou se se espera que a “extensão” venha a abastecer as câmaras frigorificas instaladas) e aos doentes mentais. Minha mente fervilhava.
Talvez por demasiado caricato a imprensa não deu eco a um aspecto apresentado como argumento e até aceite por alguns. Há espaço suficiente e o espaço – como o nosso chão cuja independência comemorávamos – é nosso. Podemos perfeitamente dedicar-nos à criação de porcos e se alguém tiver mentalidade empresarial que pense numa verdadeira suinicultura que o mercado está garantido. É o próprio hospital a comprar toda a nossa produção. Fomento para isso não devera faltar. Fiquei triste.
Convenhamos que é muita coisa. Lixo, defuntos, doentes mentais e (agora) porcos. Tudo isso, não muito longe dos privados de liberdade de São Martinho.
E, agora o nosso homem, chorava:
“Não, não pode ser. Isso é coisa de um outro tempo”. É, coisa de outro tempo! Tempo de loucura!
- Daniel Silves Ferreira –
Psiquiatra
Sem dúvidas que ele estava muito diferente. O estímulo à recordação de um tempo revoluto para sempre ou mesmo a oferta de uma ponta de cigarro não serviam para nada. Só a promessa de um passeio sempre almejado fez com que balbuciasse:
- Não pode ser. Isso é coisa de um outro tempo.
Perante a insistência de uma colega remeteu-nos para as notícias da véspera.
Assim como o nosso homem, a notícia chegara-me pela televisão no dia em que o país assinalava os seus 25 anos de independência. O Serviço ia mesmo ser transferido para Trindade. Num relance fui revendo as cenas.
No acto da segunda inauguração do “Hospital da Trindade” o responsável informou que o mesmo deixara de o ser para tornar-se uma “extensão do Hospital Agostinho Neto” onde vão ficar “a Psiquiatria, a Cozinha, a Lavandaria, o tratamento do lixo e uma morgue com quatro câmaras frigoríficas”.
A televisão ia mostrando as câmaras que eram abertas e fechadas enquanto se propalava sobre a dignidade devida ao doente mental.
Á minha frente, monótono, martelava o infeliz: - Não pode ser, isso é coisa de um outro tempo -.
De uma assentada pretendeu-se dar tratamento devido ao lixo hospitalar, aos defuntos (não se sabendo se serão levados ou se se espera que a “extensão” venha a abastecer as câmaras frigorificas instaladas) e aos doentes mentais. Minha mente fervilhava.
Talvez por demasiado caricato a imprensa não deu eco a um aspecto apresentado como argumento e até aceite por alguns. Há espaço suficiente e o espaço – como o nosso chão cuja independência comemorávamos – é nosso. Podemos perfeitamente dedicar-nos à criação de porcos e se alguém tiver mentalidade empresarial que pense numa verdadeira suinicultura que o mercado está garantido. É o próprio hospital a comprar toda a nossa produção. Fomento para isso não devera faltar. Fiquei triste.
Convenhamos que é muita coisa. Lixo, defuntos, doentes mentais e (agora) porcos. Tudo isso, não muito longe dos privados de liberdade de São Martinho.
E, agora o nosso homem, chorava:
“Não, não pode ser. Isso é coisa de um outro tempo”. É, coisa de outro tempo! Tempo de loucura!
- Daniel Silves Ferreira –
Psiquiatra
SEGREDO IRRESISTÍVEL
Multidões tiveram de morrer, punidas pelo crime de não poderem guardar o segredo. Aterrorizados, muitos se esforçaram por manter em oculto o fato perigoso. Cedo ou tarde, porém, viram-se expostos ou eles próprios saíram à rua e gritaram a nova.
Que segredo é esse que não se pode guardar?
A nossa relação pessoal com Cristo.
O apóstolo João escreveu acerca do caso de José de Arimateia. Disse dele: "Era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus" (João 19:38).
José foi, pois, um dos primeiros membros do clube universal de seguidores ocultos de Jesus. Têm na alma um altar secreto onde dão honras ao Senhor. Aceitam-no intelectualmente; chegam até a falar-lhe, quando a sós. Se podem defender o Seu Evangelho, sem se exporem demasiado, fazem-no.
Mas o problema dessa gente é o medo. Como José de Arimatéia, temem ferir susceptibilidades, ofender religiões antigas e enfrentar o lume de paixões acesas.
Discípulos ocultos. Gente que concorda, aceita, considera a Palavra de Deus como o melhor bálsamo para o coração. Mas gente que se encolhe quando exposta, pois vive sob o domínio do medo.
Que há de mau nessa posição tida por muitos como prudente?
Primeiro, tenta guardar um segredo irresistível. O Evangelho é a nova mais bela dada ao homem. Oferece resposta às questões pertinentes da vida: Jesus Cristo veio ao mundo como a solução de Deus para os nossos males. Veio como o Libertador dos cativos do Diabo, como Sol para os que andam em trevas. Veio como Esperança para os que já se tornaram presas do desespero.
Um outro ângulo mau nessa tentativa de guardar segredo, é que minimiza o Nosso Senhor. Se outras pessoas ou circunstâncias nos impõem o silêncio, logo, o Deus que servimos em oculto não tem dimensões universais nem poder acima de outros poderes. É um Deus bom, mas limitado.
Quando conhecemos a Jesus, não podemos manter por muito tempo o disfarce do silêncio. A Sua presença em nós transcende os limites do íntimo e transborda na vida exterior. Tem traços irreprimíveis.
É assim que homens como José de Arimateia aprendem a lição da singularidade e da onipotência de Cristo, e quebram o seu mutismo. Levam à rua a evidência de uma relação com o Cristo Vivo.
Onde te situas hoje? Ouves, gostas, aceitas, concordas – mas ficas porventura calado, argumentando que assuntos da alma são privados? Ou pertences ao grupo dos que, por já terem uma dimensão real da Pessoa de Cristo, não se envergonham d`Ele e O proclamam abertamente?
A Bíblia chama aos fiéis "testemunhas", provas vivas do poder de Cristo.
Contaram-me que seis garimpeiros pesquisavam ouro num vale inóspito. Por onze dias trabalharam sem resultados. Finalmente, já prestes a desistir, descobriram um filão que prometia riqueza. Resolveram guardar segredo sobre o achado, regressar à vila mais próxima, comprar ferramentas e comida, de modo a fazer uma exploração rendosa.
Assim procederam. Na vila, não falaram a qualquer. Feito o abastecimento, puseram-se de regresso ao local do filão. Surpresos, verificaram, porém, que eram seguidos por umas trezentas pessoas.
Os homens da vila explicaram: "Ninguém nos disse, mas o vosso sorriso mostrou-nos que vocês tinham achado ouro".
Jesus é Ouro de Deus para a pobreza da vida. Proclamemos com alegria a nova do Seu evangelho.
Que segredo é esse que não se pode guardar?
A nossa relação pessoal com Cristo.
O apóstolo João escreveu acerca do caso de José de Arimateia. Disse dele: "Era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus" (João 19:38).
José foi, pois, um dos primeiros membros do clube universal de seguidores ocultos de Jesus. Têm na alma um altar secreto onde dão honras ao Senhor. Aceitam-no intelectualmente; chegam até a falar-lhe, quando a sós. Se podem defender o Seu Evangelho, sem se exporem demasiado, fazem-no.
Mas o problema dessa gente é o medo. Como José de Arimatéia, temem ferir susceptibilidades, ofender religiões antigas e enfrentar o lume de paixões acesas.
Discípulos ocultos. Gente que concorda, aceita, considera a Palavra de Deus como o melhor bálsamo para o coração. Mas gente que se encolhe quando exposta, pois vive sob o domínio do medo.
Que há de mau nessa posição tida por muitos como prudente?
Primeiro, tenta guardar um segredo irresistível. O Evangelho é a nova mais bela dada ao homem. Oferece resposta às questões pertinentes da vida: Jesus Cristo veio ao mundo como a solução de Deus para os nossos males. Veio como o Libertador dos cativos do Diabo, como Sol para os que andam em trevas. Veio como Esperança para os que já se tornaram presas do desespero.
Um outro ângulo mau nessa tentativa de guardar segredo, é que minimiza o Nosso Senhor. Se outras pessoas ou circunstâncias nos impõem o silêncio, logo, o Deus que servimos em oculto não tem dimensões universais nem poder acima de outros poderes. É um Deus bom, mas limitado.
Quando conhecemos a Jesus, não podemos manter por muito tempo o disfarce do silêncio. A Sua presença em nós transcende os limites do íntimo e transborda na vida exterior. Tem traços irreprimíveis.
É assim que homens como José de Arimateia aprendem a lição da singularidade e da onipotência de Cristo, e quebram o seu mutismo. Levam à rua a evidência de uma relação com o Cristo Vivo.
Onde te situas hoje? Ouves, gostas, aceitas, concordas – mas ficas porventura calado, argumentando que assuntos da alma são privados? Ou pertences ao grupo dos que, por já terem uma dimensão real da Pessoa de Cristo, não se envergonham d`Ele e O proclamam abertamente?
A Bíblia chama aos fiéis "testemunhas", provas vivas do poder de Cristo.
Contaram-me que seis garimpeiros pesquisavam ouro num vale inóspito. Por onze dias trabalharam sem resultados. Finalmente, já prestes a desistir, descobriram um filão que prometia riqueza. Resolveram guardar segredo sobre o achado, regressar à vila mais próxima, comprar ferramentas e comida, de modo a fazer uma exploração rendosa.
Assim procederam. Na vila, não falaram a qualquer. Feito o abastecimento, puseram-se de regresso ao local do filão. Surpresos, verificaram, porém, que eram seguidos por umas trezentas pessoas.
Os homens da vila explicaram: "Ninguém nos disse, mas o vosso sorriso mostrou-nos que vocês tinham achado ouro".
Jesus é Ouro de Deus para a pobreza da vida. Proclamemos com alegria a nova do Seu evangelho.
-Dr. Jorge de Barros -
sábado, 28 de junho de 2008
Sweetie
Era o último dia do mês de Junho do ano 1990. Por volta das 11 horas da manhã, numa sala do hospital de Cambridge, uma enfermeira entregou-me uma menina, que orgulhosamente coloquei no meu peito. Estava receoso que as minhas grandes mãos pudessem fazê-la mal, mas poucos minutos depois ela passou pelo sono agarrado ao meu dedo. Naquele momento, dei conta que era pai de mais uma criança.Nos primeiros anos, ela passava muito tempo comigo e desde então percebi que ela sempre quis saber que eu estava presente. Evidentemente, fiz os possíveis de estar no lugar certo para com os meus meninos, não apenas com o nome na certidão de nascimento mas, com uma forte, quente e amorosa presença na vida deles.Não faço a mínima ideia do que teria passado pela mente da minha filha quando naquela tarde do décimo quinto dia de Junho de 2008, ela se despediu de mim para o início de uma jornada, numa nova etapa da sua vida.Quanto a mim, vos digo que, dezassete anos de pai, passaram-se ante os meus olhos; o nascimento, as fraldas, as noites e dias de algum choro, o primeiro dia de escola, a ajuda nos trabalhos de casa, idas a piscinas, jogos, visitas aos museus, passeios em Boston, viagens, igreja etc. Sempre juntos, eu e ela, íamos a todos os lugares.Agora, por imperativos da vida (compromisso de igreja) não pude acompanhá-la, nem tão pouco estar presente no primeiro dia de uma longa e cansativa jornada. Ela talvez não tenha percebido, mas o coração virou-me do tamanho de um grão de milho quando ela veio para se despedir de mim.Não sei se foi o fim de uma fase de um relacionamento, mas pareceu-me que sim. Talvez, até dentro dela, quisesse me dizer: “ já sou crescida, obrigada pelas memórias, pelos conselhos, orações mas, “Adios” velho....” Todos esses pensamentos circularam numa fracção de segundos pela minha mente, antes de usar mais uma vez aquelas palavras típicas do pai e neste caso também do pastor: “Comporta-te bem filha, Deus estará contigo e pápá estará orando por ti.”Minha filha, entrava agora numa aventura sozinha. Ninguém perto para dizer como fazer isto ou aquilo; ninguém para evitar do “lobo” e ela tão pequenina aos olhos do pápá.Acompanhada da mãe, do irmão e de um primo, ela saiu e então eu entrei no quarto e pensei que esta é a realidade da vida: mudança. Pais e filhos, todos precisam de mudança. Entendi que afinal eu estava entrando numa nova etapa da minha vida, e que todo o tempo eu vinha preparando-a, não para passear, divertir, jogar, sem mim, mas para enfrentar o mundo sem mim. Com os seus próprios ideais, com os seus colegas, amigos mas acima de tudo com a sua própria fé em Deus.Com esta convicção, concluí que sabia que ela tinha de ir, que estava tudo certo, e que ela ficaria bem. Mas também entendi que não tivemos tempo suficiente para compartilhar um com o outro todas as emoções do nosso coração. Enquanto imaginava o trajecto de estrada, e perspectivava o desejado regresso mais tarde, quero que todos os meus irmãos saibam, que não foi difícil estar consciente de que muita coisa vai ser diferente apartir deste momento, mas que o meu amor por ela não vai diminuir nunca.Como acredito em Deus e na sua Santa Palavra estou descansado, pois o Salmista me recomenda no Salmo 37:5 “Entrega o teu caminho (preocupações, dúvidas, ansiedades, etc. etc.) ao Senhor, confia n’Ele, e Ele tudo fará.”
Delfino Andrade Silves Ferreira
Delfino Andrade Silves Ferreira
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Tempo de Loucura
Com pouco mais de vinte anos, o homem viera enlouquecido de Santo Antão onde fora professor primário. Talvez por isso ligou-se rapidamente aos estudantes e tornou-se frequentador das redondezas do liceu onde cursávamos o último ano.
A presença de pessoas de horizontes diferentes era habitual, mas, o equilíbrio geralmente se mantinha a favor dos estudantes.
Porém, a euforia daquele ex-professor barbudo por tão exagerada não passava despercebida sem que por isso perdesse a nossa estima.
Merecia até uma atenção especial da nossa parte pelo seu jeito de falar, seu discurso e sobretudo pela alegria e gargalhadas quase constantes.
Nesse dia todas as actividades escolares estavam canceladas, devendo cada um de nós participar na recepção pública de uma comitiva de um país amigo.
A concentração era na praça central da cidade. O professor em férias forçadas acompanhou-nos. No local aninhámo-nos sob uma árvore e o amigo, muito animado não parava de falar.
Da varanda que servia de podium, alguém deu inicio à cerimónia. A apresentação dos visitantes era feita de forma intercalada com os vivas que a multidão respondia em uníssono e alguns aplausos ruidosos e prolongados. O homem transbordava de energia.
Depois das primeiras apresentações vieram homens e mulheres de condição visivelmente humilde. As palavras sobre o seu passado eram elogiosas e alguns tinham ascendido a lugares de alguma responsabilidade.
Regozijámo-nos sobretudo com a presença em tão alta delegação dessas mulheres que logo apresentadas, gritavam vivas com um sotaque peculiar.
Não durou muito que, mal chegasse uma das nossas predilectas, o nosso homem numa euforia singular, dobrava a língua e imitava, deturpando um pouco a pronúncia, de forma a gritar vivas às “palhas de chá”. E sem transição, o alecrim, a losna, a belgata, a cidreira e toda ervanária tradicional eram lembrados em vivas no meio de gargalhadas, para nossa grande satisfação.
Estranho foi o facto de alguns dias mais tarde num funeral de uma adolescente, quando alguém se lembrou do discurso fúnebre, ele se ter lembrado de novo dos seus vivas à ervanária nacional. Chegou-se a desconfiar que algum estudante o teria incitado.
Não passou muito tempo, tivemos a noticia que nosso amigo se enforcara num pardieiro do seu bairro. Na verdade, pouco tempo. Tempo de loucura!
- Daniel Silves Ferreira –
A presença de pessoas de horizontes diferentes era habitual, mas, o equilíbrio geralmente se mantinha a favor dos estudantes.
Porém, a euforia daquele ex-professor barbudo por tão exagerada não passava despercebida sem que por isso perdesse a nossa estima.
Merecia até uma atenção especial da nossa parte pelo seu jeito de falar, seu discurso e sobretudo pela alegria e gargalhadas quase constantes.
Nesse dia todas as actividades escolares estavam canceladas, devendo cada um de nós participar na recepção pública de uma comitiva de um país amigo.
A concentração era na praça central da cidade. O professor em férias forçadas acompanhou-nos. No local aninhámo-nos sob uma árvore e o amigo, muito animado não parava de falar.
Da varanda que servia de podium, alguém deu inicio à cerimónia. A apresentação dos visitantes era feita de forma intercalada com os vivas que a multidão respondia em uníssono e alguns aplausos ruidosos e prolongados. O homem transbordava de energia.
Depois das primeiras apresentações vieram homens e mulheres de condição visivelmente humilde. As palavras sobre o seu passado eram elogiosas e alguns tinham ascendido a lugares de alguma responsabilidade.
Regozijámo-nos sobretudo com a presença em tão alta delegação dessas mulheres que logo apresentadas, gritavam vivas com um sotaque peculiar.
Não durou muito que, mal chegasse uma das nossas predilectas, o nosso homem numa euforia singular, dobrava a língua e imitava, deturpando um pouco a pronúncia, de forma a gritar vivas às “palhas de chá”. E sem transição, o alecrim, a losna, a belgata, a cidreira e toda ervanária tradicional eram lembrados em vivas no meio de gargalhadas, para nossa grande satisfação.
Estranho foi o facto de alguns dias mais tarde num funeral de uma adolescente, quando alguém se lembrou do discurso fúnebre, ele se ter lembrado de novo dos seus vivas à ervanária nacional. Chegou-se a desconfiar que algum estudante o teria incitado.
Não passou muito tempo, tivemos a noticia que nosso amigo se enforcara num pardieiro do seu bairro. Na verdade, pouco tempo. Tempo de loucura!
- Daniel Silves Ferreira –
Psiquiatra
Vítimas do abandono
A senhora escreveu, em grande aflição, dizendo que fora abandonada, com seus onze filhos, pelo marido aventureiro. Desejava saber que passos tomar, que fazer em tal circunstância crítica.
O abandono é mais que problema isolado da esposa que assinou a carta. Queixam-se pessoas de todas as idades e condições dessa praga que se alastra pelo nosso mundo. Ora são infantes abandonados em caixas de sapatos ou mesmo em depósitos de lixo; ora são crianças deixadas no meio da rua ou em lugares ermos; ora são jovens a quem os pais convidam a desaparecer da sua vista; ora são cônjuges desertados a meio da noite; ora são velhos que se acham desamparados e sem recursos – em casas vazias de tudo, em asilos indiferentes, ou em hospitais aonde ninguém vai para os visitar.
Há, também, aquele outro abandono sofrido por muitos que, paradoxalmente, se acham cercados de gente, mesmo de familiares. É a rejeição emocional, aquele vazio transmitido pela experiência de que ninguém se importa com o que nos sucede.
A vida toma cores trágicas quando nos invade a impressão do abandono. Em alguns, isto causa uma profunda depressão; em outros, principalmente na classe jovem, há um recrudescimento de violência, como que um grito a assinalar uma vida ignorada.
Uma das mais trágicas conseqüências do abandono é a imagem que deixa nas suas vítimas de que para nada valem. Quando tratadas como lixo, tendem a classificar-se de lixo. Justificam até o comportamento baixo como natural em pessoas a quem a sociedade rejeitou como se de nada valessem.
O problema é antigo e universal. O salmista Davi escreveu: “Quando meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me receberá” (Salmo 27: 10). A situação de abandono não poderia ter sido pintada em cores mais negativas: rejeitado por pai e mãe. O cúmulo da solidão humana acha aqui simbolismo gritante. Dele recebemos a idéia de ausência total de carinho, proteção, sustento, estímulo, educação e bases de identidade. Em ambiente como este, danos psicológicos, morais e sociais atingem a escala máxima. Mas é também deste ponto que o Salmista faz a afirmação de maior significado para toda a vítima de abandono: “O Senhor me recolherá” (Salmo 27: 10).
Esta mensagem não é utópica ou um tipo de esperança oca sobre a qual indivíduos solitários tentarão reinventar. Estamos, também, em presença de uma promessa garantida de Deus. Ele nos recolherá – não a um asilo de caridade “oficial”, mas à intimidade de Alguém que nos ama supremamente.
“Quando o meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me recolherá”. A frase não prevê uma desgraça inevitável, mas acentua uma provisão animadora. Não há vida ou circunstância, por mais solitária, para a qual não haja o recurso da companhia de Deus.
É nas palavras do mesmo Salmista que achamos esta expressão de júbilo: “Até o pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si e para sua prole, junto dos teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu” (Salmo 84: 3). Todo e qualquer abandonado pela insensibilidade ou pela dureza de homens, tem ainda o Braço Redentor – o de um Deus ansioso por recolher quantos criou pelas Suas próprias mãos. Mas, como agência de Deus na sociedade, cabe também à Igreja estender e acolher desamparados. Se a missão é demasiado grande para as nossas forças inventariadas, lembremos que a Igreja Lhe pertence e Deus jamais falhou em providenciar recursos para a Sua própria Casa. Junto dos altares de Deus, a solidão e o abandono devem ceder lugar ao companheirismo responsável de pessoas irmanadas em Cristo.
O abandono é mais que problema isolado da esposa que assinou a carta. Queixam-se pessoas de todas as idades e condições dessa praga que se alastra pelo nosso mundo. Ora são infantes abandonados em caixas de sapatos ou mesmo em depósitos de lixo; ora são crianças deixadas no meio da rua ou em lugares ermos; ora são jovens a quem os pais convidam a desaparecer da sua vista; ora são cônjuges desertados a meio da noite; ora são velhos que se acham desamparados e sem recursos – em casas vazias de tudo, em asilos indiferentes, ou em hospitais aonde ninguém vai para os visitar.
Há, também, aquele outro abandono sofrido por muitos que, paradoxalmente, se acham cercados de gente, mesmo de familiares. É a rejeição emocional, aquele vazio transmitido pela experiência de que ninguém se importa com o que nos sucede.
A vida toma cores trágicas quando nos invade a impressão do abandono. Em alguns, isto causa uma profunda depressão; em outros, principalmente na classe jovem, há um recrudescimento de violência, como que um grito a assinalar uma vida ignorada.
Uma das mais trágicas conseqüências do abandono é a imagem que deixa nas suas vítimas de que para nada valem. Quando tratadas como lixo, tendem a classificar-se de lixo. Justificam até o comportamento baixo como natural em pessoas a quem a sociedade rejeitou como se de nada valessem.
O problema é antigo e universal. O salmista Davi escreveu: “Quando meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me receberá” (Salmo 27: 10). A situação de abandono não poderia ter sido pintada em cores mais negativas: rejeitado por pai e mãe. O cúmulo da solidão humana acha aqui simbolismo gritante. Dele recebemos a idéia de ausência total de carinho, proteção, sustento, estímulo, educação e bases de identidade. Em ambiente como este, danos psicológicos, morais e sociais atingem a escala máxima. Mas é também deste ponto que o Salmista faz a afirmação de maior significado para toda a vítima de abandono: “O Senhor me recolherá” (Salmo 27: 10).
Esta mensagem não é utópica ou um tipo de esperança oca sobre a qual indivíduos solitários tentarão reinventar. Estamos, também, em presença de uma promessa garantida de Deus. Ele nos recolherá – não a um asilo de caridade “oficial”, mas à intimidade de Alguém que nos ama supremamente.
“Quando o meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me recolherá”. A frase não prevê uma desgraça inevitável, mas acentua uma provisão animadora. Não há vida ou circunstância, por mais solitária, para a qual não haja o recurso da companhia de Deus.
É nas palavras do mesmo Salmista que achamos esta expressão de júbilo: “Até o pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si e para sua prole, junto dos teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu” (Salmo 84: 3). Todo e qualquer abandonado pela insensibilidade ou pela dureza de homens, tem ainda o Braço Redentor – o de um Deus ansioso por recolher quantos criou pelas Suas próprias mãos. Mas, como agência de Deus na sociedade, cabe também à Igreja estender e acolher desamparados. Se a missão é demasiado grande para as nossas forças inventariadas, lembremos que a Igreja Lhe pertence e Deus jamais falhou em providenciar recursos para a Sua própria Casa. Junto dos altares de Deus, a solidão e o abandono devem ceder lugar ao companheirismo responsável de pessoas irmanadas em Cristo.
Dr. Jorge de Barros
terça-feira, 24 de junho de 2008
Pecado
“Qualquer coisa que enfraqueça a tua razão, obscureça a tua percepção de Deus ou usurpe o prazer das coisas espirituais, qualquer coisa que faça aumentar a autoridade do teu corpo sobre a tua mente, essa coisa é para ti pecado”.
Nunca me interessei em saber as qualificações académicas, de Susana Wesley, mãe de John Wesley – esse grande homem de Deus, inglês e pregador de santidade.
Qualquer um sente, no entanto, o nível espiritual da madame Wesley, quando proferiu uma das mais convincentes e esclarecedoras definições de pecado, se não para todos, pelo menos, para os seus queridos filhos!
Sim, esse mesmo pecado que alguns teimam em dizer ser uma invenção da igreja, para dificultar os homens de viverem a sua vida “di se manera”!
Digamos que para um exame em classe de teologia ou doutrina de santidade, fosse esta a resposta que o professor exigente aceitasse como correcta, para definir o pecado:”…desobediência voluntária a uma lei de Deus, conhecida…”!
Essa desobediência não é sinal de enfraquecimento da razão? Não é virar as costas a Deus e preferir as trevas? Que dizer, agora do objecto principal do nosso prazer? Não é o corpo a governar a mente? Afinal, convenhamos que nossa irmã Susana teria nota Excelente, se o exame apresentado tivesse uma única questão, (defina o pecado)!?
Teorizamos em demasia acerca do pecado, e deixamos nossos ouvintes e ovelhas, também, em grande confusão, a ponto de como “o outro”, que vociferou: “pecados não existem mais, pois foram todos cometidos no passado!!!
É responsabilidade nossa responder e ensinar ao nosso povo, com um categórico NÃO, a essa superficial e falsa afirmação!
Uma igreja de santidade, tem obrigação de ver seus santos, obreiros e leigos, a compartilhar a mensagem de libertação dos pecados e do pecado!
Felizmente, Seu sangue tem poder e o Espírito Santo opera ainda hoje.
“ A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos”. Amém!
- Pastor Adérito Silves Ferreira -
Nunca me interessei em saber as qualificações académicas, de Susana Wesley, mãe de John Wesley – esse grande homem de Deus, inglês e pregador de santidade.
Qualquer um sente, no entanto, o nível espiritual da madame Wesley, quando proferiu uma das mais convincentes e esclarecedoras definições de pecado, se não para todos, pelo menos, para os seus queridos filhos!
Sim, esse mesmo pecado que alguns teimam em dizer ser uma invenção da igreja, para dificultar os homens de viverem a sua vida “di se manera”!
Digamos que para um exame em classe de teologia ou doutrina de santidade, fosse esta a resposta que o professor exigente aceitasse como correcta, para definir o pecado:”…desobediência voluntária a uma lei de Deus, conhecida…”!
Essa desobediência não é sinal de enfraquecimento da razão? Não é virar as costas a Deus e preferir as trevas? Que dizer, agora do objecto principal do nosso prazer? Não é o corpo a governar a mente? Afinal, convenhamos que nossa irmã Susana teria nota Excelente, se o exame apresentado tivesse uma única questão, (defina o pecado)!?
Teorizamos em demasia acerca do pecado, e deixamos nossos ouvintes e ovelhas, também, em grande confusão, a ponto de como “o outro”, que vociferou: “pecados não existem mais, pois foram todos cometidos no passado!!!
É responsabilidade nossa responder e ensinar ao nosso povo, com um categórico NÃO, a essa superficial e falsa afirmação!
Uma igreja de santidade, tem obrigação de ver seus santos, obreiros e leigos, a compartilhar a mensagem de libertação dos pecados e do pecado!
Felizmente, Seu sangue tem poder e o Espírito Santo opera ainda hoje.
“ A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos”. Amém!
- Pastor Adérito Silves Ferreira -
UM DEUS ENCAIXOTADO
Por anos vivi junto a um porto movimentado.
Pela noite a dentro ouvia-se o apito de barcos. A qualquer hora do dia o cais pulsava de vida. Guindastes suspendiam caixas de formato e procedências mais diversos. Continham desde peças para carros a artigos de mercearia. Uns traziam caracteres orientais, outras letras e números num código qualquer.
Hoje encaixotamos tudo. Os próprios barcos e aviões têm grandes contentores onde a carga é empilhada para transporte rápido e mais seguro. Até quem desejasse, “encaixotar a Deus” e levá-Lo de lado para lado, onde mais urgente se fizesse Sua presença!
A experiência gorou com a chamada Arca da Aliança (ou do Testamento). Tratava-se de objeto central do Tabernáculo, uma espécie de templo portátil dos judeus. Construída de madeira de acácia, revestida de ouro por dentro e por fora, a Arca tinha um metro e 22 centímetros de comprido, por 76,23 centímetros de largura. Servia, especialmente, pára guardar as duas tábuas da Lei. Havia também nela uma vara simbólica pertencente ao sacerdote Arão, e um vaso com maná – tipo de alimento que salvou o povo na sua peregrinação pelo deserto.
As dimensões modestas e o conteúdo da Arca não traduzem, de forma alguma, a vastidão da importância que os antigos deram a esta caixa misteriosa. Era mais que a bandeira duma nação. Simbolizava a presença real de Deus no meio dum povo. A Arca recebia honras negadas a qualquer mortal. Só poderia ser transportada por um grupo seleto de pessoas sujeitas a rigorosos rituais de purificação.
Lemos dum episódio nacional no qual foi dada à Arca relevo extraordinário (I Samuel4). O país estava em guerra. O povo que se afiliava a Deus, professando possui-lo em exclusivo, marchou ao campo de batalha onde sofreu pesada derrota. Foi então que se lembraram da Arca. E se a levassem para o centro da refrega? Não representava a Arca a presença imediata de Deus? Por certo, pensavam eles, nada poderia derrotá-los tendo Deus a seu lado.
Levaram a Arca para a batalha. Mas, para surpresa de muitos, sofreram a mais pesada derrota. Fugiram em pânico. Afinal, a Arca não os livrara!...
Como então, ainda hoje temos a fantasia de conter Deus em símbolos, relíquias, lugares e templos aonde vamos à busca de milagres. Mas é impossível “encaixotar” Deus, limitá-lO, manejá-lO a nosso gosto, pô-lO a nosso lado em aventuras e conquistas de qualquer ordem.
Deus não pode ser contido em objetos de culto, preservado em superstições ou em saudosismo histórico. O único lugar que Ele pretende ocupar é o coração. Deus não deseja ser usado como arma de defesa em horas tensas, mas ser o Amigo que permanece em nós a todo o instante. Jesus Cristo disse a uma mulher de Samaria que O interrogava acerca de lugares preferidos de Deus para receber culto ou adoração: “Deus é Espírito, e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade” (I João 4:24).
Mais e melhor do que numa caixa dourada, podemos ter Deus no coração. O próprio Senhor disse, numa analogia preciosa: “Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa” (Apocalipse 3:20)
Pela noite a dentro ouvia-se o apito de barcos. A qualquer hora do dia o cais pulsava de vida. Guindastes suspendiam caixas de formato e procedências mais diversos. Continham desde peças para carros a artigos de mercearia. Uns traziam caracteres orientais, outras letras e números num código qualquer.
Hoje encaixotamos tudo. Os próprios barcos e aviões têm grandes contentores onde a carga é empilhada para transporte rápido e mais seguro. Até quem desejasse, “encaixotar a Deus” e levá-Lo de lado para lado, onde mais urgente se fizesse Sua presença!
A experiência gorou com a chamada Arca da Aliança (ou do Testamento). Tratava-se de objeto central do Tabernáculo, uma espécie de templo portátil dos judeus. Construída de madeira de acácia, revestida de ouro por dentro e por fora, a Arca tinha um metro e 22 centímetros de comprido, por 76,23 centímetros de largura. Servia, especialmente, pára guardar as duas tábuas da Lei. Havia também nela uma vara simbólica pertencente ao sacerdote Arão, e um vaso com maná – tipo de alimento que salvou o povo na sua peregrinação pelo deserto.
As dimensões modestas e o conteúdo da Arca não traduzem, de forma alguma, a vastidão da importância que os antigos deram a esta caixa misteriosa. Era mais que a bandeira duma nação. Simbolizava a presença real de Deus no meio dum povo. A Arca recebia honras negadas a qualquer mortal. Só poderia ser transportada por um grupo seleto de pessoas sujeitas a rigorosos rituais de purificação.
Lemos dum episódio nacional no qual foi dada à Arca relevo extraordinário (I Samuel4). O país estava em guerra. O povo que se afiliava a Deus, professando possui-lo em exclusivo, marchou ao campo de batalha onde sofreu pesada derrota. Foi então que se lembraram da Arca. E se a levassem para o centro da refrega? Não representava a Arca a presença imediata de Deus? Por certo, pensavam eles, nada poderia derrotá-los tendo Deus a seu lado.
Levaram a Arca para a batalha. Mas, para surpresa de muitos, sofreram a mais pesada derrota. Fugiram em pânico. Afinal, a Arca não os livrara!...
Como então, ainda hoje temos a fantasia de conter Deus em símbolos, relíquias, lugares e templos aonde vamos à busca de milagres. Mas é impossível “encaixotar” Deus, limitá-lO, manejá-lO a nosso gosto, pô-lO a nosso lado em aventuras e conquistas de qualquer ordem.
Deus não pode ser contido em objetos de culto, preservado em superstições ou em saudosismo histórico. O único lugar que Ele pretende ocupar é o coração. Deus não deseja ser usado como arma de defesa em horas tensas, mas ser o Amigo que permanece em nós a todo o instante. Jesus Cristo disse a uma mulher de Samaria que O interrogava acerca de lugares preferidos de Deus para receber culto ou adoração: “Deus é Espírito, e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade” (I João 4:24).
Mais e melhor do que numa caixa dourada, podemos ter Deus no coração. O próprio Senhor disse, numa analogia preciosa: “Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa” (Apocalipse 3:20)
Dr. Jorge de Barros
sexta-feira, 20 de junho de 2008
TEMPO DE LOUCURA
Naquele início de tarde do fim do mês de Junho, estávamos à sombra de uma daquelas árvores – cujo nome nunca me preocupei em saber mas que continuo a amar – que ladeavam a rua de norte a sul dando-lhe uma característica típica, para além da evidente frescura, particularmente nas tardes estivais.
De uma das casas das redondezas, ouvíamos o início de “uma canção para o seu trabalho” da então Rádio Clube de Cabo Verde.
De uma das casas das redondezas, ouvíamos o início de “uma canção para o seu trabalho” da então Rádio Clube de Cabo Verde.
Éramos cinco: um adulto próximo, três garotos moradores da mesma rua, possivelmente todos da mesma idade e eu, talvez, uns dois anos mais velho, o que na altura fazia diferença.
O calor era intenso, sufocante e o silêncio era quase total, não fosse a música já referida, que em princípio, deveria incitar as pessoas, para as tarefas da segunda parte do dia.
De forma quase inopinada, sem que nunca tenha entendido a razão um dos moços disse:
- Na nossa rua temos três doidos!
A letargia era tal que a conversa não pareceu despertar a nossa atenção, mas talvez por insatisfação pela falta de reacção que poderia estar à espera ou por simples irreverência, começou a citar os nomes por ele, então, considerados loucos.
- Na nossa rua temos três doidos!
A letargia era tal que a conversa não pareceu despertar a nossa atenção, mas talvez por insatisfação pela falta de reacção que poderia estar à espera ou por simples irreverência, começou a citar os nomes por ele, então, considerados loucos.
Rapidamente, descreveu como pôde o primeiro e não teve problemas em citar o nome. Vendo bem as coisas, o citado devia ter algum problema de aprendizagem. Aliás o futuro veio a prová-lo através de um desempenho escolar muito aquém do esperado e atingido pelos colegas de então.
Ninguém fez caso e o nosso companheiro depois de tecer um ou outro comentário nomeou o segundo que, diga-se a verdade, passava por ter alguma dificuldade mental.
Nossas orelhas continuavam moucas, seguramente porque não discordávamos das suas tiradas intempestivas.
E, todo garboso, o moço rematou:
- O terceiro…
No momento, o adulto que parecia distante da conversa da garotada, certamente sabendo – como nós – a quem iria se referir, pois se lhe atribuía (exageradamente) notável atraso mental e, possivelmente prevendo algum mal-estar com os pais considerados na altura com alguma posse, levantou a cabeça e fixou-lhe os olhos, sem dizer uma palavra.
E, todo garboso, o moço rematou:
- O terceiro…
No momento, o adulto que parecia distante da conversa da garotada, certamente sabendo – como nós – a quem iria se referir, pois se lhe atribuía (exageradamente) notável atraso mental e, possivelmente prevendo algum mal-estar com os pais considerados na altura com alguma posse, levantou a cabeça e fixou-lhe os olhos, sem dizer uma palavra.
Repentinamente, o nosso moço, brejeiro como ainda hoje, homem maduro, continua a ser, completou:
- O terceiro sou eu, sou eu o terceiro, sim, sou eu o terceiro!
E o locutor da Rádio, com sua voz forte, anunciou o fim da canção para o trabalho. Loucuras de uma infância cheia de inocência – e de malícia – perdida há muito tempo. Tempo de loucura!
- O terceiro sou eu, sou eu o terceiro, sim, sou eu o terceiro!
E o locutor da Rádio, com sua voz forte, anunciou o fim da canção para o trabalho. Loucuras de uma infância cheia de inocência – e de malícia – perdida há muito tempo. Tempo de loucura!
Daniel Silves Ferreira
Psiquiatra
TIVE FOME
Tive fome
E tu formaste um clube humanitário
E tu formaste um clube humanitário
Para discutir a minha fome.
Obrigado.
Estive na prisão
E tu te retiraste silenciosamente
À tua linda capela nos subúrbios
E oraste pedindo que eu fosse libertado.
Estive nu
E tu meditaste seriamente
Na moralidade ou imoralidade
Da minha aparência.
Estive enfermo
E tu ajoelhaste
E agradeceste a Deus
Por tua saúde.
Não tive abrigo
E tu pregaste
Acerca do refúgio do amor de Deus.
Estive só
E tu me deixaste sozinho
Para ir orar por mim.
Tu parecias tão santo,
Tão perto de Deus;
Mas eu ainda tenho muita fome,
E estou muito só,
Enfermo
E frio.
-anônimo-
TESOUROS OCULTOS
Eram dias de muita agitação política. Um dos nossos jovens foi preso sob a acusação de pertencer a grupo dissidente.
Horas depois, pedia que lhe levássemos a Bíblia. O livro estava todo sublinhado a várias cores.
Suspeitando que se tratasse de algum código secreto, as autoridades recusaram permitir a entrada das Escrituras na prisão.
A igreja mandou ao jovem uma Bíblia completamente nova. Onze meses mais tarde, o rapaz foi absolvido de qualquer crime, e solto. Comentando o episódio do livro rejeitado e do novo exemplar sem quaisquer marcações, o ex-preso deu-nos que pensar. Disse ele que fora até bom iniciar a leitura de uma Bíblia sem sinais a marcar versículos familiares. Subitamente ele começara a notar novas passagens. Saturou a sua alma com mensagens frescas e ganhou força para os dias negros da prisão.
Conheço um homem que sempre esperou de seus filhos um novo texto das Escrituras em cada culto familiar. A exigência parecia então dura, mas os filhos confessam hoje que lhes deu acesso a um esconderijo de preciosidades.
Há novos mundos a descobrir entre as capas da nossa velha Bíblia. Passagens que pareciam despidas de valor, ganham luz e colorido sob perspectivas novas. O meu pastor surpeende-me com descobertas especiais em textos que já li tantas vezes ou até decorei. Até da aridez das genealogias costumam brilhar gemas de raro esplendor.
Livro singular, a Bíblia Sagrada. Mais antigo que nações multisseculares é, entretanto, mais fresco que o jornal da manhã.
Os artigos deste número de o ARAUTO DA SANTIDADE ligam-se quase todos à Bíblia. Ao exaltarmos a Palavra, engrandecemos o seu Autor. Mesmo nas Lamentações, Jeremias teve de confessar que as misericórdias do Senhor são novas a cada manhã (3:22.23).
Assim, também, é a Palavra do Senhor.
Enquanto, ó Senhor, Teu Livro eu ler,
Meus olhos vêm abrir, Te quero ver.
Da mera letra além, a Ti Senhor,
Eu busco a Ti, Jesus, meu Redentor. (G.D., 385)
Horas depois, pedia que lhe levássemos a Bíblia. O livro estava todo sublinhado a várias cores.
Suspeitando que se tratasse de algum código secreto, as autoridades recusaram permitir a entrada das Escrituras na prisão.
A igreja mandou ao jovem uma Bíblia completamente nova. Onze meses mais tarde, o rapaz foi absolvido de qualquer crime, e solto. Comentando o episódio do livro rejeitado e do novo exemplar sem quaisquer marcações, o ex-preso deu-nos que pensar. Disse ele que fora até bom iniciar a leitura de uma Bíblia sem sinais a marcar versículos familiares. Subitamente ele começara a notar novas passagens. Saturou a sua alma com mensagens frescas e ganhou força para os dias negros da prisão.
Conheço um homem que sempre esperou de seus filhos um novo texto das Escrituras em cada culto familiar. A exigência parecia então dura, mas os filhos confessam hoje que lhes deu acesso a um esconderijo de preciosidades.
Há novos mundos a descobrir entre as capas da nossa velha Bíblia. Passagens que pareciam despidas de valor, ganham luz e colorido sob perspectivas novas. O meu pastor surpeende-me com descobertas especiais em textos que já li tantas vezes ou até decorei. Até da aridez das genealogias costumam brilhar gemas de raro esplendor.
Livro singular, a Bíblia Sagrada. Mais antigo que nações multisseculares é, entretanto, mais fresco que o jornal da manhã.
Os artigos deste número de o ARAUTO DA SANTIDADE ligam-se quase todos à Bíblia. Ao exaltarmos a Palavra, engrandecemos o seu Autor. Mesmo nas Lamentações, Jeremias teve de confessar que as misericórdias do Senhor são novas a cada manhã (3:22.23).
Assim, também, é a Palavra do Senhor.
Enquanto, ó Senhor, Teu Livro eu ler,
Meus olhos vêm abrir, Te quero ver.
Da mera letra além, a Ti Senhor,
Eu busco a Ti, Jesus, meu Redentor. (G.D., 385)
Jorge de Barros
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Dia do Pai
Celebramos ontem o dia do Pai, 15 de Junho, ou seja terceiro domingo! Nada que nos ligasse ao dia de S. José, em Março, mas, seguindo a inspiração que nos veio de Washington, no século passado!
Realmente desde a Escola Dominical, até o serviço evangelístico, tudo foi preparado para eles se sentirem, mais uma vez realizados!
Ninguém nos disse que a tarefa de sermos pais, era fácil, mas, sim gigantesca e a reclamar oração, testemunho, paciência e muito amor.
Dezenas de pais vieram ontem! Cantaram, participaram em entrevistas, testemunharam, receberam prendas e foram alvos de muito carinho!
Hoje de manhã, retomamos nossas actividades e a celebração tão especial, ficou no passado, como lembrança de 2008!
Convém guardar o desafio da mensagem do pastor, pai também, que quis lembrar aos “colegas”, estarmos a viver dias diferentes, reclamando novas abordagens, mas, seguramente com base no Livro – A Bíblia Sagrada!
Pai que cumprirá suas responsabilidades, terá de guardar de entre outros requisitos, os seguintes: ser amigo, ser irmão, ser mestre e ser sacerdote!
Quem nos dera um compromisso nacional e mundial de todos os pais crentes e nazarenos ou cristãos!
Saudações aos pais que neste Dia Especial, reconhecem e se comprometem a:” ensinar o menino no caminho em que deve andar…”
Paremos de tentar ensinar o que não sabemos e nunca experimentamos. Eles, os nossos filhos e os que estão perto, saberão classificar tal atitude!
Ele, Jesus Cristo é o Caminho. Então, tão-somente ensinemos acerca d´ELE!
Feliz Dia, para todos os pais nas ilhas e no mundo inteiro.
“ A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”. Amem!
Realmente desde a Escola Dominical, até o serviço evangelístico, tudo foi preparado para eles se sentirem, mais uma vez realizados!
Ninguém nos disse que a tarefa de sermos pais, era fácil, mas, sim gigantesca e a reclamar oração, testemunho, paciência e muito amor.
Dezenas de pais vieram ontem! Cantaram, participaram em entrevistas, testemunharam, receberam prendas e foram alvos de muito carinho!
Hoje de manhã, retomamos nossas actividades e a celebração tão especial, ficou no passado, como lembrança de 2008!
Convém guardar o desafio da mensagem do pastor, pai também, que quis lembrar aos “colegas”, estarmos a viver dias diferentes, reclamando novas abordagens, mas, seguramente com base no Livro – A Bíblia Sagrada!
Pai que cumprirá suas responsabilidades, terá de guardar de entre outros requisitos, os seguintes: ser amigo, ser irmão, ser mestre e ser sacerdote!
Quem nos dera um compromisso nacional e mundial de todos os pais crentes e nazarenos ou cristãos!
Saudações aos pais que neste Dia Especial, reconhecem e se comprometem a:” ensinar o menino no caminho em que deve andar…”
Paremos de tentar ensinar o que não sabemos e nunca experimentamos. Eles, os nossos filhos e os que estão perto, saberão classificar tal atitude!
Ele, Jesus Cristo é o Caminho. Então, tão-somente ensinemos acerca d´ELE!
Feliz Dia, para todos os pais nas ilhas e no mundo inteiro.
“ A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”. Amem!
Pastor Adérito Silves Ferreira
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